Preparatório de Palmas discute a preservação da água

Palmas, 13 de novembro de 2017.

 

"Presidentes em exercício do Crea-TO, Rafael Marcolino, e do Confea, Daniel Salati, durante a abertura do Preparatório em Palmas"
Nesta segunda-feira, 13, no auditório da Faculdade Católica do Tocantins, com uma programação recheada iniciou-se o 7º Encontro Preparatório da Engenharia e Agronomia para o 8º Fórum Mundial da Água, sediado pela capital tocantinense. O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) juntamente com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins (Crea-TO) realizam esse evento de grande importância para a sociedade no sentido da preservação da água.

 

Autoridades e participantes

Compuseram o dispositivo de honra o presidente em exercício do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Engenheiro Agrônomo, Daniel Salati; o presidente em exercício do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins (Crea-TO), Engenheiro Ambiental, Rafael Marcolino de Souza; Secretária Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luzimeire Carreira, que representou o governador do estado, Marcelo de Carvalho Miranda; professora Danielle Soares, que representou o Diretor Geral da Facto, José Romualdo; Conselheiro Federal Carlos Batista das Neves; Secretário Municipal de Desenvolvimento Rural, Roberto Jorge Sahium; presidente do Crea-AP, Abigail Pantoja.

Além de outros Conselheiros Federais; Conselheiros do Crea-TO, presidentes de alguns Creas; acadêmicos das áreas relacionadas; professores e profissionais das áreas afins. 

 

Abertura Oficial do Evento

O presidente em exercício do Crea-TO, Rafael Marcolino frisou que a participação dos tocantinenses vai ser interessante para a reflexão e desafios com relação aos recursos hídricos, pois “vamos conseguir levar ótimas contribuições para o 8º fórum Mundial da Água, no próximo ano”, assegurou.

"Conselheiros federais e lideranças da região "
Conselheiro Federal, Carlos Neves desejou um ótimo evento e frisou que é muito importante a discussão desses temas sobre a água e a conscientização que eles trazem. Danielle Soares, ressalta a importância de todo o conhecimento na atuação dos engenheiros e futuros profissionais. E frisa que a Católica está de portas abertas a eventos como esse.

Já Roberto Sahium, incita os presentes dizendo que “temos falta de cultura, pois não sabemos armazenar e cuidar da água. A engenharia tem que dar a solução para o que hoje é um problema de reserva”, afirma. Ainda ressalta que os órgãos ambientais devem entender a necessidade de guardar água, para dar exemplo para a sociedade. Luzimeire Carreira parabenizou o Sistema Confea/Crea pela iniciativa de trazer discussões aprofundadas sobre a água que é tema importantíssimo.

"Daniel Salati destacou a importância de trabalhar com equipes multidisciplinares de Engenharia para reverter os danos às nascentes"
Daniel Salati fala que devido à falta de cuidados as nascentes secam, o assunto deve ser levado a sério. “O sistema Confea/Crea pede cuidados, a água é grande parte de tudo que temos na natureza, eu vejo a participação da engenharia em tudo, aprendi trabalhar dentro da engenharia com uma equipe multidisciplinar”. O presidente do Confea ainda enfatiza que devemos trabalhar em conjunto nos unindo para não poluir as águas.

Programação - manhã 

"Credenciamento para o evento, que conta com grande participação de estudantes e de lideranças da região"
Após o credenciamento e distribuição de materiais para a participação no evento, iniciaram-se as palestras. A primeira palestra do dia teve como tema a Atuação do poder Judiciário na gestão hídrica, ministrada pelo juiz de direito Dr. Wellington Magalhães, titular da Comarca de Cristalândia-TO. Ele iniciou com um vídeo institucional sobre o Rio Formoso, que faz uma reflexão sobre a maior concentração de água do Tocantins.

O juiz frisa que o Judiciário está preocupado em construir o diálogo com a sociedade, com o intuito de resolver o problema em questão. O magistrado contou que apenas o conhecimento jurídico era insuficiente, em alguns casos, para encontrar a solução mais viável para determinado problema, então torna-se mais interessante debater com os profissionais responsáveis da área, nesses casos os engenheiros.

Durante a palestra um dos pontos que foi colocado também foi a necessidade de uma solução a longo prazo, que pudesse apresentar resultados mensurados por etapas. O Caminho é unir Universidades, Conselhos, os três poderes e a sociedade como um todo para buscar sempre resolver o problema da melhor forma possível. “O papel do magistrado é buscar o diálogo na construção da solução mais viável dentro de cada área”, assegura Dr. Wellington Magalhães.

O Conselheiro Federal, Carlos Batista das Neves, foi mediador da mesa. Todas os espaços são abertos a perguntas, houve participação de professores; Gestor de Comitês de Bacias, e de outros profissionais que também darão sua contribuição com palestras durante o evento. Após as contribuições, o juiz finaliza lembrando que “temos preocupações com as ações restaurativas, assim como também temos pessoas comprometidas com o desenvolvimento sustentável”, afirma.

