Brasília, 21 de janeiro de 2021
Na última terça-feira, 19/1, o presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger, se reuniu com integrantes do Ministério das Relações Exteriores para viabilizar meios de institucionalizar os futuros termos de reciprocidade a serem assinados entre o Confea e instituições congêneres dos membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Presente à reunião, o diretor interino do Departamento de África do Ministério das Relações Exteriores, Bernardo Brasil, expôs outros espaços de oportunidades no continente africano.
“A agronomia é uma questão central nas nossas relações com os países africanos, tanto do ponto de vista comercial – com destaque para o comércio de açúcar, carne bovina e frango -, como também na cooperação técnica”, afirmou Brasil, acrescentando que, com muita frequência, a cooperação técnica é realizada na área de agricultura. “Trocamos conhecimento em relação a combate de pragas, a técnicas de plantio de algodão, etc”, disse.
De acordo com Brasil, há muito espaço para cooperação em Engenharia na África. Ele mencionou, como exemplo, a implantação da fábrica brasileira de computadores laptop Positivo em Ruanda e a instalação de cabos submarinos de fibra ótica que conectam Luanda (Angola) e Kribi (Camarões) a Fortaleza. “A China está muito presente na África, mas é culturalmente muito distante. A Europa também é presente, vemos isso pelas línguas que se falam na África, mas os europeus ainda são vistos como ex-colonialistas. Culturalmente, o Brasil é mais próximo da África, pois eles nos veem como ‘um de nós’”, pontuou.
África do Norte
“Temos parceiros comerciais muito importantes na África do Norte. O Egito é um dos maiores compradores de produtos brasileiros na África e no mundo Árabe. Marrocos é um país que se aproxima cada vez mais do Brasil, já temos voos diretos daqui para lá”.
África oriental
“Embora tenhamos proximidade com a África ocidental (os cabos de fibra ótica são um exemplo), a relação com a África oriental é um desafio. Com exceção de Moçambique, temos uma relação muito rarefeita com países que são economias em alto ritmo de crescimento: Tanzânia, Etiópia (sede da União Africana) e Quênia, que tem buscado aproximação com o Brasil - eles têm enviado delegações de parlamentares para cá para obterem informações sobre iniciativas de combate à praga de gafanhoto e de combate à corrupção. São países que, no momento, gozam de relativa estabilidade institucional, não estão em guerra, são economias que crescem vertiginosamente, alguns deles mais de 10% ao ano, durante muitos anos, e que têm como prioridade nacional aperfeiçoar a infraestrutura física e a integração com outros países (ferrovias, por exemplo), o que para a Engenharia é uma grande oportunidade”.
Agenda 2063
Durante sua fala, Bernardo Brasil orientou à equipe do Confea que estudassem a Agenda 2063, documento da União Africana que congrega 14 iniciativas para promoção do crescimento econômico do continente, envolvendo áreas como infraestrutura, ciência e tecnologia. O intuito é promover uma maior integração entre os países do continente africano, com a construção de ferrovias e melhoria das redes de telecomunicação, por exemplo. “Precisamos aproveitar essas oportunidades, pois não somos os únicos no mundo que percebem o potencial africano e que envidam esforços no estabelecimento dessas parcerias”, disse, antes de afirmar estar satisfeito com as movimentações do Confea em torno da promoção da maior mobilidade profissional.
Acompanhado da gerente de Relacionamentos Institucionais, eng. eletric. Fabyola Resende, e do assessor da Presidência eng. agr. Flavio Bolzan, Joel Krüger afirmou ser do interesse do Confea considerar essas parcerias. “Infraestrutura, fibra ótica, transporte, agronomia são nosso dia a dia. Às vezes, empresas europeias vão executar projetos em países africanos e têm interesse em contratar profissionais que estejam regularizados nessas localidades”, afirmou, pontuando espaços de oportunidades.
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Beatriz Craveiro
Equipe de Comunicação do Confea