Brasília, 19 de maio de 2020.
Em sua 10ª agenda, o Comitê do Sistema Confea/Crea e Mútua de Gestão da Crise decorrente da covid-19 recebeu em reunião virtual, nessa segunda-feira (18/5), o ex-vice-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), eng. civ. Darc Costa, e o jornalista e escritor mexicano Lorenzo Carrasco para discutir soluções capazes de viabilizar o desenvolvimento nacional após a crise sanitária.
Para os debatedores convidados, a tomada de atitude deve começar agora, com reflexões sobre a reconstrução do Brasil. “Não dá para esperar porque é uma questão de vidas humanas. Precisamos com urgência ter uma doutrina sólida e fazer emergir lideranças brilhantes. O Confea pode ser um grupo que reúna engenheiros e lideranças em prol de um plano nacional que dê ao país a capacidade de implementar infraestrutura, revertendo essa crise”, sugeriu o jornalista Lorenzo Carrasco, que teve a fala complementada pelo eng. civ. Darc Costa. “Serão quase 60 milhões de pessoas desempregadas, se não fizermos nada”, alertou, sinalizando outra possível estratégia: articulação entre sistemas profissional e produtivo. “Somos engenheiros e, por isso, temos que manter contato com agentes interessados em produção de riqueza física, como o Conselho de Economia e instituições do setor de infraestrutura”, disse aos representantes dos Confea.
Autonomia industrial
Segundo Darc Costa, que é doutor em Engenharia de Produção e consultor em Planejamento, a pandemia deixou evidente a necessidade imediata do Brasil por parques industriais. “Obras de reindustrialização nas áreas de saúde, energia, defesa e agroindústria darão autonomia ao país”, ressaltou, ao lembrar que equipamentos e testes para o enfrentamento ao novo coronavírus estão sendo trazidos do exterior, o que leva tempo e compromete o tratamento de pacientes.
O presidente do Crea-GO também criticou a demanda do Brasil por importações, sobretudo de bens industrializados. “Não temos um conceito de ‘ciência, tecnologia e industrialização’. Devemos começar a desenvolver nossa própria produção, reestruturando nosso parque industrial”, defendeu o eng. agr. Francisco Almeida.
Sentido ético
Questionado pelo presidente em exercício do Confea sobre como questões éticas ajudam a população a passar por uma crise sanitária e econômica, Carrasco respondeu que sem um planejamento fica muito mais fácil de a corrupção ser praticada. “O projeto nacional de desenvolvimento é a medida para restabelecer um sentido ético no país, e os jovens, por exemplo, precisam ver sentido nisso”, considerou o jornalista que já atuou no México, Colômbia, Peru e Venezuela e é um dos fundadores do Movimento de Solidariedade América Latina.
À pergunta do conselheiro federal, eng. agr. João Bosco Lima Filho, acerca do “sentimento de pátria” que, em geral, renasce ou é fortalecido após períodos de crise, o convidado disse ser um momento para “gestar uma proposta que ganhe a mente e os corações dos jovens e daquelas pessoas que produzem”. Ao que o engenheiro Darc acrescentou: “O povo deve ser integrado a um propósito legitimado e isso é nacionalismo, quando há interesse do povo por um projeto”.
Planos do Confea
Ao agradecer a participação dos dois convidados, o chefe de gabinete do Confea pontuou que o debate irá render uma “sequência produtiva e encadeadora de ideais e documentos estratégicos” dentro do Conselho. “É necessária essa parceria com o setor produtivo e com outros conselhos profissionais, nossos coirmãos, para prover iniciativas. Não podemos nos acomodar porque o desafio é prover emprego digno a mais de 50 milhões de brasileiros. Temos que gerar conteúdo para um diálogo mais contundente com nossos articuladores nacionais e de organizações internacionais”, disse o eng. agr. Luiz Rossafa, propondo na sequência uma atuação mais intensa. “Nesta semana poderíamos trabalhar com um comitê avançado e produzir encaminhamentos objetivos. Precisamos produzir respostas porque a miséria é numericamente expressiva”, argumentou, sendo depois corroborado pelo presidente em exercício. “Continuaremos nesta empreitada”, assegurou o eng. civ. Osmar Barros Júnior.
Representantes
Participaram da 10ª reunião do comitê o presidente em exercício do Confea, eng. civ. Osmar Barros Júnior; os diretores do Confea, eng. agr. João Bosco Lima Filho e eng. civ. Ricardo Araújo; o coordenador da Comissão de Ética e Exercício Profissional, eng. agr. Annibal Margon; os presidentes do Crea de Goiás, eng. agr. Francisco de Almeida; o chefe de gabinete do Confea, eng. agr. Luiz Rossafa; os superintendentes de Integração do Sistema, eng. eletric. Reynaldo Barros, de Estratégia e Gestão, bach. Renato Barros, e Administrativo e Financeiro, adv. Jadir Alberti; o procurador jurídico Igor Garcia; os gerentes de Comunicação, jorn. Felipe Pasqualini, e de Planejamento e Gestão, Prícila Fraga; e os assessores da presidência, eng. agr. Flávio Bolzan e eng. amb. Renato Muzzolon Junior.
Julianna Curado
Equipe de Comunicação do Confea