Sinaenco reunirá categoria para discutir o PAC e evitar "apagão"

Brasília, 1º de março de 2007

Para assegurar que o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado em 22 de janeiro pelo Presidente Lula, não seja frustrado por falta de projetos de engenharia, o Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) irá desencadear em março um processo de mobilização nacional do setor empresarial de projetos.

Durante o anúncio do PAC, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, classificou a criação de um banco de projetos como um dos principais legados para o próximo governo. "Se não for feita uma prateleira de projetos, o País não dá seqüência ao seu desenvolvimento. Um governo tem de ser cobrado pelo que fez durante sua gestão e também pelo que legou para a próxima administração", afirmou a ministra.

Para o presidente do Sinaenco, José Roberto Bernasconi, se esse banco de estudos e projetos não for constituído rapidamente, há chance do "apagão do planejamento”. Por isso, para atender à demanda prevista e discutir as prioridades das políticas públicas para a infra-estrutura no médio e longo prazos, acontecerão dois encontros nos dias 2 e 8 de março, em São Paulo e em Brasília, respectivamente.

No dia 2 de março, representantes das secretarias de Saneamento e Habitação estarão reunidos com a cadeia produtiva da construção civil no Instituto de Engenharia para colher a avaliação do governo e estabelecer o norte dos principais projetos do PAC. “O governo precisa ter uma política permanente de planejamento do investimento público, para que o país tenha resultados duradouros. O PAC deve ser uma política de todos os governos, este e os que virão”, defendeu Bernasconi.

Segundo ele, a analogia que define essa necessidade de planejamento prévio é a comparação entre a preparação para uma corrida de 100 metros rasos e para uma maratona. “Um país deve ser pensado no longo prazo; precisamos planejar e projetar hoje o que queremos para os próximos 30 anos”, afirmou.

No dia 8, acontecerá uma reunião ampliada em Brasília, com a participação das principais lideranças do setor de projetos de todo o Brasil, além de responsáveis pelo Ministério do Planejamento, Transportes e Cidades: na pauta de discussões, o desafio do setor para atender à demanda surgida com o PAC. “Nosso sindicato está se mobilizando para discutir a melhor forma de desenvolver os projetos necessários para a colocação em prática das obras e empreendimentos públicos previstos no PAC”, afirmou Bernasconi.

Na avaliação dos dirigentes do Sinaenco, o setor pode recuperar, com esse programa, a importância que já teve no desenvolvimento da infra-estrutura e da economia do país no início dos anos 1980, a partir de quando houve grande desaceleração no investimento público na infra-estrutura brasileira.

O presidente do Sinaenco alerta, porém, que os prazos divulgados pelos responsáveis governamentais pela implementação do PAC, muitos deles com previsão de os projetos estarem prontos no início de março próximo, por exemplo, estão equivocados. “Os prazos e as metas do PAC devem ser realistas, agora é o momento de formarmos uma tropa e não sair pra guerra de forma afobada”, critica Bernasconi.

Sinaenco
Fundado em 1988, o Sinaenco é um sindicato que congrega mais de doze mil empresas de arquitetura e de engenharia consultiva em todo o País, setor que constitui parte significativa da formação do patrimônio científico-tecnológico nacional.

Essas empresas constituem o elo inicial da cadeia produtiva de setores da infra-estrutura brasileira e são responsáveis pela elaboração de projetos e estudos de viabilidade, pelo planejamento e gerenciamento de empreendimentos nas mais diversas áreas, como transportes, telecomunicações, saneamento, energia, habitação e urbanismo. As atividades do setor, portanto, estão intrinsecamente ligadas ao planejamento estratégico e ao desenvolvimento do Brasil.

Rodrigo Parada e Silvério Rocha
Assessoria de Comunicação