Engenheiro Arquiteto pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (Rio Janeiro), em 1957
Nascimento: Jataí (GO), 17 de janeiro de 1929
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF)
Creso Villela nasceu no mesmo município onde, 26 anos mais tarde, Juscelino Kubitschek faria, pela primeira vez, publicamente, a promessa de construir uma capital no interior do Brasil. De Jataí, passou parte da infância em Catalão, ainda em Goiás – onde ouviu pela primeira vez a palavra “arquiteto” – e, aos doze anos, foi morar com o tio no Rio de Janeiro: todas as mudanças pautadas pelo investimento que seus pais faziam em sua educação.
Ele conta que quando estava no ensino médio, no Rio de Janeiro, sofria preconceito por ser goiano. No último ano de escola, conheceu um outro goiano, de Goiás Velho, de quem ficou muito amigo, entraram na faculdade juntos. E foi com a irmã dele, Ernestina (ou Tininha) que Creso se casou e passou 65 anos de sua vida, entre namoro, noivado e casamento.
Estudante de colégio inglês, Creso cresceu dizendo que, quando se tornasse adulto, entraria para a aeronáutica. “Quando terminei o colegial, meu pai não me autorizou a me cadastrar na reserva”, conta, ao explicar que veio daí a ideia de buscar o título de “Engenheiro Arquiteto”, então concedido pela então Universidade do Brasil. “Nossa arquitetura moderna estava em pleno prestígio e evidência mundial”, conta Creso, que se formou em 1957, auge da construção de Brasília.
Em 1959, contratado pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil – a Novacap –, Creso e Tininha voltaram para o interior do país e foram morar em um acampamento onde hoje fica o estacionamento do Senado. “Brasília foi um canteiro de obra extraordinário para mim”, conta ele, cuja primeira função foi fiscalizar as obras do Congresso Nacional. A partir de 1961, como chefe da 2ª Divisão de Obras do Departamento de Edificações da Novacap, Creso foi responsável pelas obras de edificação da Praça dos Três Poderes, localizada no início da Esplanada dos Ministérios.
Após ocupar diversos cargos de gestão pública quando a verticalização de Brasília estava em pleno vapor, em 1969, após mudança no governo, Creso sentiu que estava na hora de investir na iniciativa privada e fundou sua construtora, a Villela e Carvalho, que, entre obras no setor imobiliário, shoppings, hotéis e usina hidrelétrica, já construiu mais 800 mil metros quadrados no Distrito Federal. Foram da Construtora Villela e Carvalho os primeiros documentos de habite-se dos bairros de Águas Claras e Noroeste.
Creso criou uma verdadeira relação de amor com a atual capital brasileira, onde nasceram dois de seus sete filhos. Perguntado sobre se teria outros hobbies e atividades, Creso é pontual: suas paixões são exclusivamente a profissão e a família. “Tenho origens de pioneiros, fundadores de cidades, meu tataravô foi o fundador de Jataí, e eu tive o privilégio de contribuir para a construção de uma capital inteira”, celebra.
Por seu trabalho na construção de Brasília, Creso recebeu, em 1961, uma carta escrita pelo então presidente da República, Juscelino Kubitschek, em que reconhece o patriótico apoio à luta travada na condução do desenvolvimento nacional. O engenheiro arquiteto foi agraciado ainda com diversas honrarias: da Marinha, do Governo do Distrito Federal, da Novacap, do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), do Clube de Engenharia de Brasília, da Câmara Municipal de Jataí e da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Ainda assim, Creso disse receber com completa surpresa a homenagem do Sistema Confea/Crea e Mútua. “Há muitos colegas que merecem muito mais do que eu. Só da Novacap, éramos 900 funcionários construindo Brasília”, comenta humildemente, sem colocar na conta toda a cidade erguida nos mais de cinquenta anos de existência de sua construtora.
Trajetória profissional
Engenheiro na Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil – Novacap (1959-1969); Chefe da 2ª Divisão de Obras do Departamento de Edificações da Novacap (1961-1965); Diretor Técnico de Obras da Comissão de Obras do Grupo de Trabalho de Brasília (1965-1966); Chefe do Grupo de Controle Técnico de Fiscalização do Fundo Rotativo Habitacional de Brasília (1966-1967); Chefe da Divisão de Obras da Diretoria Técnica (1967); Chefe do Departamento Econômico da Novacap (1967); Diretor da Novacap (1968); Diretor Superintendente da Sociedade de Habitações de Interesse Social – SHIS (1968-1969); Fundador e presidente da Construtora Villela e Carvalho (1969-2010); Assistente do coordenador técnico da Coordenação do Desenvolvimento de Brasília – Codebrás (1970-1972); Vice-Presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal – Sinduscon-DF (1973-1976); Presidente do Sinduscon-DF (1976-1979); Secretário Executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal (1992); Coordenador do Programa de Desenvolvimento Industrial da Secretaria de Indústria, Comércio e Desenvolvimento Regional do Distrito Federal (1993).