Brasília, 27 de maio de 2024.

Na vastidão da Amazônia, onde a falta de estradas e o acesso limitado ao transporte aéreo tornam a logística um verdadeiro obstáculo, a startup AeroRiver inovou ao desenvolver o Volitan - o primeiro veículo de efeito solo do Brasil. Esse veículo terá a capacidade de transporte de 10 passageiros, ou o equivalente a 1 tonelada em carga, tendo uma velocidade de 150 km/h (3 vezes mais rápido que as lanchas mais velozes). A decolagem e pouso serão feitas nos rios, utilizando o casco desenvolvido para esse propósito e tudo isso com um gasto de combustível próximo a de um barco. 
 

O diretor-executivo e co-fundador da Aeroriver,o amazonense Lucas Guimarães, acredita que a partir de 2026 o veículo já esteja em circulação. “Hoje temos um protótipo subescala com 1:6 do tamanho do veículo. E como voa baixo é considerado uma embarcação e a regulação é feita pela Marinha, sendo assim acreditamos que a partir de 2026 o Volitan esteja em circulação”, detalha Guimarães. Embora seja uma aeronave, as certificações serão concedidas pela Marinha, pois o Volitan atinge uma altitude máxima de 150 metros, o que o exclui da necessidade de aprovação pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A AeroRiver planeja operar exclusivamente como fabricante. Seus veículos serão comercializados para empresas que assumirão a responsabilidade pelos serviços de transporte de passageiros ou carga. 

Sobre a invenção 
O Volitan é mais do que um simples barco voador, representa uma inovação no transporte fluvial. Este veículo opera em altitudes extremamente baixas, apenas entre cinco e metros acima da água, possibilitando decolagens e pousos diretamente nos rios. Essa proximidade intencional com a água resulta em um fenômeno aerodinâmico conhecido como efeito solo, conferindo ao Volitan uma eficiência impressionante, cerca de 40% superior às aeronaves que voam em altitudes mais elevadas.  Com 18 metros de comprimento e impulsionado por um motor a diesel, o Volitan atinge velocidades de até 150 km/h e possui uma autonomia de até 400 quilômetros sem a necessidade de reabastecimento. Além disso, sua capacidade de carga permite o transporte de até 10 passageiros ou uma tonelada de carga.

Para se ter ideia, em uma viagem entre Manaus e Parintins (437 km), o barco voador levará três horas para fazer o deslocamento, emitindo uma média de 36 kg de CO2 por passageiro. Em uma lancha tradicional, a viagem duraria 10 horas e emitiria 42 kg de CO2 por pessoa. Já de avião, embora feita em apenas 1h10, a emissão chegaria a quase 60 kg de CO2 por pessoa.

Startup AeroRiver 
A AeroRiver é uma startup nacional criada em 2020 por engenheiros do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). A empresa tem como objetivo fornecer uma alternativa mais rápida e eficiente para pessoas, empresas e instituições do governo. 

Com uma equipe composta por 14 profissionais, predominantemente formados em engenharia (mecânica, elétrica, aeronáutica e da computação), a empresa está focada em fornecer alternativas inovadoras para atender às necessidades do mercado. 

 

Fernanda Pimentel 
Equipe de Comunicação do Confea com informações do AeroRiver