Roberto Jorge Sahium

Perfil

 O engenheiro agrônomo Roberto Jorge Sahium nasceu, estudou e iniciou a vida profissional em Goiás, mas foi em Tocantins que deslanchou a carreira, ainda no período em que o Estado estava sendo emancipado do norte goiano, na década de 1980. Na época, trabalhou em projetos de construção de diques de proteção de enchentes, canais de drenagem e irrigação.

Já no início da década de 1990, assumiu o posto de diretor de Engenharia Rural no Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), onde esteve à frente do pioneiro Sistema de Irrigação e Drenagem do Estado, e anos depois ocupou a presidência do instituto. Foi nomeado secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2004. A trajetória no setor público teve continuidade na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural de Palmas ao assumir a titularidade da pasta em 2013.

Entusiasta da piscicultura há 40 anos, o engenheiro agrônomo assinou dezenas de projetos voltados para recria de alevinos nativos em laboratórios e produção de peixes em parques aquícolas e tanque-rede. Entre 2011 e 2012, por exemplo, foi responsável técnico e coordenador da regularização ambiental de 32 projetos de piscicultura de pequeno porte, no município de Almas (TO). 

No segmento de grandes empreendimentos, Sahium idealizou e implantou o projeto Tamborá, um criatório de recria e terminação de 568 hectares em áreas de barragem, também localizado em Almas. O empreendimento abriga ainda frigorífico para abate e expedição de 10 toneladas/dia de pescado, espaço para tratamento de vísceras e fábrica de ração com capacidade para produção de 120 toneladas/dia. “Na época, foi considerado um dos maiores criatórios de peixes do Brasil”, lembra Sahium, que leva a experiência de 64 anos de pescador e 40 de criador de peixe como contribuição para a área de atuação profissional. 

Gamboa é outro projeto de sucesso de Sahium, para quem a iniciativa cumpre um papel social relevante, pois coloca peixe na mesa do produtor, variando o cardápio nutricional e dando a ele uma opção a mais além da carne vermelha. Destinado aos pequenos produtores, foi projetado para incentivar a produção de peixes em Bag Fish (bolsas para peixes), tecnologia de fácil construção e que reúne práticas ambientalmente sustentáveis, como o reaproveitamento da água dos tanques para fertirrigação, que consiste em técnica de adubação que utiliza a água de irrigação para levar nutrientes ao solo cultivado. Com essa tecnologia, o produtor economiza 70% de custos em infraestrutura e 30% em ração e mão de obra, se comparado ao sistema tradicional, e tem ainda a vantagem de utilizar espaço reduzido no processo de recria e engorda dos animais.

Próximo de completar quatro décadas a serviço da produção rural, Sahium segue colocando o conhecimento científico a favor do desenvolvimento da sociedade e incentivando projetos que gerem emprego e renda para a comunidade rural de Tocantins, Estado que este engenheiro agrônomo adotou como seu. ”Sinto-me tocantinense. Minha vida hoje é aqui.” E, se por um acaso, tivesse que novamente definir uma profissão para si, ele revela que repetiria a escolha. “O povo fala de reencarnação. Se isso existir mesmo, quero voltar engenheiro agrônomo”, diz rindo e reafirmando a afinidade com o meio rural. 

 

Atividades Exercidas

 

Na Agropecuária Cristalândia S/A, no município de Pium e Sandolândia (TO), contratado para implantar projeto de irrigação e drenagem, construir barragem galgável no Rio Pium, trabalhar no projeto de irrigação e drenagem de 900 ha, no Município de Sandolândia (TO) - 1988;

Na Lobato Ribeiro Engenharia, foi contratado para elaborar o Projeto Paraíso, correspondente a 2500 ha de sistematização de várzea para irrigação drenagem, em Dueré (TO). Também trabalhou no Projeto Monte Verde, que compreendia 1200 ha de sistematização de várzea para irrigação drenagem, em Dianópolis (TO) - 1989;

Na empresa Colhabem/Projetos Rurais, elaborou dez projetos na área de arroz irrigado, que totalizavam 913 ha - 1990;

Contratado pela Companhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins - para elaborar Plano de Recuperação de Área Degradada da Usina Hidrelétrica Isamu Ikeda, localizada entre os municípios de Ponte Alta do Tocantins e Monte do Carmo;

