Brasília, 04 de dezembro de 2020.
Reeleito presidente do Crea-SP, Vinícius Marchese Marinelli , 36 anos, é natural de Mogi Guaçu (SP). Engenheiro de Telecomunicações formado pela Universidade de Taubaté (Unitau), pós-graduado em Redes e Sistemas, pela na Universidade Mackenzie, e especializado em Gestão de Negócios, pela Dublin Business School, atualmente cursa pós-graduação em Empreendedorismo e Inovação Tecnológica para Engenharias.
Solteiro, sem filhos, Marchese atua no Sistema Confea há cerca de 15 anos e ligado ao Crea-SP já foi conselheiro regional por dois mandatos , diretor administrativo, integrante de grupos de trabalho e participou da fundação do Crea Jovem Paulista, tendo sido o idealizador da comissão especial Crea Jovem, que se tornou comissão permanente.
Em sua caminhada enquanto liderança, incentivou a criação de entidades de classe sendo um dos fundadores e presidente da Associação de Engenheiros Eletricistas do Estado de São Paulo (AEESP); diretor da Federação das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo (Faespe); diretor da Federação Brasileira de Associações de Engenharia (Febrae) e vice-presidente da Associação de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos do Mogi Mirim (AEAA).
Assumiu a presidência do Crea São Paulo, em setembro de 2016, foi eleito presidente em 2017 e reeleito para o exercício de 2021 a 2023.
Nesta entrevista ao site do Confea, ele fala de seus planos e o que considera importante para tornar o regional uma plataforma de serviços prestados para profissionais e sociedade em geral.
Site do Confea: Em sua próxima gestão, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Como serão tratados e quais resultados positivos podem gerar?
Vinícius Marchese Marinelli: Entre os desafios estão o contínuo processo de aprimorar a capacidade do Crea-SP de ter uma fiscalização eficiente e tecnológica. A prestação de serviços e a ampliação do leque de possibilidades de relação entre o profissional, as empesas e instituições de ensino, também está entre nossos objetivos. Nossa ideia é que o Crea seja uma plataforma de serviços que reúna essas iniciativas num mesmo ambiente para atender os profissionais. Nossa ideia é reduzir os déficits dessa relação. Queremos nos aproximar dos estudantes e dos recém-formados. A gente percebe que há uma lacuna entre o recém-formado e o mercado de trabalho, pretendemos diminuir essa distância incentivando a criação de bancos de estágios dentro dessa plataforma, identificar as habilidades de cada um e implementar uma capacitação mais próxima da realidade de 2020. Com relação à fiscalização, acredito que possa ter um papel de mais protagonista na vida das pessoas, principalmente de órgãos públicos. Vamos nos aproximar do Legislativo e Executivo com o objetivo de proteger a sociedade, sem deixar de focar na tecnologia dessa fiscalização para atender as demandas, torná-la mais funcional para a sociedade e mais ainda para o profissional. Dentro o conceito de modernização, pretendemos transformar e daqui a três anos entregar a essa transformação para o profissional e a sociedade.
Site do Confea: Entre os desafios, quais são as prioridades já definidas?
Vinícius Marchese Marinelli: A prioridade máxima neste momento é ouvir o profissional para que ele participe dessa transformação, focar nesse ponto é o primeiro passo para essa aproximação.
Site do Confea: O senhor acha necessário uma readequação do Sistema Confea/Crea e Mútua no que se refere a seus procedimentos em relação a normatização e fiscalização dos profissionais? Se sim, por que? Qual tipo de reestruturação é necessária, e como a sua gestão irá atuar neste sentido?
Vinícius Marchese Marinelli: Sim, é preciso readequar, revisar procedimentos. Ás vezes, os normativos não estão no mesmo tempo da sociedade, do mercado de trabalho e das próprias relações profissionais. Os procedimentos precisam ser dinamizados para que sejam mais efetivos, melhorados e a tecnologia é essencial para integrar o Sistema, incluindo a Mútua, caixa de assistência dos Profissionais. Tem muito a se trabalhar passando por pela área de normatização, informatização e digitalização da fiscalização, acredito que esses são os caminhos principais a serem trilhados.
Site do Confea: Em sua opinião como é e como pode melhorar a relação do Sistema Confea/Crea com sociedade em geral?
Vinícius Marchese Marinelli: O único caminho é dar o exemplo. Os Creas e o Confea precisam ser exemplo de entidades que prestam bons serviços e atendem os profissionais. Numa analogia com a iniciativa privada, os clientes do Sistema são a sociedade que precisa ser protegida do mau exercício profissional e dos leigos sem capacitação, os profissionais e as empresas que fazem parte do Sistema.
Site do Confea: O senhor acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais nele registrados? Se não, por que?
Vinícius Marchese Marinelli: Sem dúvida a integração política e institucional é uma necessidade e não tem como integrar sem a relação tecnológica que facilita a interlocução entre os regionais para alcançar os profissionais oferecendo uma prestação de serviço que vai além do estado dele. Nós somos um Sistema e não fragmentos de uma estrutura. Politicamente, os gestores que têm a oportunidade de desenvolver essa integração precisam entender que isso é muito bom para o profissional e isso já é o suficiente para promovermos essa integração.
Site do Confea: Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual sua essa viabilidade?
Vinícius Marchese Marinelli: a implementação de políticas e o desenvolvimento o país passam pelas mãos de profissionais que atuam na área tecnológica e são registados no Sistema Confea/Crea. A infraestrutura e o aquecimento econômico exigem planejamento e preparo por parte do profissional e o nosso o papel é exigir profissionais que tenham formação tecnológica para serem agentes do desenvolvimento com responsabilidade. O Sistema pode contribuir para a qualidade desses profissionais. A Mútua como caixa de assistência em parceira com os Creas e com o Confea pode auxiliar nesse papel atacando as necessidades principalmente nas áreas de fiscalização e capacitação.
Site do Confea: Nas eleições de 2020, seis mulheres foram eleitas para os Creas do Acre, Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Antes, somavam quatro os Regionais presididos por engenheiras. Qual a sua análise sobre esse crescimento da representação feminina e qual a importância de se fomentar a pauta equidade de gênero no Sistema?
Vinícius Marchese Marinelli: Isso é consequência da participação da própria mulher no Sistema quebrando o preconceito, principalmente no nosso meio que dizem ser machista, o que às vezes inibe a participação das mulheres. Esse preconceito não pode existir, as mulheres têm que participar cada vez mais. Temos que ver a capacidade e habilidades profissionais que têm e não pelo fato de ser e mulher. Aposto em programas específicos para mulheres que foquem nas habilidades profissionais e capacidade e com isso os outros questionamentos se desfazem. O que vale é o trabalho bem feito. Bem vindas as que foram eleitas , tenho certeza que farão um bom trabalho à frente dos Creas.
Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea