Parceria com setor privado é caminho para êxito em Tecnologia e Inovação

Palmas (TO), 19 de setembro de 2019

Estratégia Nacional para Ciência, Tecnologia e Inovação foi um dos painéis que integrou a programação da 76º Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia, nesta quarta-feira (18), em Palmas (TO). As exposições foram do Gen. Lauro Luiz Pivas da Silva, Secretário Especial de Assuntos Estratégicos Adjunto da Presidência da República, e do Dr. Murício Pazini Brandão, diretor regional Sul-Sudeste do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). O moderador foi o eng. Francis Bogossiam, vice-presidente do Crea-RJ.

Gen. Lauro Luiz Pivas da Silva: “Precisamos sair do personalismo para o institucional para avançarmos”

O Gen. Lauro Luiz Pivas da Silva apresentou um diagnóstico dos principais aspectos que fazem com que a ciência, pesquisa e inovação no Brasil não tenham o desempenho que o país precisa, apesar de potencial e capacidade. Na sequência, expôs ações estratégicas focadas na inovação que podem gerar resultados, riqueza, emprego e desenvolvimento para o país.

Iniciativa privada
A necessidade de alinhamento visando à potencialização da mão de obra e do capital nacional são fundamentais, segundo o palestrante, bem como a mudança do modelo de investimento do setor público à inciativa privada. “A inovação só vira inovação quando se traduz em bem para a sociedade. Temos grandes pesquisadores e escritores, temos muitos artigos, mas não temos inovação transformada em benefícios”, ressaltou.

Segundo ele, é preciso buscar a integração entre os setores público e privado, como acontece nos países desenvolvidos. Atualmente, metade dos investimentos em pesquisa no Brasil são do setor público e parte do privado ainda é subsidiado pelo governo. Nos países desenvolvidos, a média é de 2/3 da inciativa privada.

Desafios
O Brasil ocupa o 14º lugar em “inovação de documentos”, mas está na 64º posição no “índice global de produção”. Este quadro é resultante, sobretudo, do excesso de regulamentação e burocracias que desestimulam o investimento das empresas. O país tem ainda a pior performance entre 140 países no quesito “regulação”, além da 122º posição em “estabilidade macroeconômica”.

Outro aspecto fundamental é articulação entre os diferentes órgãos setoriais, incluindo ministérios e institutos que geram uma quantidade enorme de conhecimento e que precisam ter uma gestão focada em resultados. Apontou como áreas estratégicas do Plano de Desenvolvimento Tecnológico Nacional, a tecnologia aeroespacial e nuclear, a defesa cibernética, a segurança e proteção dos dados, a mineração e, sobretudo, a ciência, tecnologia e desenvolvimento, por meio da pesquisa e inovação.

“É preciso ainda supervisão e controle das metas e ações do plano, reduzir a regulamentação e gerar credibilidade ao setor privado. Precisamos também sair do personalismo para o institucional em todas as esferas, com a convergência de ideias, forças e uma mudança de postura”, finalizou o general.

Murício Pazini Brandão: “Ciência e tecnologia são instrumentos para a inovação”

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Inovações disruptivas são prioridade
Murício Pazini Brandão, diretor regional do MCTIC, iniciou suas considerações alertando para a necessidade de entender a política de desenvolvimento e as estratégias que decorrem dela e citou três pontos específicos: a produção de conhecimento com participação do MEC, a geração de riqueza para o país e a contribuição com a qualidade de vida da população. Disse ainda que a geração de riquezas é a mais importante parta o atual momento o país. “A riqueza brota da natureza, imaginação ou inovação e ciência e tecnologia, são instrumentos para a inovação”.

Brandão explicou, que a inovação pode ser de produto, processo, serviço ou estrutura organizacional e que, colocada à disposição da sociedade, pode ocorrer em nível de novidade ou de impacto. Esclareceu ainda que as inovações disruptivas, que acontecem nos dois níveis, são as que podem gerar mais riqueza. Geralmente nascem de uma ideia maluca, são vistas com ceticismo, não têm consultas de mercado e acabam por tornar a tecnologia dominante obsoleta. Além disso, conseguem quebrar a ordem e estabelecer novos padrões no mercado.

Uma das estratégias do MCTIC é privilegiar ao máximo a implantação de inovações disruptivas no Brasil, citando como exemplo a implantação da indústria 4.0, bem como pesquisas aplicadas, que chegam às últimas etapas do processo de inovação, com teste de operação, certificação e operação na sociedade. “Este é o modelo de inovação que pode se transformar em negócios gerando riqueza para o país”.

Reportagem: Adriano Comin (Confea)
Edição: Henrique Nunes (Confea)
Revisão: Lidiane Barbosa (Confea)
Equipe de Comunicação da 76ª Soea
Fotos: Damasceno Fotografia/Confea