Engenheiro civil pela Escola de Engenharia da Universidade Federal do Parana (UFPR), em 1963
Nascimento: 5 de outubro de 1937, Jataizinho, PR
Falecimento: 14 de março de 2021, Curitiba, PR
Indicação: Câmara Especializada de Engenharia Civil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR)
Perfil:
Um dos principais pontos turísticos de Curitiba, o Museu Oscar Niemeyer, também conhecido como MON, é fruto de um milagre - ou melhor, de muito cálculo, da mente brilhante de um engenheiro civil - Shido Ogura - que conseguiu, ao lado de outros colegas engenheiros, estruturar em pé uma ideia do longevo arquiteto que dá nome à obra. O vão livre de 65 metros foi elogiado pelo próprio Niemeyer, e Shido contava essa história orgulhoso. “Para ele, poder ter feito parte da matemática estrutural que deu solução para o vão do Museu era tudo”, conta a filha Vanessa.
Momento quando a engenharia encontra a arte, a solução estrutural o encantava muito, conta Vanessa. Ogura prestou assessoria estrutural para arquitetos em concursos para construção de edificações públicas e conquistou o primeiro lugar mais de cinco vezes. Um dos projetos básicos do qual participou, por exemplo, foi o do edifício onde hoje está instalada a sede do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), que agora presta esta homenagem.
Entretanto, cálculo estrutural era apenas uma das paixões de Shido. Quando jovem, chegou a ter sua própria cabine de revelação de fotos, tinha uma banda - tocava clarinete e bateria - e se orgulhava dos filhos artistas (um fotógrafo e um músico), educadores físicos e gastronomistas. Quando Vanessa lhe contou sua decisão de estudar engenharia civil, ele logo perguntou: “é isso mesmo o que você quer?”.
Vanessa e os irmãos perderam a mãe - Marlene Ogura - ainda crianças, e aprenderam a enxergar em Shido as figuras paterna, materna e a de engenheiro. “Ele passava horas, em silêncio, olhando para um projeto antes de pegar o papel manteiga e desenhar por cima. Dizia ‘olha, é assim, você tome cuidado com isto, aqui não pode ser pilar’, e eu ficava admirada que aquele tempo todo de silêncio era ele construindo na cabeça dele. E todo mundo fala: a estrutura do meu pai é uma estrutura limpa. Por exemplo, não há pilares interferindo nas vagas de estacionamento, ele sempre tinha as melhores soluções”.
Além de trabalhar como sócio em escritórios de Engenharia, onde realizou inúmeros cálculos estruturais, Shido foi professor na Universidade Federal do Paraná (UFPR) por 33 anos. Após enfrentar um câncer, Ogura faleceu em 14 de março de 2021, aos 83 anos, deixando a viúva Aldira, três filhos - Vanessa, Paulo Augusto e José Fernando - e dois netos.
Trajetória profissional:
Estagiário da empresa Escritório Técnico Freitas e Sperandio (1961–1965); Professor Adjunto IV do Departamento de Construção Civil do Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná - UFPR (1964-1996); Sócio da Técnica de Estruturas S.Civil - Tesc (1965-1983); Sócio da Tesc - Projetos Estruturais S.C (1983-1990); Secretário do Instituto de Engenharia do Paraná - IEP (1970-1971 e 1976-1977); Sócio da Tesc - Consultoria e Projetos Estruturais S.C.Ltda (1991-2021); Sócio da AS Estruturas Engenheiros Associados SS Ltda. (2004-2021); Membro do Conselho Deliberativo do Instituto de Engenharia do Paraná - IEP (2005-2007); Vice-Presidente Adjunto Técnico do IEP (2009-2011).