Divulgar os trabalhos já existentes nas comissões de meio ambiente estaduais e questionar os Creas que ainda não as têm – e o porquê disso – foram os objetivos principais do III Encontro das Comissões de Meio Ambiente, que tomou parte nesta quinta-feira, 23/8. “Precisamos fazer com que as diversas comissões regionais falem a mesma língua”, iniciou o coordenador da reunião, Rafael Irineu, que está à frente da Comissão de Meio Ambiente do Crea-SP.

A ideia de reunir representantes de comissões de todo o país é criar procedimentos, para os diversos tipos de empreendimentos a serem fiscalizados. “Precisa haver um critério técnico para essa avaliação. E os inspetores precisam de treinamentos”, explicou Rafael, ao lembrar que a fiscalização ambiental é multidisciplinar, pois envolve todas as áreas da engenharia.

Presente à reunião, o coordenador da Comissão Temática de Estudos Socioambientais do Confea (CTESA), conselheiro federal Daniel Salati, orientou os integrantes das comissões estaduais a passarem por todas as câmaras especializadas de seus Creas e indicarem o que exatamente deve ser fiscalizado, do ponto de vista ambiental, em cada modalidade da engenharia.

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O pleito de Rafael Irineu é que o Confea estabeleça que todos os Creas tenham comissões de meio ambiente e normatize a criação de um grupo nacional composto por representantes desses grupos. “As comissões estaduais têm participação nos conselhos estaduais de meio ambiente, nos comitês de bacia, conseguimos fazer ponte com as bancadas ambientais das assembleias legislativas. Nacionalmente, poderíamos estar no Conama [Conselho Nacional do Meio Ambiente], no Congresso Nacional”, defende Rafael Irineu, que além de engenheiro civil e de segurança do trabalho, é especialista em licenciamento ambiental.

Coordenador da Comissão de Meio Ambiente do Crea-SC e integrante da CTESA, Rafael Cristiano Wolter também ressalta a importância de os Creas atuarem próximos aos conselhos e entidades estaduais ligadas ao assunto. Ele defende que a criação de comissões de meio ambiente regionais seria uma forma de alcançar essa premissa. “Quem sabe, futuramente, com maior representatividade dos Creas por meio das comissões, possamos ter mais credibilidade junto à sociedade, às entidades e aos conselhos estaduais e municipais no que tange a questões ambientais”.

Segundo Wolter, muitos impasses relacionados ao meio ambiente são decididos por vias judiciais, quando poderiam (e deveriam) ser resolvidos de maneira técnica, por profissionais da área. “Cada estado possui realidades e situações distintas. Porém, é de grande importância termos posicionamento e entendimento alinhados”, completou.


Reportagem e edição: Beatriz Craveiro (Confea)
Revisão: Lidiane Barbosa
Equipe de Comunicação da 75ª Soea
Fotos: ART Imagem Fotografia