Brasília (DF), quarta-feira, 20 de outubro de 2004.
O Confea e a Febrae apresentarão a proposta na 2ª Convenção Mundial que acontecerá na China, de 02 a 06 de novembro deste ano. A definição do tema foi antecedida de uma contextualização dos atuais e maiores problemas mundiais, feita pelo presidente do Confea, eng. Wilson Lang.
Lang lembrou que o encontro visava criar um Comitê Técnico Científico para definir o que será tratado na Convenção de 2008, o que quer dizer que o tema definido não é uma versão final, é uma proposta. Ressaltou que a temática da convenção deve ser encarada como um exercício da engenharia brasileira pautar a engenharia do mundo, o que passa, evidentemente, por uma política de desenvolvimento mundial. "Por isso, extrapola em muito a competência do Confea e da Febrae", disse justificando o envolvimento de vários setores na decisão.
Para chegar a proposta resultado da reunião os participantes fizeram uma espécie de brain storm onde todos colocaram suas opiniões com defesas bem argumentadas. O primeiro a se manifestar foi o presidente da Febrae, eng. Ramalho Ortigão, que em síntese, defendeu a educação como tema, ressaltando que o grande problema brasileiro é a má qualidade de ensino.
O eng. Francisco Machado, coordenador da Comissão de Assunto Nacionais (CAN), chamou a atenção para a necessidade da definição do perfil do tema, antes mesmo da definição do próprio. E sugeriu três pilares: engenharia, tecnologia e social. Opinião endossada por Luis Paulo Brandão, representante do Instituto Militar de Engenharia (IME), que sugeriu a trilogia: engenharia, inovação e responsabilidade social. Na mesma linha, Michal Gartenkraut, reitor do ITA, enfatizou que os engenheiros são agentes de inovação tecnológica e do desenvolvimento social.
Lílian Álvares, da Assessoria Técnica do MDIC, sugeriu a abordagem da política industrial tecnológica, concentrando o debate nas tecnologias do futuro. Já o representante do Ministério das Cidades, Clóvis Francisco do Nascimento Filho, ressaltou a importância de se abordar a poluição como questão de alcance mundial, numa interface com a saúde, a sociedade e a economia, observando experiências de outros países na erradicação do problema.
A gerente de relações institucionais do Confea, enga. Carmem Eleonora, chamou a atenção para a questão da mobilidade profissional, o futuro do trabalho, a flexibilização e a adaptação da formação profissional. A enga. Hyara Nagle, diretora da Febrae, sugeriu o aprofundamento da discussão da entrada da mulher na área tecnológica.
A consultora do Confea, enga, Deodete Packer, puxou a temática mais para uma discussão da vocação brasileira, a questão da inclusão da diversidade, o trabalho consorciado e o fim das fronteiras para o trabalho da engenharia. E o consultor do Confea, eng. Alexandre Ayres, lembrou que em 2008 a discussão será sobre energia e suas fontes alternativas.
Depois de quase três horas reunião, ficou definido que a temática a ser apresentada na China como sugestão brasileira será "Engenharia e inovação: um papel central na inclusão social", porém permitindo uma série bem ampla de desdobramentos, entre eles: Mobilidade profissional, acesso a mercados, sustentabilidade, redes de cooperação tecnológica, habitação, inclusão digital, saneamento básico, propriedade intelectual, meio ambiente, biosegurança, energia e sustentabilidade, acessibilidade, inovação tecnológica, educação, empreendedorismo e a mulher na área tecnológica.
Bety Rita Ramos - Assessora de Comunicação
