Premiação com a série sobre o cerrado tem uma carga simbólica especial, diz Marcelo Canellas

Brasília (DF), 16.06.2005

Repórter especial da Rede Globo, o gaúcho Marcelo Pasqualoto Canellas acabou se especializando na cobertura de temas ligados aos direitos sociais e humanos. Aos 39 anos, o jornalista, natural de Passo Fundo (RS), formado pela Universidade Federal de Santa Maria, em 1987, é o vencedor do II Prêmio Confea de Jornalismo na categoria TV, com a série “Cerrado”. “O Prêmio Confea é o 18º de minha carreira. Para mim, tem uma carga simbólica muito especial por ter sido obtido por meio de uma reportagem de cunho ambiental”, afirma.

Com atuação em jornais e emissoras de TV do interior do Rio Grande do Sul e de São Paulo, atualmente residindo em Brasília, Canellas relata que acredita firmemente na vocação humanista do jornalismo. “Acho que a preocupação ambiental é uma forma de humanismo radical, porque é a preocupação com quem ainda nem nasceu. Com a série, nós, da TV Globo Brasília, queríamos mostrar o patinho feio dos biomas do Brasil. Achávamos que a idéia equivocada  e cristalizada pelo senso-comum  de que o cerrado é feio e pobre, precisava ser demolida. Acreditávamos que, expondo a fragilidade dessa área diante da agressividade da expansão agrícola feita sem critério, estaríamos ajudando a repensar a imagem do bioma”, observa.

Outra questão, ressalta, foi a preocupação em mostrar a beleza da fauna e da flora, mas também a identidade cultural expressa na relação das pessoas com o meio ambiente em que vivem, bem como apontar alternativas de desenvolvimento sustentável para a região. “Para quem, como eu, vive cercado pelo cerrado, fazer uma reportagem como essa foi um grande prazer - que agora se junta à alegria de receber o Prêmio Confea de Jornalismo.


Por Adriana Baumgratz
Da equipe da ACOM