Colatina, 10 de julho de 2017
Gestores públicos, profissionais e pesquisadores participam, na noite de hoje (10/7), da abertura do Preparatório da Engenharia e da Agronomia para o 8º Fórum Mundial da Água - Colatina. Depois de passar por Campinas e por Manaus, este é o terceiro evento regional preparatório. A finalidade desses encontros é reunir contribuições de cada região do país para o maior evento global sobre a água, a ser realizado de 18 a 23 de março de 2018, em Brasília. O próximo Preparatório da Engenharia e da Agronomia será em Cuiabá, no fim do mês.
“Temos que chegar em 2018 com um debate de alto nível, representando bem a área tecnológica brasileira. O mundo todo estará no Brasil para discutir o futuro da água, e o Confea e os Creas são os legítimos representantes da engenharia e da agronomia nacional”, defende o presidente do Confea, eng. civ. José Tadeu da Silva. “Nessa agenda internacional, pretendemos demonstrar as contribuições e habilidades que os profissionais do Sistema podem dar para as áreas de planejamento e gestão, especialmente focadas no desenvolvimento, na sustentabilidade e na qualidade de vida da sociedade”. Em sua oitava edição, essa será a primeira vez que o Fórum Mundial da Água será realizado no Hemisfério Sul.
Amanhã (11/7), estarão na programação as palestras do presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos, Paulo Renato Paim, e do representante do Comitê de Bacia do Rio Doce Henrique Lobo, entre outras lideranças nas áreas de gestão e de pesquisa em recursos hídricos. Na quarta (12/7), o evento receberá representantes do Fórum Mundial da Água e da Secretaria de Agricultura do Espírito Santo, além do presidente da Fundação Renova, Roberto Waack, entre outros.
Participam dos eventos preparatórios profissionais, pesquisadores, sociedade civil, lideranças do governo, empresas e organizações não governamentais. A realização dos eventos foi definida após o Confea receber o convite de integrar a Seção Brasil do Conselho Mundial de Água, devido ao êxito da Conferência Internacional Água e Energia – novas abordagens sustentáveis, realizada pelo Sistema Confea/Crea em 2016.
VEJA COMO FORAM OS PREPARATÓRIOS DE MANAUS E CAMPINAS
Café e manga
30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo é gerado pela produção de café. O mamão é outra cultura que qualifica o estado na pauta comercial: 59% do mamão exportado pelo Brasil cresce no Espírito Santo. Para o presidente da Sociedade Espiritossantense de Engenheiros Agrônomos, Geraldo Ferreguetti (que ministrará palestra amanhã - 11/7), o sucesso dessas culturas está diretamente ligado à gestão dos recursos hídricos. Como caminho de solução, o especialista aposta no trabalho científico e técnico dos engenheiros e agrônomos. "Espera-se que o ponto de equilíbrio das discussões no encontro em Colatina, sob a ótica da irrigação, seja exatamente o uso racional e eficiente da água, evitando-se tendências de polarização das discussões tanto para o consumo desenfreado ou para o rigor, mais ideológico que científico, de setores ligados aos movimentos ambientalistas", afirma.
Da mesma opinião partilha o prefeito de Vitória, Luciano Rezende, para quem os debates desta semana devem ser maduros. “Os engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e outros profissionais da área são os mais indicados para garantir, por exemplo, um uso sustentável e adequado da água no meio rural, principalmente com o manejo responsável do solo”, destaca.
Rio Doce e a tragédia de Mariana
Colatina é cortada pelo Rio Doce, um dos afetados pelo desastre em Mariana em novembro de 2015 – considerado o maior acidente com barragens do mundo, segundo consultoria da Bowker Associates. O prefeito da cidade, Sergio Meneguelli, ressalta a importância de o Confea e o Crea-ES terem escolhido o município para a realização dos debates. “O conhecimento e a paixão que essas pessoas inserem no seu cotidiano de trabalho é que está fazendo e fará a diferença nesta busca incansável pela solução da crise hídrica”, diz. Para ele, eventos da sorte que o Confea e os Creas têm promovido podem inspirar propostas diferenciadas para recuperação ambiental.
Beatriz Leal
Equipe de Comunicação do Confea