Integrou os projetos Lago Verde, de piscicultura de recria e terminação com 7 ha em viveiros escavados, em Paraíso (TO); Caranha, laboratório de reprodução e recria de peixes nativos, com área molhada de 5 ha em viveiros escavados, também em Paraíso; 

Ministrou palestra em quatro edições do evento Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento e no Simpósio de Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável, eventos concomitantes realizados pelo Sindicato dos Engenheiros, Arquitetos e Geólogos no Estado de Tocantins (Seageto) e a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). Realizadas em 2008, 2009, 2010 e 2013, em Palmas, as edições abordaram a potencialidade agropecuária de Tocantins;

Entre 1968 e 1994, participou de cursos na área de manutenção de máquinas agrícolas, conhecimento agropecuário, produção de arroz, meio ambiente, conservação de forragens, bombas hidráulicas, gestão de recursos hídricos e extensão rural;

Entre 2001 e 2014, em Palmas, ditou 13 cursos sobre irrigação, sustentabilidade no agronegócio, desenvolvimento para a Região Amazônica, controle de incêndios na Amazônia Legal, produção de orgânicos e compostagem, prática da queimada na agricultura, importância do setor mineral para a agricultura tocantinense, planejamento e acompanhamento orçamentário e coleta seletiva e logística reversa.

 

 

 

Cargos Ocupados

 

Na Companhia Agrícola do Estado de Goiás, atuou como chefe da Divisão de Irrigação do Programa Goiás Rural e foi responsável técnico pela topografia e pelo projeto de instalação da estação de drenagem da segunda etapa do Projeto Rio Formoso - 1979-1981;

Na Cervejaria Brahma, no município de Lagoa da Confusão (GO), foi gerente geral e responsável técnico pela implantação do Projeto Capiaba, irrigação e drenagem de 12.000 ha, montagem de serraria de médio porte e de uma cerâmica de médio porte; construiu unidade de pequeno porte para recebimento, beneficiamento de 200 mil sacos de arroz - 1982-1987; 

Na Lema Engenharia, foi coordenador e técnico responsável pelo projeto de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto do Meio Ambiente da Barragem do Ribeirão Bananal, para a Companhia de Saneamento do Tocantins, que visava ao abastecimento de Gurupi (TO). Do mesmo modo, trabalhou nos projetos da Barragem do Ribeirão Taquaruçu, a fim de abastecer Palmas (TO) - 1989;

No Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), foi diretor de Engenharia Rural e esteve à frente do Sistema de Irrigação e Drenagem do Tocantins, onde foi um dos dois técnicos responsáveis pela elaboração de sete projetos - 1991-1994;

Também no Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), foi assessor técnico e prestou consultoria em projetos rurais, como extensionista e instrutor de projetos rurais. Foi responsável técnico e coordenador dos projetos ambientais: Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da Fazenda São Pedro, município de Paranã; EIA-RIMA Fazenda São Pedra Grande, município de Lizarda; EIA-RIMA Fazenda Terra Fértil, município de Pium; EIA-RIMA Agropecuário Pica-Pau, município de Almas; EIA-RIMA Agropeixe, município de Porto Alegre do Tocantins; EIA-RIMA Agropecuário Riacho-Doce, município de Almas; e RCA Projeto Tamborá, município de Almas - 1995-2000;

Ainda no Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), foi presidente e atuou como responsável técnico e coordenador dos projetos ambientais: EIA-RIMA da Rodovia TO 255, trecho de 132 km, entre Porto Nacional a Ponte Alta do Tocantins; EIA-RIMA da Rodovia TO 070, trecho de 53 km, entre Aliança do Tocantins a Dueré; EIA-RIMA da Rodovia TO 230, trecho de 130 km, entre Pau D’arco a BR 153, passando por Arapoema; EIA-RIMA da Rodovia TO 226, trecho de 110 km, entre Garimpinho e a BR 153 - 2001-2003;

Foi secretário de Agricultura Pecuária e Abastecimento do Estado do Tocantins e um dos responsáveis pelo Planejamento Estratégico de Desenvolvimento do Estado do Tocantins, realizado em Palmas, em 2010 - 2004-2010;

Extensionista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) no Escritório de Almas (TO). Foi coordenador e responsável técnico da regularização ambiental de 32 projetos de piscicultura de pequeno porte. Também foi responsável técnico pela elaboração, execução e operação do projeto da Amazônia Agroindústria e Comércio de Pescado S/A, que abrangeu laboratório de reprodução, com peixes nativos, e viveiros de recria para 15 milhões de alevinos/ano, consumo próprio, e parque aquícola para produção de 1880 t/ano. Atuou como responsável técnico pela elaboração, execução e operação do projeto Porto Franco Piscicultura S/A, que contemplou laboratório para alevinagem, com peixes nativos, e viveiros de recria para 10 milhões de alevinos/ano, para consumo próprio, além de parque aquícola, para produção de 900 t/ano - 2011-2012;

Nomeado secretário municipal de Desenvolvimento Rural de Palmas - 2013.

