Engenheiro Civil pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1978
Nascimento: São Gonçalo dos Campos (BA), 9 de novembro de 1937
Falecimento: Coração de Maria (BA), 15 de maio de 2020
Indicação: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA)
Do sonho de congregar profissionais e atender às suas aspirações, nasceu em 1986 a Abenc-BA, departamento da Associação Brasileira de Engenheiros Civil na Bahia. O visionário foi o expressivo defensor da Engenharia Raimundo Pereira Borges que, com outros cinco engenheiros, fundou a entidade em 18 de agosto, no salão nobre da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Persistente, Borges encarou as dificuldades da época. “Na década de 1980 havia resistência da academia, dos profissionais e empresários, que não acreditavam no fortalecimento de uma base profissional”, relatou nas comemorações dos 30 anos da associação.
Entre as testemunhas da luta de Borges, está Rui Cordeiro, sócio número 2 da Abenc e para quem o fundador foi exemplo de cidadão e profissional. “Homem correto e dedicado à causa da profissão que abraçou com muito amor”, descreve o engenheiro que ocupou a vice-presidência da entidade entre 2016 e 2021.
Presidente por três mandatos, Borges liderou a associação como conciliador junto aos engenheiros, defendendo a união e o sentimento coletivo pela transformação em todos os cantos do país. Batalhou para que a Engenharia Civil fosse valorizada como instrumento para progresso e autonomia econômica do Brasil.
Essa perseverança inspirou colegas de profissão e fez novos pares. Entre eles, os quatro filhos – dos cinco – que decidiram seguir carreira na Engenharia. A herança se desdobrou na Abenc-BA, onde Borges viu a filha Rute Carvalhal Borges ser a primeira mulher eleita para presidir a entidade criada por ele.
Além da Abenc, a Bahia ganhou outros empreendimentos relevantes erguidos a partir da garra e técnica de Borges. Foi engenheiro civil no Consórcio Rodoviário Intermunicipal da Bahia S.A. e no Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia (DER-BA), os quais construíram as principais vias do Estado. Fundou construtoras e atuou na Refinaria Landulpho Alves (RLAM-Petrobras).
No Departamento de Transportes e Terminais (DTT), ele fiscalizou serviços de melhoramento dos aeroportos de Barreiras, Bom Jesus da Lapa e Belmonte (BA). Trabalhou na construção do terminal rodoviário de Bom Despacho, na Ilha de Itaparica, e do cais de atracação de Taperoá, além de ter sido engenheiro supervisor da revisão de projetos e obras de ampliação e reforma do Aeroporto Internacional de Porto Seguro. Na Companhia de Navegação Baiana (CNB), supervisionou a manutenção de navios ferryboat, tendo implantado sistemas de acompanhamento de compras da empresa e serviços de terceiros.
O sistema profissional local também recebeu contribuição direta de Borges nos debates em comissões e no plenário do Crea-BA, onde foi conselheiro regional entre 1982 e 1996.
É em aplauso e respeito a essas significantes realizações em prol da valorização profissional e da prosperidade do país que o Confea/Crea destaca a trajetória e enaltece o nome do engenheiro Raimundo Borges com a mais alta honraria em 2022. A página gloriosa que ele escreveu na história da Engenharia na Bahia está agora registrada nacionalmente.
Trajetória profissional
Na Refinaria Landulpho Alves – RLAM-Petrobras, desenhista de estrutura de concreto armado (1961-1967), projetista industrial na Divisão de Engenharia Geral (1967-1969), auxiliar técnico de manutenção na Divisão de Manutenção (1969-1972), atuou na Comissão de Coordenação de Montagens (1972-1973); Sócio-fundador da Construtora São Gonçalo Ltda. – Cisgal (1969-1978); Supervisor e assistente técnico na Sociedade Técnica de Montagens Industrial Ltda. – Sotemi (1975); Sócio-gerente da Civil Engenharia Ltda. – Cieng (1979-1983); No Consórcio Rodoviário Intermunicipal da Bahia S.A. – Criba, membro da Comissão Permanente de Licitação (1983-1986 e 1989), assessor do diretor administrativo (1983-1986), engenheiro civil na Diretoria Técnica (1986-1990); No Crea-BA, conselheiro (1982-1984, 1985-1987 e 1994-1996), coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil (1985, 1986 e 1996), diretor e segundo secretário (1987), integrante da Comissão de Ética e Mérito (1995); Na Associação Brasileira de Engenheiros Civil – departamento Bahia – Abenc-BA, fundador e presidente (1986-1988 e 1993-1994), presidente do III Congresso Brasileiro de Engenheiros Civis – Cbenc (1987), tesoureiro (1994 e 2000) e primeiro secretário (2000); Trabalhando na RLAM, atuou na empresa de montagem industrial A.A.Araújo S.A. como engenheiro civil e projetista; No Departamento de Transportes e Terminais – DTT, engenheiro fiscal e supervisor (1992-1993); Na Companhia de Navegação Baiana (CNB), assessor da presidência lotado na Diretoria de Operações (1993-1994); Engenheiro Civil do Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia – DER/BA (1995-1996). Participou de diversas capacitações, como Curso de Atualização em Engenharia Rodoviária – Fundesp-Abenc/BA, (1989), Organização e Métodos – Fundação Getúlio Vargas (1983), Auxiliar Técnico em Manutenção – Petrobras-Senai (1969-1970), As Responsabilidades Legais dos Diretores – Case Consultores (1985), Desenho Mecânico – Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social da Bahia (1969), Requalificação de Desenhista – RLAM-Petrobras (1961), Básico de Engenharia de Avaliação – Crea-BA (1992), Intensivo de Perícias Judiciais – Crea-BA (1992), Autorização de Fornecimento Global – AFM-G (1994), Mediação e Arbitragem (1997). Participou de seminários profissionais, como Semana dos Engenheiros promovida pela Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia – UFBA (1973-1974), de edições do Congresso Brasileiro de Engenheiros Civis – Cbenc, da então Semana de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e do I Congresso de OLCPIA sobre tecnologia na integração latino-americana. Foi homenageado pelo Instituto Nacional de Engenheiros Civis – Inec (2014), Abenc-BA (2017) e Instituto Baiano de Engenharia Civil – Insbec (2020).