Ao final de cada momento os palestrantes receberam um certificado assinado pelos presidentes do Confea e Crea-TO.

O segundo momento de discussão foi uma Apresentação de Case ‘Projeto de recuperação das bacias hidrográficas na área urbana de Araguaína – TO’, abordado pelo Engenheiro Civil Frederico Prado, secretário municipal de planejamento de Araguaína-TO, mediado pelo Conselheiro do Crea-TO Benjamin Frederico. Ele apresentou os problemas que são mais recorrentes ligados à drenagem urbana, mostrou que o funcionamento da água precisa ser pensado. Colocou também que o incentivo à educação ambiental está aliado ao planejamento. Procuramos explicar nas escolas para crianças que podemos mudar o paradigma da água, para conscientizar desde cedo as pessoas a cuidarem cada vez mais da água.

O presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), Angelo Petto Neto se diz extremamente feliz ao participar de fóruns que se preocupam com o destino da água e parabeniza pela postura de conscientizar sobre melhoramento no uso da mesma.

Frederico Prado frisa que o que deve ser feito é encarar os problemas de frente para resolvê-los de forma mais eficaz, com muito trabalho o case apresentado será de sucesso. “Por isso estamos fazendo esse trabalho de formiguinha, discutindo uma cidade melhor para as futuras gerações”, pondera.

Programação - tarde

O primeiro momento de discussão se deu com uma Apresentação de Case ‘ Gestão de alto nível da Bacia do Rio Formoso’, pelo Engenheiro Civil Dr. Fernán Enrique Vergara Figueroa do Instituto de Atenção às Cidades (IAC) da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

O Engenheiro começou mostrando que existe uma rede de cooperação e participação que se dá através da junção de órgãos, comitês e sociedade civil. “A solução é negociável, entre todos os atores envolvidos, todos devem se envolver para que dê certo”, garante.

Apresentou as fases do projeto: Diagnóstico da disponibilidade hídrica; diagnóstico de demanda hídrica; monitoramento e automação; regras de operação e controle.

Durante a palestra foram demonstradas pesquisas que revelam que no período chuvoso os níveis de água crescem muito e no seco os valores de água armazenada são muito baixos.

Em seguida, o presidente em exercício do Crea-TO mediou os trabalhos na palestra sobre Hidrometeorologia da Bacia do Rio Tocantins, ministrada pelo Dr. Augusto José da Universidade de São Paulo (USP). Ele inicia falando sobre climatologia, considerando os componentes que são responsáveis pelas atividades do sol e da terra.

O palestrante falou também sobre o que acontece para gerar o efeito estufa, que acontece atualmente no planeta. “Há 18 mil anos o nosso continente estava mais fresco”, lembrou Augusto.

Também tratou sobre a questão do aquecimento, temperatura na atmosfera, umidade do ar e instabilidade atmosférica. Explicou que para resolver a seca do Nordeste deve-se eliminar a alta pressão do atlântico. Mostrou ainda um gráfico que resume o balanço d’água latitudinal. Dentre tantas outras reflexões que o profissional levantou.

Mostrou que deve ser uma balança, onde a base é conhecer os sistemas naturais e atividades humanas para sustentar a economia e a sociedade. “Nós devemos reorganizar o nosso sistema de meteorologia para produzir um resultado que seja mais favorável para a sociedade”, da mesma forma, deixou como reflexão a frase “a primeira coisa que fizemos na vida foi encher o pulmão de ar, a última coisa que faremos é devolver o ar para o planeta", afirmou Augusto.

"Presidente em exercício do Crea-TO, Rafael Marcolino"
A última palestra da tarde tratou sobre a atuação do Comitê de Bacia na gestão hídrica, Jair da Costa, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Formoso.

Ele destacou que o sistema de irrigação no Tocantins é a subelevação, onde alimenta o lençol freático e a água volta para o rio. Assim a água é usada várias vezes, fechando o ciclo.

Tratou também sobre quebra de paradigmas sobre os usos da água, “precisamos ter números para conseguir colocar no papel e mediar a tomada de decisões sobre o uso racional da água”, considera Jair.

Para o acadêmico de agronomia da Universidade Estadual do Tocantins- Unitins, Alexandre Almeida, com a crescente demanda de recursos hídricos “é muito importante saber direcionar o uso das águas para abastecer toda a sociedade de uma forma organizada visando os setores econômicos e sociais”, afirma.

 

Confira a íntegra das palestras:

Palestra Frederico Prado

Palestra Fernán Vergara Figueiroa

Palestra Augusto José

Palestra João Carlos Farencena

Palestra Edson Cabral

Palestra Meire Carreira

Palestra Roberto Sahium

 

Alyce Milhomem

Ascom Crea-TO