Brasília, 2 julho de 2024.
Já parou para pensar no trabalho que é realizado para garantir que edifícios e pontes fiquem de pé e os campos permaneçam produtivos? Os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Creas) são os verdadeiros responsáveis por garantir que os serviços prestados por engenheiros, agrônomos, meteorologistas, geógrafos e geólogos sejam de qualidade e compatíveis com as necessidades da população.
Esse compromisso social com o Brasil foi firmado há 90 anos. Ao longo desse tempo, os Conselhos Regionais trabalham na ponta do Sistema Confea/Crea, efetuando registro de profissionais e de empresas, de instituições de ensino e de cursos, bem como da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), importante instrumento de comprovação do exercício legal das profissões. Além disso, os Creas são responsáveis por fiscalizar o exercício ético das profissões reguladas pela Lei nº 5.194/1966, a partir da normatização homologada pelo Confea. Nesta função, os Creas asseguram que somente pessoas habilitadas exerçam a profissão, protegendo ao mesmo tempo os interesses da categoria e da população. É a partir desta frente de atuação que o Sistema faz sua principal entrega para a sociedade, zelando pela defesa das pessoas e contribuindo para a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Confira o trabalho que os Creas têm desenvolvido nestas nove décadas
Pioneiros
Em 11 de dezembro de 1933, o presidente Getúlio Vargas promulgou o Decreto n° 23.569, criando o então Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agrimensura (Confea). Poucos meses depois, a Resolução n° 2 do Confea, de 23 de abril de 1934, criava os oito primeiros Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agrimensura, como eram definidos. A partir de 1992, cada unidade da federação passou a ter seu próprio Conselho Regional. Saiba mais sobre a evolução da criação dos Creas.
As nove décadas de história dos Creas representam não apenas uma celebração do passado, mas também uma oportunidade para refletir sobre os desafios e as perspectivas futuras, reafirmando o compromisso dessas instituições com a prosperidade do país e a valorização das profissões de engenharia, agronomia e geociências.
Conheça um pouco da história dos oito Creas que celebram 90 anos em 2024:
- Crea Bahia
A carteira profissional 001 do Crea-BA foi expedida em 14 de agosto de 1934 e o primeiro registro de empresa foi feito em 1938, quando a instituição integrava a 3ª Região, composta ainda pelos estados de Alagoas e Sergipe, sendo a sede em Salvador. O coordenador Administrativo do Crea-BA, Francisco Santa Bárbara é uma boa testemunha de como as coisas funcionavam naquela época. Ele começou a trabalhar na instituição em janeiro de 1984 e já teve diversas funções em vários setores do órgão, incluindo auxiliar administrativo, técnico de atendimento, supervisor de manutenção e fiscal. Ele se recorda de como a infraestrutura daquele tempo tornava o atendimento ao público difícil para todos. “Era um arquivo de aço, onde a gente guardava as fichas dos profissionais por ordem numérica. Quando você arquivava uma ficha dessas no local errado e chegava o profissional para pagar anuidade, você caçava, caçava e dizia: ‘o senhor pode voltar outro dia que a ficha está fora do arquivo?’ (...) Tinha muita fila para pagar a anuidade sem multa. Era muita confusão, porque o espaço físico não era adequado, as pessoas ficavam em pé no atendimento, e a gente tentava o possível para atender”, lembra ele.
Em 1994, a sede do Crea-BA vai para seu local atual, no Ogunjá. A mudança incluiu atualizações de maquinário e mobília. Esse deslocamento também representou o início de um período de modernização acelerada. No ambiente mais espaçoso da nova sede, foram pensadas atualizações no atendimento, incluindo sistemas de fila para os profissionais aguardarem sentados.
Atividade-fim do Sistema Confea/Crea, a fiscalização do exercício profissional da engenharia, agronomia e geociências também passou por transformações radicais. Quando a fiscalização do Crea-BA começou a atuar, se deslocava com mobiletes e vespas e tinha pouquíssima infraestrutura para abranger o território da Bahia, quem dirá também de Alagoas e Sergipe. Contemporâneo de Francisco Santa Bárbara, o fiscal José Augusto de Queirós é outra testemunha qualificada para relatar esse progresso, tendo atuado na Fiscalização desde 1982. “Quando eu entrei no Crea, a estrutura realmente não tinha comparação com hoje. Era melhor do que outros Conselhos, mesmo assim em termos de fiscalização de estrutura, era incipiente. Só para ter uma ideia, nós tínhamos na época quatro inspetorias, hoje nós temos 26. Quando entrei, eram oito fiscais, hoje são 53. Só tinha um analista técnico que analisava os processos para as câmaras, que também eram pouquíssimas. Se hoje você tem 79 conselheiros, naquela época você eram uns dez”, resume, pontuando a evolução do Regional que hoje tem 51 mil profissionais com registro ativo.
