Brasília, 16 de março de 2022.
Reeleito para o quarto mandato como coordenador nacional das câmaras especializadas de Engenharia Civil, o gaúcho João Luís de Oliveira Collares projeta um ano bastante proveitoso. Formado pela PUC-RS em 1984, ele tem especialização em Auditoria, Avaliações e Perícias pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação (Ipog), em 2012. Na entrevista a seguir, ele projeta algumas de suas expectativas para o novo mandato, após a reeleição durante a abertura do 11º Encontro de Líderes Representantes do Sistema Confea/Crea e Mútua, em 15 de fevereiro, em Brasília.
Apesar de cogitar alguma quebra de ritmo, em se tratando de ano de eleições gerais do país, o coordenador destaca a disposição dos engenheiros civis em obter conquistas importantes para a sociedade. “Faremos mais uma vez uma gestão em que todos trabalham em conjunto, será algo muito produtivo. Houve uma renovação considerável, mas a turma está empolgada e vai sair um bom trabalho. Nos últimos 10 anos, todas as regiões foram contempladas como coordenador ou coordenador adjunto. Sempre em cima da meritocracia, com uma renovação saudável, alicerçada em conhecimento”, diz.
Collares elogia a eleição para adjunto que envolveu três excelentes candidatos, além do eleito Ricardo Ferreira (Crea-GO), os coordenadores das câmaras nos Creas do Maranhão e de Mato Grosso, respectivamente, engenheiros civis Antônio Carlos Amaral Ribeiro e Darci Lovato. “Todos excelentes candidatos, que já eram coordenadores no ano passado com trabalhos de muita qualidade. Vamos trabalhar juntos. Em todas as gestões que fiz, o grupo trabalhou em conjunto, sendo algo muito produtivo”.
Site do Confea – Dos assuntos tratados no 11º Encontro de Líderes do Sistema Confea/Crea e Mútua, quais os que predominam no plano de trabalho da coordenadoria?
Eng. civ. João Luís Collares – O Encontro foi importante, conversamos com os presidentes de Creas, houve uma boa aproximação entre a coordenadoria e o plenário, o que deveria ser feito com mais assiduidade. Também foi importante a coordenação com os legisladores no espaço Café e Política. Houve um bom diálogo com alguns deputados. Fazer esse tipo de relações institucionais é importante. Essa coordenação pode vir a beneficiar a atuação do seu estado em algum campo que esteja com problema na fiscalização. Essa afinação com os presidentes de Creas também deveria ser fomentada. É um caminho saudável. A autonomia dos estados e regiões também deve ser fomentada.
Site do Confea – Considerando que as profissões de Engenharia, Agronomia e Geociências são caracterizadas por realizações de interesse social e humano, quais grandes temas nacionais estarão na agenda prioritária da coordenadoria em 2022?
Eng. civ. João Luís Collares – Cerca de seis a 12 propostas devem retornar este ano para fazermos alguns ajustes. Temas como a resolução nº 64 do ministério da Economia sobre alvarás e Habite-se, que envolveu o diálogo com o Corpo de Bombeiros, a Cbic e outras entidades, além da atuação do superintendente Osmar Barros Júnior e do assessor parlamentar José Maria Soares. Também buscaremos valorizar ações institucionais com os ministérios da Educação, Trabalho, Habitação e Infraestrutura. Temos também a participação em outros fóruns com a comunidade externa, como na Comissão Temática de Habitação de Interesse Social, em que é importante continuarmos participando. Da mesma forma, precisamos continuar fomentando a relação com Instituições de Ensino Superior da profissão. Essa é uma forma de valorizar a profissão, e os coordenadores precisam continuar nesse processo, aproximando-se mais da academia. A democracia se exercita dessa maneira.
Site do Confea – Considerando as diretrizes e assuntos definidos para as Coordenadorias de Câmaras Especializadas e Comissões de Ética dos Creas – entre eles, subsídios técnicos sobre as resoluções dos Conselhos de Técnicos; informações do Banco Nacional de ARTs para fins de fiscalização; posicionamento sobre as propostas legislativas; entre outros temas – como o senhor pretende coordenar o trabalho, de acordo com o que foi definido pelo plenário do Confea?
Eng. civ. João Luís Collares – Montamos grupos de trabalho para cada ação, envolvendo todos os coordenadores que, dentro do cronograma físico, vão atender a essas demandas. Temos um time bom e preparado.
Calendário de reuniões ordinárias da CCEEC 2022 | |
Data | Local |
4 a 6/5 | Brasília (DF) |
31/8 a 2/9 | Belo Horizonte (MG) |
5 a 7/12 | Brasília (DF) |
Site do Confea – Além das diretrizes estabelecidas pelo Confea, o senhor pode falar sobre outras acrescentadas ao plano anual de trabalho da CCEEC?
Eng. civ. João Luís Collares – Apontamos entre elas o projeto da carreira de Estado, a elaboração de normas técnicas junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A inclusão da CCEEC na Comissão de Harmonização Interconselhos (CTHI), que tratará das resoluções do CFT que atingem a modalidade. A maioria desses temas já vinha sendo discutido pelo menos desde o ano passado. A continuidade da gestão possibilita que a gente mantenha a memória do que é feito, dentro do processo de uma coordenadoria, trazendo ganhos de produtividade, sendo mais ágeis, considerando que já temos uma gama de contatos e que as relações interpessoais ajudam bastante nos nossos trabalhos. Continuaremos o projeto das diretrizes curriculares específicas para a formação de engenheiros civis. Tendo sucesso, beneficiaremos o Sistema e as próximas gerações. Há ainda a demanda em torno do Livro de Ordem, proposta encampada pelo Colégio de Presidentes no ano passado e envolvendo ainda a atuação conjunta com o Sinduscon e a Cbic e discutiremos também a TOS (Tabela de Ordens e Serviços), a qual deveremos encaminhar por meio dos Creas, entre outras demandas vindas da nossa base de profissionais.
Site do Confea – Qual abordagem a coordenadoria dará às ações de fiscalização das atividades profissionais, nestes tempos de pandemia?
Eng. civ. João Luís Collares – Conseguimos dar uma ênfase na fiscalização dos editais, já que muitos trabalharam remotamente por comorbidades e idade avançada. Isso deve continuar este ano porque se mostrou produtivo, trazendo bons resultados. Vários editais foram questionados por ações das equipes dos jurídicos dos Creas. Alguns editais têm tentado excluir engenheiros civis em atividades em que temos plena capacidade e formação, atividades estas dentro do objeto da profissão de engenharia, estamos atentos a estes fatos, pois temos a valorização profissional entre as nossas demandas.
Site do Confea – No final de sua gestão à frente da coordenadoria, qual a marca que pretende deixar para os profissionais e para o Sistema?
Eng. civ. João Luís Collares – Gostaria de deixar um bom exemplo. Gostaria que o pessoal valorizasse mais a profissão que escolheu para o resto da vida. Costumo dizer: “Trabalhe com o que você ama e nunca mais precisará trabalhar na vida.” Gostaria de deixar boas ações que beneficiem as futuras gerações e a sociedade.
Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea
Foto: André Almeida/Confea