Por um Crea-ES presente e moderno

Brasília, 16 de março de 2018.

"Presidente Lúcia Vilarinho: Crea-ES atenção à fiscalização e ao contexto nacional"
A trajetória da engenheira civil Lúcia Helena Vilarinho Ramos garante sua identificação com o sistema profissional, ao qual vem se dedicando, nas últimas duas décadas, paralelamente a atividades junto aos setores público e privado. Pioneira em diversos desses momentos, ela também se tornou a primeira mulher a ser eleita para a presidência do Crea-ES. “Planejamos estabelecer uma meta de diálogo constante com profissionais, empresas, instituições de ensino, entidades de classe, órgãos públicos e privados e a sociedade”, comenta, ao afirmar o objetivo de tornar o Crea-ES presente e moderno.

Desde a graduação pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em 1978, Lúcia Vilarinho atuou em importantes segmentos em seu estado. Especialista em Análise de Sistemas e pós-graduada em Engenharia Legal e de Avaliações, foi a primeira engenheira civil na construção da Companhia Siderúrgica de Tubarão, hoje ArcelorMittal, além de primeira engenheira a ocupar a direção geral do Departamento de Estradas de Rodagens do Espírito Santo.

Ao longo de duas décadas, atuou em empresas privadas. Já os últimos 20 anos foram dedicados à gestão de projetos públicos, atuando como secretária de Habitação de Vitória, subsecretária de Gestão Urbana e subsecretária de Saneamento e Programas Urbanos no Governo Estadual, além de presidente do Conselho Municipal de Habitação de Vitória e Integrante do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano da capital capixaba. No Crea-ES, foi conselheira, atuando na Câmara Especializada de Engenharia Civil. A seguir, ela nos fala sobre as expectativas de seu mandato.



Site do Confea - Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam da agenda de prioridades, como serão tratados e quais resultados positivos irão gerar?

Lúcia Vilarinho - Nosso propósito é contribuir para tornar o Crea-ES uma instituição presente e moderna. Vamos atuar sob três eixos: união, inovação e transparência. Temos a firme convicção de que precisamos estar mais próximos dos nossos públicos. Para isso, planejamos estabelecer uma meta de diálogo constante com profissionais, empresas, instituições de ensino, entidades de classe, órgãos públicos e privados e a sociedade. Precisamos expandir, interiorizar, nos aproximar, levar o Conselho para perto desses agentes. É prioridade nesta gestão a modernização de toda a nossa base de Tecnologia da Informação, visando dar celeridade aos processos para atender às demandas de forma eficaz e eficiente. Uma estrutura tecnológica baseada num sistema ágil e seguro agregará valor na prestação dos nossos serviços, gerando produtividade e resultados positivos. Investiremos também na ampliação das ações de fiscalização para garantir que obras e serviços da área tecnológica sejam desenvolvidos por profissionais e empresas legalmente habilitados. A Fiscalização Preventiva e Integrada é de grande importância nesse contexto, pois opera as formas preventiva e corretiva de ação, promovendo a valorização profissional e a defesa da sociedade. Com relação às entidades de classe e instituições de ensino, intensificaremos o nosso convívio. Nosso desafio é fortalecer as entidades de classe para que elas tenham condições de exercer, de fato, suas funções institucionais na defesa e na valorização profissional e nos aproximar das instituições de ensino no sentido de promover discussões ligadas à educação, atribuições e formação profissional, ciência e tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, envolvendo nesses debates o Crea-ES, as instituições de ensino, os profissionais, os estudantes e as empresas de fomento.

Site do Confea - A senhora acredita que o Sistema Confea/Crea e Mútua demanda uma readequação de seus procedimentos? Por quê? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como a gestão do senhor(a) irá atuar neste sentido?

Lúcia Vilarinho - O Sistema Confea/Crea tem contribuído pouco para a valorização dos profissionais da área tecnológica. Temos como desafio conjunto a implementação de ações para atualizar e adequar os nossos procedimentos institucionais, operacionais e nossos normativos às novas realidades. Também não podemos, por exemplo, nos omitir diante das novas tendências da educação, que revelam um crescimento significativo da modalidade de ensino à distância. Para isso, vamos sugerir a realização conjunta de fóruns de educação e formação na área tecnológica. A proposta desse diálogo em nível nacional precisa ser feita de forma interativa entre o Sistema Confea/Crea e Mútua, o MEC, as instituições de ensino, as associações de classe e os sindicatos dos segmentos envolvidos. Também precisamos reconhecer que atuamos de forma discreta nas questões relacionadas à valorização profissional, em especial ao cumprimento do Salário Mínimo da categoria, e que precisamos definir procedimentos e métodos de atuação com relação a esta questão.

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Acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?

Lúcia Vilarinho - Acredito que a integração envolvendo Creas da mesma área geográfica possibilitará um melhor entendimento das dificuldades enfrentadas pelas instituições e facilitará a uniformização de atuação e conduta.

Site do Confea - Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual a opinião do(a) senhor(a) sobre essa viabilidade? 

Lúcia Vilarinho - A interação dos profissionais da Engenharia, da Agronomia e das Geociências com o desenvolvimento do país se opera de forma direta no cotidiano do cidadão. Os diversos segmentos que compõem as atividades desenvolvidas por esses profissionais são fundamentais para a retomada do crescimento econômico. Defendo um envolvimento maior da área tecnológica nos movimentos sociais e na formulação de políticas públicas nos três níveis federativos e maior participação nas decisões de poder do país. A responsabilidade dos profissionais da área tecnológica é muito grande. Eles respondem desde as mais básicas e fundamentais às mais complexas ferramentas que os cidadãos utilizam no dia a dia. São das mãos dos profissionais da Engenharia, da Agronomia, da Geologia, da Geografia e da Meteorologia que saem a maior parte das riquezas produzidas no país. Os produtos e serviços gerados pelas profissões abrangidas pelo Sistema Confea/Crea representam cerca de 70% do PIB Nacional e envolvem atividades que interferem direta ou indiretamente na vida das pessoas como habitação, telefonia, iluminação, saneamento ambiental, mobiliário, transportes, agricultura, mobilidade urbana, equipamentos hospitalares, indústrias, portos, aeroportos, arborização, petróleo, energias limpas, entre outros segmentos. O Sistema Confea/Crea tem como principal produto apresentar e defender junto à sociedade, aí incluídas também as categorias que o compõem, um bem simbólico, intangível, que é exatamente a defesa do bem e da ordem, que se materializam em qualidade de vida e dos serviços prestados dentro do seu campo de atuação. Cabe ao Sistema mostrar-se ativo e dinâmico na sua leitura e apreciação dos movimentos da sociedade. Nossas ações devem ser pautadas pelo interesse social e humano. Os profissionais da área tecnológica são agentes fundamentais na construção de um modelo de desenvolvimento econômico sustentável nos níveis social, econômico e tecnológico. São imprescindíveis para a mudança do quadro de estagnação econômica atual. Para essa mudança, são  necessários conhecimento e tecnologia, e quem desenvolve tecnologia somos nós, os engenheiros, nas suas diversas modalidades. Precisamos assumir nosso papel. O Sistema Confea/Crea precisa ser referência para a sociedade, para os profissionais e empresas na prestação de serviços de qualidade e na promoção do desenvolvimento sustentável.

Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea

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