Brasília, segunda-feira, 26 de abril de 2004. A adequação curricular das universidades e o trânsito de engenheiros entre os países ibero-americanos foi assunto do primeiro dia do workshop do Programa de Modernização e Valorização das Engenharias (Promove), organizado pela Associação Brasileira de Ensino em Engenharia (Abenge) até a próxima quarta-feira, 28 de abril, no Mercure Hotel, em Brasília.Segundo o eng. civil mexicano Juan Manuel Cortés, presidente da Associação Ibero-americana de Instituições de Ensino da Engenharia (Asibei), "para que os países interajam nas áreas de engenharia, é indispensável equiparar a formação acadêmica por meio de currículos e programas compatíveis". Em sua palestra durante o evento, Cortés cobrou empenho das instituições de ensino e das entidades governamentais pelo reconhecimento internacional dos diplomas. "Hoje vemos caírem as fronteiras comerciais, mas o trânsito de conhecimento, tecnologia e serviços só será realmente efetivo quando as estruturas acadêmicas dos países tiverem coerência", reforça Cortés. De acordo com o engenheiro, a Asibei tem se esforçado para fomentar a discussão nos países ibero-americanos. Ele diz que em alguns deles, como México e Colômbia, o trabalho já está bastante avançado, mas ainda falta muito para o total entendimento internacional.Cortés lembra também que, embora seja necessária a adequação internacional dos currículos e diplomas, não se pode esquecer das características regionais. "O mundo está globalizado, mas cada um de nós tem suas raízes culturais, vive a realidade local de seu país", argumenta. Para ele, a solução está na divisão "conceitual" da estrutura acadêmica. Assim, parte do currículo teria característica homogênea, conforme um padrão internacional e compatível com outros do exterior. Num outro plano, haveria disciplinas e módulos voltados às necessidades regionais, com foco em questões particulares. Neste rumo, Cortés defende a flexibilização curricular, com a disposição de matérias eletivas. Assim, o aluno poderia direcionar seu curso segundo suas expectativas profissionais, mas sempre com a garantia de um ensino bem orientado. Outra linha de atuação para viabilizar a adequação internacional das estruturas é o estímulo a intercâmbio de estudantes e professores, o que tornaria mais simples a assimilação de diferentes aspectos técnicos, mas também dos traços culturais. Gustavo Schor - Da equipe da ACOM
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