Para celebrar os avanços e episódios marcantes, o atual presidente Joseval Carqueija lista as atividades e ações que serão realizadas ao longo do ano. “2024 será de muitos presentes: teremos sede nova em Luís Eduardo Magalhães e reforma da sede de Salvador e Feira de Santana, escritório novo em Itapetinga, obras de construção da sede da inspetoria de Juazeiro, Irecê e Vitória da Conquista, além da implementação dos requisitos da Norma ISO 9001:2015 e realização da 79ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia em Salvador. Que privilégio o nosso de gerir o Crea nesses 90 anos”, afirma o engenheiro agrimensor Carqueija no editorial da revista do Conselho que marca as nove décadas da instituição.
- Crea Minas Gerais
Até 1999, os fiscais do Crea-MG eram todos homens. A mudança veio em 2000, quando houve um processo seletivo interno e foram selecionadas mulheres para atuar na fiscalização. Edneia Flávia Meireles Borges, que começou a trabalhar no Conselho em 1987, foi uma das selecionadas. Ela avalia que houve uma evolução positiva na atuação do Conselho nos últimos anos. “O Crea evoluiu, tecnologicamente falando, e há um maior reconhecimento e respeito pela nossa função”, afirma. A fiscal se lembra da época em que tudo dependia do meio físico. “Participei de uma fiscalização de empresas em Uberlândia e solicitei algumas informações. Fiquei assustada quando chegaram duas caixas com papeis para que eu conferisse”, recorda.
Desde 2021, a situação vivenciada por Edneia não se repete. Isso porque o Crea-MG investiu em transformação digital e passou a ofertar todos os seus serviços online, realizando, inclusive, a tramitação dos processos das câmaras especializadas no ambiente digital. A preocupação em estar em sintonia com as melhores práticas, novas tecnologias e demandas da sociedade acompanha o Conselho desde a sua criação, em 1934.
Ao longo de suas nove décadas, a trajetória do Crea-MG está ligada ao crescimento e à inovação. “Desde sua fundação até os dias atuais, a missão do Crea-MG é clara: juntos, temos o compromisso de assegurar que todos os profissionais sejam reconhecidos, defendidos, valorizados, desenvolvendo seus projetos com segurança e qualidade, contribuindo para o desenvolvimento social e crescimento econômico”, reforça o engenheiro civil e de segurança do trabalho Marcos Gervásio, presidente do Conselho.
Atualmente, o Crea-MG conta com mais de 140 mil profissionais registrados e mais de 50 mil empresas com registro ativo. Mantém unidades de atendimento em mais de 80 municípios e tem representantes em pelo menos 220 cidades mineiras. E, para continuar o trabalho que vem realizando ao longo das décadas, o presidente do Crea-MG acredita que é preciso olhar para o passado e projetar o futuro com base nos constantes aprendizados da instituição. “Ao olharmos nossa história, reconhecemos as conquistas e os obstáculos superados, mas também olhamos para o futuro com determinação e otimismo. Que esta data nos lembre da importância de honrar o legado daqueles que nos precederam, enquanto nos impulsiona a construir um futuro ainda mais promissor para as próximas gerações”, ressalta Gervásio.
- Crea Pará
Primeiro da região Amazônica, o Crea-PA era conhecido como 1ª Região e respondia também pelos estados do Amazonas, Maranhão, Piauí e pelo então território federal do Acre. A história teve início em uma das salas da antiga Escola de Engenharia do Pará, onde foi registrado o primeiro engenheiro civil, em novembro de 1934. Hoje, depois de nove décadas, o Conselho já ultrapassa a marca 59 mil profissionais registrados.
De acordo com a chefe de Documentação, Conceição Dias, funcionária do Crea-PA há 28 anos, os desafios naquela época eram diversos, desde a conscientização sobre a importância da regularização profissional até a organização administrativa e operacional da instituição. A proximidade com a Escola de Engenharia do Pará também trazia desafios e oportunidades únicas.
