Na semana passada, entre os dias 16 e 18 de outubro, o município baiano de Luís Eduardo Magalhães, no oeste do estado, recebeu dois eventos de grande relevância para a produção local: o IV Encontro de Engenheiros Agrônomos da Região do Matopiba e a 15ª Semana Agronômica – Seagro. Promovidos pela Associação dos Engenheiros Agrônomos de Luís Eduardo Magalhães – Agrolem -, com apoio do Confea, entre outras entidades -, os encontros aconteceram na sede do Sindicado dos Produtores Rurais da cidade.
Para o presidente do Crea-MT, eng. agr. João Pedro Valente, que representou o Confea nos eventos, a pauta debatida durante os três dias estava em sintonia com o momento por que passa o agronegócio da região que, em sua percepção, é positivo, com a chegada de novas tecnologias e equipamentos. “Mas, ao mesmo tempo, é um desafio, porque a adoção de novas tecnologias e formas de integrá-las, em geral, encontra algum tipo de resistência. Ainda temos que avançar na disponibilidade de internet, com capacidade de transferência de dados gerados no campo. Há ainda um contingente significativo de pessoas que não confiam na web. Mas essas frentes vêm sendo trabalhadas e serão superadas, eu acredito”, conta Valente.
Com cerca de 200 participantes – entre profissionais de agronomia, estudantes, professores, pesquisadores e produtores, as palestras e debates do Encontro tiveram como norte a Agricultura 4.0. De experiências de Israel a uso de imagens na agricultura, programas fitossanitários e propostas e resultados de manejo, os produtores tiveram a oportunidade de se atualizar no tema. Realizado anualmente, o Encontro de Engenheiros Agrônomos da Região do Matopiba é tradicional na região, pois discute as evoluções tecnológicas e perspectivas de negócios para as principais culturas do Matopiba*: soja, milho e algodão.
Representante do presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger, na mesa de abertura do Encontro, o presidente do Crea-MT traçou um panorama histórico sobre a produção rural e concluiu com a importância da Agricultura 4.0 para o aumento da produtividade, de maneira a atender a demanda crescente por alimentos. Segundo ele, estima-se que, até 2050, essa demanda aumente em 70%. Com isso em vista, João Pedro Valente – que é professor titular aposentado do curso de Agronomia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – orientou que os acadêmicos utilizassem cada vez mais softwares, sistemas e equipamentos com vistas a conduzir um agro que trabalhe dados e deles tire as informações necessárias para uma produção sustentável, eficiente e econômica. “Atualmente existem poucos profissionais com essa competência no mercado de trabalho”, pontuou.
Além da participação de Valente, o Confea também marcou presença no evento por meio de estande onde participantes puderam conhecer mais o trabalho da instituição e esclarecer dúvidas sobre normativos e legislação relativos ao exercício profissional das atividades de Engenharia, Agronomia, Meteorologia, Geologia e Geografia.
*Além do oeste da Bahia, a região do Matopiba abrange partes do Maranhão, do Tocantins e do Piauí compostas pelo bioma cerrado, e foi regulamentada em 2015, por meio do Decreto nº 8.447/2015, que estabeleceu o Plano de Desenvolvimento Agropecuário da região e seu comitê gestor.
Beatriz Craveiro
Com fotos de Glênio Furtado
Equipe de Comunicação do Confea
