Transição do setor elétrico em debate na Soea

A palestra Resiliência e Transição do Setor Elétrico, ministrada pelo engenheiro civil Geoberto Espírito Santo, apontou as dificuldades atuais e as mudanças que devem ser feitas na geração, transmissão e distribuição da energia elétrica no Brasil. O tema despertou a participação dos profissionais, que prolongaram o debate em mais de uma hora com questionamentos.

Segundo Geoberto, a transição no setor passa por sair do sistema centralizado de geração, transmissão e distribuição de energia para o aumento da presença de fontes alternativas, de microgerações e minigrids.

“A engenharia precisa mudar a sua postura. Somos experientes em barragens, mas hoje não se constrói mais isso. O futuro é inteligência artificial. É microgrid, carro elétrico. E não será feito se a engenharia não estiver presente”, alertou.

Geoberto, inclusive, cunhou o termo “prossumidor” para o consumidor que produzisse sua própria energia. “Quando falam de geração distribuída falam de painel fotovoltaico, mas pode ser qualquer geração que você coloque na rede de distribuição: carvão, nuclear… Logicamente que não são grandes potências. Aqui em Alagoas estamos pensando em energia de 5 megawatts a partir do eucalipto”, exemplificou.

O palestrante tem um vasto currículo no setor: foi secretário-adjunto de Minas e Energia em Alagoas, diretor de operações da Companhia Energética de Alagoas, assessor da subcomissão de Minas e Energia do Senado e atualmente é membro do Conselho Estadual de Política Energética. Para Geoberto, a longa discussão era prevista e a mudança no setor, inevitável.

“O tema da palestra fala em resiliência porque quem tem seus privilégios não vai querer perder. E transição porque a gente sabe que terá resistência. Na minha perspectiva, não tem como esse sistema resistir”, explicou.

Reportagem: Rafael Valentim (Crea-AM)

Edição: Julianna Curado (Confea)

Revisão: Lidiane Barbosa (Confea)

Equipe de Comunicação da 75ª Soea

Fotos: Art Imagem Fotografias