Entusiasta das memórias que são guardadas no arquivo do Crea-PA, a biblioteconomista zela de relíquias como a ata da inauguração da primeira sede, em 1936. Os registros profissionais do primeiro presidente, o engenheiro civil e de minas Amyntas de Lemos (1936-1937), e da primeira mulher inscrita no Crea também compõem a memória da instituição.
Em busca da prosperidade da instituição, a presidente e engenheira civil Adriana Falconeri reforça que vem trabalhando para que engenheiros, agrônomos, geocientistas e tecnólogos recuperem o orgulho em ser parte do Conselho. “Nossa profissão desempenha um papel essencial na sociedade, desde a concepção de infraestruturas vitais até a inovação tecnológica. É imperativo que todos nós estejamos unidos em nossa missão e sintamos orgulho do trabalho que realizamos”, afirma a primeira mulher a assumir a presidência do Crea paraense, para quem a inovação e a engenharia são essenciais na construção de soluções para os problemas do Brasil. “Estamos cotidianamente sendo desafiados por novas realidades, cujas demandas devemos responder com eficiência”, salienta.
- Crea Pernambuco
Um sábado que entrou para história das engenharias, agronomia e geociências. O ano era 1934. O mês: julho. O cenário nacional era um novo ambiente político, com a promulgação da Constituição Brasileira de 1934. A lei máxima do país veio com o propósito de organizar um regime democrático, que assegurasse à Nação a unidade, a liberdade, a justiça e o bem-estar social e econômico. Nesta conjuntura, nascia o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco, no dia 7 de julho, marcando a defesa da boa engenharia, agronomia e geociências e atento ao bem-estar da sociedade.
No ano em que comemora nove décadas de história, o Crea de Pernambuco mergulha cada vez mais na era digital. O futuro é agora para os profissionais das engenharias, agronomia e geociências. A tecnologia vem sendo usada como aliada, proporcionando avanços assertivos nas ações deste Conselho em prol dos seus profissionais e sociedade.
A exemplo dos investimentos na fiscalização – atividade-fim do Conselho –, a aposta é na prevenção. Para isso, foram adotadas iniciativas de monitoramento contínuo, com cruzamento de dados e georreferenciamento, além de um planejamento com resultados práticos. Isso confere à população segurança na execução dos serviços de profissionais que são capacitados para realizá-los, bem como assegura aos próprios profissionais uma concorrência leal e justa.
A inovação é um caminho sem volta na gestão do Conselho pernambucano. Numa iniciativa inédita, o Regional lançou o programa Crea Qualifica para atender exatamente um dos principais pleitos dos profissionais: a qualificação continuada. O programa ofereceu cursos, seminários, workshops, nas mais diferentes áreas e todos de forma gratuita.
Sonhar grande faz parte do DNA do Crea Pernambuco. Há pouco mais de 40 anos, realizou a conquista de sede própria. O prédio, inaugurado em 29 de março de 1982, trazia a solidez do concreto e vigas da importância do Conselho para seus profissionais, além das contribuições que a engenharia, agronomia, geociências e arquitetura – que fazia parte da entidade de classe – para a sociedade e desenvolvimento do Estado.
No coração da principal avenida, que conecta a cidade da Zona Norte à Zona Sul, sendo um dos mais importantes corredores de circulação do Recife. A localização foi um dos diferenciais da nova sede do Crea. “Tinha até estacionamento. Uma reivindicação dos profissionais, na época”, lembra o geólogo Christino Pereira de Lyra Sobrinho, vice-presidente do Crea-PE, quando o prédio foi inaugurado. Ele participou ativamente da gestão da instituição no final dos anos de 1970 e início de 1980.
“Naquela época era, convenhamos, bastante conservadora. Muito, muito restritiva”, pontua o geólogo. Aos poucos, ele foi conseguindo defender e ser ouvido sobre a importância das empresas na contratação de responsáveis técnicos para seus projetos de engenharia, agronomia e geociências.
As mudanças de posicionamento do Crea são mais lentas, na opinião do ex-vice-presidente. “Mas estão um pouco mais céleres nestas últimas gestões”, classifica. Para ele, um marco para o Crea, foi quando, pelo início dos anos 1990, a então Companhia Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH) autorizou o descarte das usinas de cana-de-açúcar de vinhoto – um resíduo malcheiroso que resta após a destilação fracionada do caldo de cana-de-açúcar fermentado, para a obtenção do etanol – direto no Rio Una, causando poluição nas águas.
“Pela primeira vez, o Crea convidou o diretor-presidente da CPRH para explicar a decisão que era prejudicial para o meio ambiente. Interferiu numa decisão que foi além do Conselho e era de extremo interesse para o Estado”, destaca Christino Pereira de Lyra Sobrinho.
Ao longo dos seus 90 anos, o Crea de Pernambuco assume seu protagonismo em debates importantes para a sociedade, levando soluções e buscando alternativas com base na engenharia, agronomia e geociências de qualidade. “As pessoas transformam as cidades a partir do seu ambiente. O Crea disponibiliza as ferramentas adequadas para as transformações com qualidade técnica, sustentabilidade, acessibilidade. Nove décadas nos deram repertório para construção de estradas que nos levam para o futuro, com fôlego para investir na valorização profissional, com prestação de serviços de qualidade e segurança para a sociedade civil”, aponta o presidente do Crea-PE, engenheiro civil Adriano Lucena.
- Crea Paraná
Criado em 11 de junho de 1934, o Crea-PR trabalha há 90 anos na defesa dos interesses das profissões, regulamentando e fiscalizando a atuação de profissionais e empresas das áreas das engenharias, agronomia e geociências no estado.
Presente em todas as cidades do Paraná com oito grandes Regionais (Apucarana, Curitiba, Cascavel, Guarapuava, Londrina, Maringá, Pato Branco e Ponta Grossa) e 35 inspetorias, o Conselho promove ações para o crescimento, a melhoria do ambiente de trabalho e garantia dos direitos dos seus mais de 102 mil profissionais registrados e com visto. Essa descentralização dos serviços iniciou na década de 1970 e se tornou um diferencial do Crea-PR, com o objetivo de garantir agilidade e eficiência no atendimento por estar cada vez mais perto dos profissionais, das empresas e da sociedade.
“O Crea-PR é visto como modelo dentro do Sistema Confea/Crea em diversas áreas, destacando-se pela eficiência na fiscalização, agilidade e inovação. Completamos 90 anos com muito orgulho da trajetória dos que por aqui passaram. Para o presente e o futuro, desafios que abrangem as metas estabelecidas em nosso Planejamento Estratégico, que hoje é a ‘alma’ do Conselho, com objetivos que buscam a defesa das profissões e a proteção de toda a sociedade”, declara o presidente do Crea-PR, engenheiro agrônomo Clodomir Ascari.Hoje com 370 funcionários, o Crea-PR está repleto de boas histórias e relatos das mudanças. O agente de fiscalização Wanderley Vaz de Araújo, colaborador que atua há mais tempo na área, desde 1980, conta que quando começou, o Crea não tinha carro disponível e, por isso, trabalhava com veículo próprio. “A fiscalização abrangia todas as áreas da engenharia, porém, para cada uma existia um bloco, um formulário próprio, e o mais complicado é que eram três a cinco vias e precisava colocar o carbono para preencher. Era uma dificuldade enorme quando tinha vento ou chovia, segurar os papeis e forçar a caneta para aparecer nas vias de baixo. Com o passar dos anos o Crea-PR disponibilizou carro para a fiscalização, trouxe a tecnologia, a implantação da informática, veio a internet e tudo facilitou a elaboração dos relatórios, diminuíram os formulários e passamos a trabalhar com maior precisão de acerto”. Para ele, essa modernização foi o “grande pulo do gato, uma evolução”, relembra.
Nas ações atuais do Crea-PR, destaca-se a permanente promoção da participação dos profissionais por meio das entidades de classe, instituições de ensino e projetos como a Agenda Parlamentar e o portal de oportunidades profissionais Conecta, que trazem oportunidades de mudanças na legislação e nas formas de atuação, e ainda valorização e atualização profissional.Na última década houve ainda um grande investimento e dedicação à comunicação institucional, para manter os profissionais e a sociedade bem informados, além da abertura de canais de contato e atendimento. Desde 2020 todos os serviços do Crea-PR passaram a ter a possibilidade de atendimento online.
- Crea Rio de Janeiro
Em 5 de junho de 1934, o engenheiro civil Dulphe Pinheiro Machado presidiu a primeira sessão Plenária do Conselho da 5ª Região, que viria a se tornar o atual Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro. Naquele dia, quando deu posse aos primeiros diretores, onde hoje é o Museu Nacional de Belas Artes, ele afirmou que ali “tinha início uma nova era”. Desde então, o trabalho diário do Crea-RJ tem sido o de assegurar que as engenharias, a agronomia e as geociências sejam praticadas dentro da legalidade, por profissionais tecnicamente habilitados, contribuindo, assim, para o bem-estar da população.
Uma das funcionárias mais antigas do Crea-RJ, a administradora Márcia da Silva Tavares, vivenciou importantes mudanças na estrutura organizacional do Sistema, quando da fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, em 1974. “Eu cheguei no Crea, por meio de concurso, em 1972, na antiga 13ª Região. Quando houve a fusão da 13ª com a 5ª Região, foi criada a 21ª região, no número 133 da Avenida Rio Branco. Fui uma das últimas pessoas de Niterói a ir para o Rio”, lembra.
Nove décadas depois de sua fundação, o Crea-RJ segue no objetivo de oferecer excelência em sua atuação e promover constantemente o conhecimento e a importância das áreas por ele abrangidas, ampliando o seu papel de instituição responsável pela fiscalização do exercício profissional, em defesa da sociedade.
Para o presidente Miguel Fernández, as comemorações dos 90 anos requerem ações compatíveis com a importância do Crea do Rio de Janeiro. “Hoje, o Crea-RJ está presente em 33 municípios e conta com o registro de mais de 110 mil profissionais e 20 mil empresas, com a previsão de ampliar ainda mais neste ano de 2024. Vamos nos empenhar e nos esforçar para fazer um ano de celebração proporcional à envergadura da história do nosso Conselho. Queremos mostrar, resgatar e comunicar todos os nossos ganhos, todo o nosso ativo”, enfatiza.
Neste momento de celebração, o Crea-RJ reafirma seu compromisso de continuar a servir a sociedade, de promover a ética, a responsabilidade e a excelência profissional e de contribuir para um Rio de Janeiro e um Brasil cada vez melhores. Temos a convicção de que junto a nossos profissionais, empresas e inúmeros estudantes que logo ingressarão formados no mercado de trabalho, uma nova realidade pode ser moldada, elevando os padrões da atividade produtiva e pavimentando um caminho seguro para o crescimento e para o desenvolvimento nacional.
- Crea Rio Grande do Sul
Em maio de 2024, o Crea-RS completou 90 anos. Nove décadas em que o mundo deu um salto tecnológico que repercutiu intensamente em todas as áreas do conhecimento. E muitas dessas atividades estão no escopo do Conselho.
Quando foi criado, em 1934, no Crea Rio Grande do Sul havia 179 profissionais registrados. Em 2024 são mais de 83 mil profissionais, 25 mil empresas da área tecnológica e mais de 300 títulos. Enquanto sua missão segue firme e inalterada, nestes 90 anos, o Crea-RS foi, sim, ressignificando seu propósito porque entende que para construir grandes trajetórias é necessário, evidentemente, cumprir seu papel legal. Mas também é preciso ir além, estar atento, alinhado e atualizado em relação ao que move a sociedade, como pontua a presidente Nanci Walter. “Sempre tive como missão usar minha experiência adquirida como instrumento de ações positivas, de mobilização e integração dos profissionais em prol de um projeto de gestão dinâmico. Caminhar com vocês por melhorias às nossas profissões é uma grande honra. A transformação, dentro destes 90 anos de história, traz um Conselho forte e atuante. Inovam aqueles que estão abertos à própria transformação”, afirma a engenheira ambiental que entrou para a história como a primeira mulher a dirigir a instituição.
Comprometida com o povo gaúcho, a presidente trabalha desde o primeiro mandato para oferecer atendimento de excelência. “Transparência, equidade, sustentabilidade, inovação e resultados são e sempre serão a nossa tônica e nosso foco! Nossos principais compromissos estão sendo alcançados, como novos serviços on-line, melhoria no atendimento, diálogo constante com profissionais, empresas, entidades de classe, instituições de ensino, sociedade civil e governos”, ressalta a dirigente do Crea-RS que neste mês de maio presta solidariedade aos profissionais e vítimas das enchentes do estado, oferecendo apoio efetivo com ações práticas, como a implementação da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) sem custos.
E é com esse propósito que o Conselho gaúcho pretende continuar escrevendo sua história pelas próximas décadas. Ciente da sua missão de protagonista e conectado ao que há de mais valioso: o ser humano. Engajamento para que isso aconteça não falta, como declara Luiz Jacomini Righi, funcionário com mais tempo de casa. “O Crea é um grande conselho para a vida. Parabéns por seus 90 anos fazendo história na defesa da sociedade”, frisa o procurador-chefe da área Jurídica que iniciou trajetória no Regional em 1978, dedicado a acumular conhecimento e contribuir para o crescimento da instituição.
“Soube da existência do Crea-RS quando cursava o Técnico em Agropecuária em Frederico Westphalen, mas meu ingresso em seus quadros não se deu como profissional do Sistema – embora tenha me registrado posteriormente –, mas sim como funcionário em 1º de novembro de 1978, após prestar concurso, ao cargo de auxiliar de escritório. Meu primeiro local de trabalho foi na Seção de Tesouraria, época em que também iniciei o curso de Direito. Ao concluir, prestei concurso interno para assessor jurídico quando passei a exercer as funções de assessor jurídico, no próprio Departamento Jurídico. Após, exerci a mesma função no Departamento Executivo das Câmaras Especializadas. Atualmente, de volta ao Jurídico, exerço as funções de procurador-chefe da Procuradoria Jurídica do Crea-RS”, rememora em agradecimento à instituição. “Quero manifestar minha eterna gratidão pelo aprendizado profissional nesses 45 anos de convívio”, expressa admiração com o mesmo apreço que cantou o hino Riograndense na abertura da 78ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) em 2023, em Gramado.
- Crea São Paulo
Desde que o Crea-SP foi instituído, a história da autarquia paulista se misturou com a cronologia do desenvolvimento do Brasil. À época, o cenário nacional era de recuperação após uma crise econômica global, e de estabelecimento de uma nova política, com a criação da Constituição de 1934, a terceira constituinte brasileira.
Hoje, a dinâmica é bastante diferente, mas a relação entre o Conselho e o crescimento do país segue mais e mais consolidada. Se, no passado, o crescimento era atribuído especialmente a uma única atividade que compõe a área tecnológica – naquele momento, a cafeicultura –, no presente, é a dinâmica diversa das profissões das engenharias, agronomia e geociências, tecnologia e design de interiores que dita uma construção sólida de progresso rumo ao futuro.Até mesmo o registro dos 25 mil novos profissionais que se formam anualmente em SP mudou. Antes, era presencial e datilografado. Atualmente, o serviço está na palma da mão e a carteira profissional no próprio celular dos mais de 370 mil registrados. “A Faria Lima era o centro das operações, cheguei a fazer 80 carteiras por dia e não podia errar”, testemunha Auro de Moraes, assistente administrativo da Equipe de Procedimentos e Desburocratização.
A transformação no modo de atender e apoiar os responsáveis pelo desenvolvimento veio de uma cultura instalada recentemente no Crea-SP. Foi somente na última década que a mudança começou a acontecer de verdade, com otimização dos serviços e uma entrega tão dedicada que é percebida dentro e fora do Sistema Confea/Crea. “O profissional sente a diferença, pois havia uma limitação na forma de trabalho. Passamos a atuar como solucionadores dos problemas, criando práticas para melhorar a rotina dos colaboradores e, com isso, avançar em um novo perfil de autarquia, que passou a ser mais participativa, acolhedora e inovadora”, explica a presidente e engenheira civil Lígia Mackey, que, não à toa, é a primeira mulher eleita para a Presidência do Conselho paulista nessas nove décadas.
Os resultados da nova cultura organizacional são vistos na ampliação da diversidade, nos recordes de fiscalização – em 2023, foram mais de 774 mil ações fiscalizatórias realizadas – e nas parcerias firmadas com outros órgãos públicos – incluindo Conselhos Regionais de outros estados – e organizações privadas. “A ideia de um Crea-SP a serviço do profissional nunca antes se fez tão real como agora. Deixamos claro o fundamental papel que a área tecnológica desempenha e o quanto podemos avançar em termos de qualidade de vida, crescimento econômico, preservação ambiental e tantos outros assuntos técnicos quando um responsável técnico é amparado e valorizado”, defende Lígia.
Edição: Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea
Redação: Assessorias de Comunicação do Crea-BA, Crea-MG, Crea-PA, Crea-PE, Crea-PR, Crea-RJ, Crea-RS e Crea-SP
Fotos: acervo dos Creas