 

Feitos Relevantes

 

Medalha de ouro em reconhecimento ao invento Pulverizador Tração Animal, na 1ª Feira de Ciências de Goiás, promovida pela Secretaria de Educação e Cultura de Goiás, em Goiânia, em 1972;

Menção honrosa como professor orientador do trabalho Podador de Grama, pelo Colégio Normal de Campinas, em Goiânia, em 1974, na 2ª Feira de Ciências de Goiás, realizada pela Secretaria de Educação e Cultura de Goiás. Nesta escola, foi professor de desenho de matemática por dois anos, e diretor por mais três anos, nomeado pelo Governo do Estado de Goiás;

Criou o primeiro secador de arroz totalmente por meio de ventilação forçada. Fazenda Capiaba, em 1983;

Criou gaseificador para queima pobre de cavacos de madeiras de serraria a fim de produzir gás a ser queimado por motor ciclo Otto, 8 cilindros (Detroit). Este motor acionava um gerador de 100 KVA que na sequência acionava a serraria. Fazenda Capiaba, em 1983;

Título de sócio titular do Clube de Engenharia do Tocantins, em 1993;

Título de menção honrosa outorgado pelo Clube de Engenharia do Tocantins, destaque na área de Agronomia, em 1993;

Título de reconhecimento público de Brejinho de Nazaré (TO), em 2005;

Membro diplomado e efetivo da Academia Brasileira de Extensão Rural, desde 2009;

Título de Cidadão de Palmas (TO);

Título de Cidadão de Tocantínia (TO);

Título de Grão-Mestre da Ordem do Mérito Tocantins no Grau Comendador;

Título de Grão-Mestre da Ordem do Mérito Dr. Francisco Ayres da Silva, na cidade de Porto Nacional (TO);

Um dos responsáveis pela criação da Feira de Agrotecnologia de Palmas (Agrotins), a maior feira do gênero na região Norte-Nordeste. Também esteve responsável por sete edições do evento, entre 2004 e 2010;

Construção de barco e balsa metálicos, com capacidade para 50 toneladas. O barco tem capacidade para 5 mil kg de carga ou para arrastar uma balsa;

Criação de dezenas de equipamentos para uso nas propriedades de pequenos produtores;

Criação de protótipo de Usina de Descontaminação de Lixo Urbano. Apresentada na Feira de Agrotecnologia de Palmas, em 2007;

Criação de Usina de Compostagem para produção de adubo orgânico. Fibras e celuloses das galhadas de árvores passam por processo de biotransformação, em que é feita inoculação de fungos brancos no material triturado. Sahium foi responsável pelo isolamento dos fungos, os quais ajudam a reduzir de 150 dias para 45 dias o tempo de mineralização das fibras e celuloses, decompondo e transformando o material em adubo orgânico. Essa tecnologia é utilizada pela Prefeitura de Palmas naadubação de hortas comunitárias e parques e jardins;

Criação de alimentador automático para peixes no sistema intensivo, modalidade Bag Fish;

Em 2011, escreveu 52 artigos sobre as frutas e fruteiras do Cerrado de Tocantins. Os textos foram publicados em “O Jornal”;

Durante 2012, redigiu mais 52 artigos. Desta vez, versando sobre os peixes do Tocantins, da Bacia Araguaia-Tocantins. Também publicados em “O Jornal”;

É autor de outros 42 artigos e crônicas em que relata seu saudosismo comedido em relação à antiga roça. Publicados em “O Jornal”, os textos fazem críticas à falta de assistência técnica e de extensão rural ao pequeno produtor; defendem o meio ambiente, mas alfinetam os burocratas do ambientalismo, os chamados “ecochatos”; e apresentam ainda relatos peculiares sobre o cotidiano de Palmas.