Confea participa de webinário com o BIM Fórum Brasil

Em um webinário, representantes da área da construção descrevem conceitos e experiências dos processos BIM no país
Em webinário do BIM Fórum Brasil, representantes da área da construção descrevem conceitos e as mais recentes experiências dos processos BIM no país

Brasília, 1º de julho de 2021.

Com o tema “Desafios para a implantação do BIM em pequenas e médias empresas”, o BIM Fórum Brasil promoveu, na tarde desta quarta (30), um debate virtual, reunindo o vice-presidente do Confea, eng. civ. João Carlos Pimenta; a arquiteta e urbanista Miriam Addor, membro do conselheiro deliberativo da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBea); Jefferson Santos, coordenador estadual dos projetos de construção civil do Sebrae-MG; eng. civ. Rodrigo Koerich, coordenador técnico do projeto Construa Brasil, da Estratégia BIM BR e representante da Rede Catarinense de Inovação (Recepeti); do arquiteto e urbanista Rogério Suzuki, sócio da VisttaS Consultoria e consultor da CBIC e da Estratégia BIM Brasil; e do presidente do Fórum BIM Brasil, eng. civ. Wilton Catelani, que pela manhã havia participado da assinatura do acordo de cooperação entre o Fórum e o Confea, durante a reunião do Colégio de Presidentes, em Cuiabá.

Vice-Presidente do Confea, eng. civ. João Carlos Pimenta, representou o Conselho no webinário
Vice-Presidente do Confea, eng. civ. João Carlos Pimenta, representou o Conselho no webinário


O engenheiro civil João Carlos Pimenta justificou a ausência do presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger, em razão dessa reunião, e citou que, nos últimos 50 anos, a tecnologia evoluiu mais do que no restante de toda a civilização. “Sou um espectador disso. Vim a conhecer uma calculadora eletrônica no terceiro ano de engenharia. Quando nos formamos, todos nós tínhamos uma calculadora de bolso. Depois, em meados dos anos 1980, os computadores nas empresas. E agora, o BIM. A nova Lei de Licitações em seu artigo 19 prevê o uso do BIM. Então é um caminho inexorável. A gente tem que conscientizar as empresas sobre a importância do uso do BIM. O Confea apoia da forma como for possível, a implantação nos escritórios, não apenas nos projetos, mas também no acompanhamento de obras. O BIM é uma evolução. E estamos precisando de muitas coisas novas para poder colocar a nossa Engenharia na linha de frente do mundo”, considerou. 

Moderador e conselheiro do BIM Fórum Brasil, eng. civ. Humberto Farina
Moderador e conselheiro do BIM Fórum Brasil, eng. civ. Humberto Farina

Segundo o conselheiro interino do Fórum, eng. civ. Humberto Farina, o tema é importante para a construção civil, segundo ele, o setor que menos tem digitalização nos processos, dizendo contar com o apoio do Sistema Confea/Crea para implementar esse uso. “Sem dúvida, as pequenas e médias empresas precisam de esforço e perseverança para mudar os processos. Mas é o movimento necessário para mostrar que a gente pode evoluir. No mundo inteiro está acontecendo isso e no Brasil não pode ser diferente. A gente a necessidade de usar bem recursos como métodos, materiais, mão de obra, tendo o menor impacto ambiental. A tecnologia está aí para isso”, introduziu sua mediação.

Presidente do BIM Fórum Brasil, eng. civ. Wilton Catelani
Presidente do BIM Fórum Brasil, eng. civ. Wilton Catelani

O presidente do BIM Fórum Brasil manifestou seu agradecimento pelo debate. “Estou em Cuiabá e nesse evento com todos os presidentes dos Creas, a gente percebe a diferença entre os estados do país. Todos aqui estamos voluntariamente nos dedicando para fazer esse evento e para que a gente consiga compartilhar boas práticas”, disse Wilton Catelani, fazendo referência ao acordo de cooperação com o Sistema. “O Sistema Confea/Crea andava um pouco distante do BIM, e agora nós damos um passo importante nessa direção de facilitar a adesão dos Creas e acelerar a maturidade do país, jogando luz sobre questões tabus como o acesso ao crédito. Queremos convidar a todos para dentro dos seus papéis considerem doar um pouco do seu tempo para que essa inovação tecnológica dessa nossa indústria tão arcaica aconteça de forma mais eficaz”, declarou.

Arquiteta Miriam Addor, da AsBea, também participou do webinário
Arquiteta Miriam Addor, da AsBea, também participou do webinário


Ex-presidente e ex-coordenadora do grupo BIM da AsBea, Miriam Addor descreve que a entidade desenvolve, voluntariamente, fascículos para auxiliar arquitetos e pequenas empresas para a implementação do BIM. O primeiro dos três fascículos é dedicado à estruturação de pequenos projetos para a implantação do BIM. 

“É uma mudança de paradigma de processos. O BIM é apoiado em ferramental digital, mas não é a ferramenta propriamente dita. Se você não tiver parametria, colaboração, interoperabilidade nos dois sentidos, você não tem BIM”, diz, definindo a estruturação do escritório, definição dos processos e a entrega como as etapas da implantação desse “processo evolutivo, em que a gente sempre está aprendendo coisas novas para passar para os profissionais”. O que envolve também bastante planejamento. “Tem uma série de coisas que mudam na estruturação do escritório em função da implantação do processo BIM”, descreve. 

Jefferson Santos, analista do Sebrae-MG
Jefferson Santos, analista do Sebrae-MG


O representante do Sebrae-MG descreveu a implementação e a disseminação do BIM no estado para tornar as pequenas empresas mais competitivas e sustentáveis, inclusive economicamente. Jefferson Santos informou que o Sebrae participa do Encontro Acadêmico de BIM – EABIM, já em sua quinta edição, e atua também desenvolvendo cursos EaD com mais de 58 mil concluintes e ainda junto à Frente Parlamentar do BIM.

“Não é só a construtora que vai ter o BIM implementado. Ela precisa dos arquitetos, dos projetistas, cuja maioria são pequenas empresas. E não para neles. A indústria de materiais tem que fazer suas bibliotecas, o projetista precisa que esses materiais cheguem modelados. A indústria vai ser impactada também pelo BIM. E o comprador também, sobretudo o poder público, também vai ser, em breve, impactado. E não para por aí. Os profissionais que estão sendo formados também vão ser impactados. Precisamos focar em todas essas instituições. Em cima disso, a gente começou uma articulação com uma série de parceiros”, diz.

Engenheiro civil  Rodrigo Koerich, da Rede Catarinense de Inovação
Engenheiro civil Rodrigo Koerich, da Rede Catarinense de Inovação


Desenvolvedor do projeto Construa Brasil, termo de colaboração mantido por meio da Rede Catarinense de Inovação (Recepeti) por meio de edital do ministério da Economia, Rodrigo Koerich descreveu que atua no universo das Construtechs, empresas de tecnologia voltadas à construção civil.  A Recepeti congrega mais de 151 entidades de 34 municípios catarinenses, envolvendo entidades de vários setores da tecnologia. O edital visa a convergência dos Códigos de Obras e Operações (COE), a melhoria do processo de concessão de alvarás para a construção, a difusão do BIM e seus benefícios, apoiar ações de estruturação do setor público para a adoção do BIM e criar condições favoráveis para o investimento, público e privado, em BIM, entre outras metas alinhadas à Estratégia BIM BR.

“A gente já analisou a convergência de Códigos de Obras em Fortaleza, Salvador, Palmas, Belo Horizonte, São Paulo e Florianópolis. Estamos analisando também os processos de concessão de alvarás de construção para esses municípios e o resultado de tudo isso é que vamos produzir guias que vão permitir atualizar essas realidades, de modo que a gente ganhe mais produtividade nos empreendimentos”, disse, afirmando que o objetivo é preparar os escritórios e pequenas empresas para o futuro uso do BIM. “O software é o menor dos problemas. É relativamente barato, frente a esse investimento, e fácil de aprender. A grande dificuldade está na mudança do processo, fazer com que a forma de trabalho seja migrada para a forma de trabalho BIM, que influencia como eu recebo e entrego, atuo nas etapas em que trabalho e me comunico com os demais agentes”, ressaltou.

Arquiteto Rogério Suzuki, consultor da Estratégia BIM BR
Arquiteto Rogério Suzuki, consultor da Estratégia BIM BR

Também conselheiro interino do BIM Fórum Brasil, Rogério Suzuki apresentou o Projeto BIM Colaborativo, desenvolvido pela empresa de consultoria VisttaS para a implantação do BIM em pequenas e médias empresas. Com atuação junto ao Banco Mundial e à CBIC, Suzuki considera que a falta de profissionais é o principal desafio para a implantação do BIM. “O Projeto BIM Colaborativo foi promovido junto ao Sinduscon-DF, Sinaenco, Sesi, Sebrae, Asbraco e CBIC de forma piloto com 16 empresas. Com a pandemia, desenvolvemos uma versão remota do projeto, atendendo 32 empresas, 77 usuários de nove estados com experiência na modelagem”, disse.

Suzuki descreveu a jornada de cinco meses onde as empresas desenvolveram remotamente uma rota de conhecimento e de experimentação prática, por meio de um workshop, preparação para apresentações no software, definição de plataforma, treinamento e desenvolvimento de um piloto em forma colaborativa. “A gente não está se propondo a vender a implantação de BIM, e sim uma iniciação estruturada”, explicou, informando que a partir da próxima segunda-feira (5) será lançada a segunda edição do projeto, que terá o apoio do Crea-RN. 

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea