Planos de recursos hídricos aprovados no país são difíceis de sair do papel

Belém, 10 de agosto de 2017.

"Tozzi defendeu maior protagonismo do setor de recursos hídricos na agenda política nacional"
Diversos planos de recursos híbridos não estão sendo colocados em prática, no país, devido a dificuldades no processo de implantação. A questão foi levantada pelo representante da Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (Cobrape), Rafael Tozzi, durante a mesa-redonda “Recursos Hídricos”, que integrou a programação desta quinta-feira (10), da 74ᵃ Semana Nacional da Engenharia e da Agronomia (Soea).

 

Estudos acerca do formato dos planos de recursos hídricos, até então, sistematizados foram desenvolvidos.  A falta de estabelecimento de prioridades quanto às ações a serem desenvolvidas e de clareza para orientar decisões, como a alocação de recursos hídricos, de acordo com a vocação de cada região, estão entre os problemas observados.

 

Além dessa questão, outros fatores têm impactado na efetivação da gestão do setor no Brasil. A limitação dos Estados da Federação em termos de capacidade técnica, financiamento, participação e compromisso político é um deles. Esse cenário tem grande impacto, sobretudo porque a gestão dos planos deve ser desenvolvida tanto em escala nacional quanto estadual  e levar em consideração a compatibilidade e as fronteiras administrativas da três esferas de Poder (municipal, estadual e federal).

De acordo com Tozzi, por conta dessa situação, passou-se a adotar algumas medidas, sendo uma das principais a criação de manuais com o intuito de orientar os comitês das bacias hidrográficas sobre como “tirar do papel” os planos hídricos. “Gastava-se dinheiro e esforço em cima de um planejamento sem que os planos fossem colocados em prática”, frisou.

Apesar de o setor de recursos hídricos ter conquistado maior espaço, principalmente, por conta de eventos naturais recentes, como a seca e escassez no Sudeste, inundações no Norte e estiagem na região Nordeste, é imprescindível ampliar esse protagonismo na agenda política nacional visando à conquista de benefícios econômicos, sociais e ambientais, segundo o palestrante.

Durante a mesa-redonda, defendeu-se ainda o fortalecimento da capacidade técnica dos órgãos em nível estadual, a fim de reduzir o abismo existente em relação ao quadro técnico do órgão regulador nacional.

 

Lisângela Costa
Equipe de Comunicação do Confea/Crea e Mútua