Presidente Alzira Miranda recebe o Prêmio Mulheres das Águas

Brasília, 26 de março de 2025.
 

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Mulheres agraciadas com o Prêmio Mulheres das Águas, concedido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA)


Na última terça-feira (25), três engenheiras do Sistema Confea/Crea foram agraciadas com o Prêmio Mulheres das Águas, concedido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). A importância da premiação se reflete não apenas no reconhecimento individual das vencedoras, mas também no incentivo à maior participação feminina no setor. Esse compromisso com a valorização das mulheres na pesca e aquicultura foi ressaltado pela coordenadora do prêmio e chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do MPA, Adriana Toledo, que destacou o impacto positivo da iniciativa. 

"Ao reconhecer e premiar essas mulheres, reafirmamos nosso compromisso com a equidade de gênero, a sustentabilidade e o fortalecimento do setor pesqueiro e aquícola. Que essas trajetórias sirvam de inspiração para as futuras gerações e que este prêmio se consolide como um símbolo de valorização, respeito e reconhecimento para todas que vivem e trabalham pelas águas do Brasil. Parabéns às homenageadas, que esta conquista seja mais um passo rumo a um futuro mais justo, inclusivo e promissor para as mulheres das águas", enfatizou Adriana.

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Presidente Alzira Miranda de Oliveira


Na categoria “Gestão Pública ou Privada”, a grande vencedora foi a engenheira de pesca Alzira Miranda de Oliveira, que também preside o Crea-AM. No Sistema Confea/Crea, Alzira sempre se destacou pelo pioneirismo. Foi a primeira engenheira de pesca a ocupar o cargo de conselheira federal suplente no Confea e a primeira a ser eleita para presidir o Crea Amazonas. À frente do Crea-AM, implementou o programa “Crea Mais Presente”, que leva assistência técnica a comunidades remotas, fortalecendo a atuação profissional e promovendo o desenvolvimento regional.
 
A trajetória de Alzira começou na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), onde cursou Engenharia de Pesca. Seguiu sua formação acadêmica com mestrado, doutorado e pós-doutorado em Biologia de Água Doce e Pesca Interior pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Durante esse período, desenvolveu pesquisas sobre sustentabilidade, mudanças climáticas, manejo ambiental e aquicultura, com foco no tambaqui, uma das espécies de maior relevância para a Amazônia.
 

Ministro André de Paula e Alzira Oliveira

“Ser parte do Prêmio Mulheres das Águas é uma oportunidade de celebrar não apenas minhas conquistas, mas também as de todas as mulheres que, como eu, lutam diariamente para transformar suas comunidades e construir um futuro mais justo e sustentável”, concluiu a engenheira. 

Pesquisa
Já na categoria "Pesquisa", a engenheira de pesca Kátia Cristina de Araújo e Silva foi a vencedora. Kátia graduou-se em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), onde também concluiu uma especialização em Aquicultura. Posteriormente, obteve o mestrado em Ciência Animal e o doutorado em Recursos Biológicos da Zona Costeira Amazônica, ambos pela Universidade Federal do Pará (UFPA). 

Kátia Cristina de Araújo e Silva


Kátia ainda atuou como pesquisadora no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Neste período, colaborou na fundação e coordenação do Laboratório de Crustáceos do Centro de Pesquisa e Extensão Pesqueira do Norte do Brasil (Cepnor), que atualmente conta com uma das maiores coleções carcinológicas da Amazônia.  Além de atuar como professora, manteve-se ativa na pesquisa, com foco na biodiversidade dos recursos pesqueiros da Amazônia em seus diversos ecossistemas. 

Durante toda a sua trajetória profissional, contribuiu para a formação de engenheiros de pesca e na orientação de alunos da graduação e pós-graduação, com destaque para o repasse de suas experiências com crustáceos. Entre eles, destacam-se os trabalhos de sistemática, bioecologia e dinâmica de populações de crustáceos do litoral amazônico e as publicações relacionadas ao camarão da costa norte do Brasil para a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

Pesca ou Aquicultura de Peixes Ornamentais
A engenheira civil Carolina Martins Torres da Silva desistiu das edificações para se dedicar a sua grande paixão: o mar. A decisão transformou sua trajetória profissional e a levou a construir uma carreira de destaque na aquicultura ornamental. "Foi um divisor de águas na minha vida. Nada mais me segurava em terra", relembrou Carolina. Durante a graduação, dedicou-se a pesquisas sobre oceanografia biológica, biologia reprodutiva e piscicultura marinha, passando por renomados laboratórios e projetos científicos.
 

Carolina Martins Torres da Silva

Carol seguiu se aprimorando academicamente, cursando mestrado e doutorado na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), sempre focada no aprimoramento da reprodução e cultivo de organismos aquáticos ornamentais. Sua pesquisa resultou em projetos de grande relevância, como o desenvolvimento de protocolos para a reprodução do cavalo-marinho (Hippocampus reidi), em parceria com a UFPE e o governo de Pernambuco. “Foi um projeto desafiador, mas conseguimos fechar todo o ciclo reprodutivo e criar os juvenis com sucesso”, destacou.

Ao longo da carreira, recebeu convites para atuar em instituições internacionais, incluindo um pós-doutorado na Universidade do Havaí. No entanto, optou por permanecer no Brasil para conciliar a vida acadêmica com sua empresa e família. Hoje, Carolina é referência na área, inspirando novas gerações de pesquisadores e empreendedores. Seu trabalho prova que a paixão pelo mar e pela ciência pode transformar vidas e impulsionar o setor aquícola brasileiro, que ainda tem muito potencial a ser explorado.

A crescente participação das engenheiras de pesca evidencia a relevância da profissão para a inovação e sustentabilidade da pesca e aquicultura no Brasil. O Prêmio Mulheres das Águas não apenas destaca essas profissionais, mas também reafirma a valorização da engenharia e o protagonismo feminino na pesquisa, na gestão e no desenvolvimento do setor pesqueiro.
 

Fernanda Pimentel
Equide de Comunicação do Confea com informações e fotos do MPA