Países de língua portuguesa ganham associação de Engenharia de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Brasília, 10 de julho de 2017.

"Abertura do II Congresso Luso-Brasileiro de Segurança, Saúde Ocupacional e Ambiental – SsOA 2017, no Rio de Janeiro"
Reunido pela primeira vez ano passado, em Coimbra, o Congresso Luso-Brasileiro de Segurança, Saúde Ocupacional e Ambiental – SsOA promoveu sua segunda edição de 5 a 7 de julho, no Rio de Janeiro-RJ. O momento mais marcante do evento foi a criação da Associação de Engenharia de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho dos Países de Língua Portuguesa- AESHSTPL, em evento que contou com a presença do bastonário da Ordem dos Engenheiros Técnicos de Portugal, Augusto Ferreira Guedes, e do presidente do Confea, José Tadeu da Silva. A reciprocidade profissional é a principal meta da associação.

Para o bastonário da Ordem dos Engenheiros Técnicos de Portugal, a  Engenharia precisa se preocupar com as pessoas que morrem em trabalho. “Não podemos ficar fazendo de conta que não houve nada. Decidimos reunir todos os países para dar uma ênfase, assumindo que existe um problema que é o das pessoas que morrem em obras. E encontramos uma receptividade muito grande para integrar os países com língua portuguesa e despertando os demais países para contribuir para melhorar a sociedade. Não pode se continuar a morrer em obras”, disse, em entrevista à rádio do Crea-RJ.

Com sede em Lisboa, a associação verá seu primeiro congresso ser realizado ano que vem no arquipélago de Cabo Verde. Na visão do presidente do Confea, a fundação da associação “representa uma união muito importante em torno desta categoria que tem uma missão muito importante, preservar as pessoas, prevenir, enfim, proteger a sociedade, o trabalhador. Não poderíamos deixar de participar dessa associação que reúne profissionais com notório saber na área de segurança do trabalho. O Confea parabeniza a Ordem dos Engenheiros Técnicos de Portugal. Estamos dando total apoio a esta associação”. 

"Para José Tadeu da Silva, engenharia de segurança do trabalho tem a missão de proteger a sociedade"
José Tadeu da Silva considerou ainda a importância das entidades de classe para o Sistema Confea/Crea e Mútua e também para a Federação Brasileira de Associações de Engenheiros, Agrônomos e Arquitetos (Febrae), da qual é presidente licenciado. “Somos constituídos por entidades de classe, inclusive as de Segurança do Trabalho e atuamos conjuntamente com a Febrae, que tem nos seus quadros 615 entidades do Brasil todo, entre elas a Anest -Associação Nacional de Engenharia de Segurança  do Trabalho e a Sobes – Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança. Essa nova associação terá o apoio e o respaldo da Febrae e também do Sistema Confea/Crea e Mútua”.

Ainda durante seu depoimento à Rádio Crea-JR, o presidente do Confea destacou, entre os avanços obtidos nos últimos anos, a discussão que fez frente ao movimento para desregulamentar a profissão. “Houve ações na justiça para devolvermos os recursos das ARTs. E também se questionou a lei 12.514, que estabelece as anuidades para o Sistema Confea/Crea e os demais 28 conselhos de profissões regulamentadas. O Confea encabeçou essa luta, que depois de uma década de ações, culminou no STF. E fomos vencedores por 9 a 2, validando a nossa lei da ART e validando as anuidades dos conselhos. Foi uma vitória muito grande que veio proteger e garantir a existência do nosso Sistema Confea/Crea e Mútua”. 

A defesa da nova entidade é ratificada pelo presidente do Crea-RJ, eng. eletric. e eng. seg. trab. Reynaldo Barros. “É um momento extremamente importante para a segurança do trabalho dos países de língua portuguesa. A Ordem dos Engenheiros Técnicos de Portugal e Confea são dedicados a isso. Esse momento coroa de êxito o trabalho de diversos profissionais e entidades que representam a engenharia de segurança do trabalho. É uma honra para o Crea-RJ sediar a  fundação dessa associação”.

Associação: sonho que se torna realidade

Por aclamação, o presidente da Associação de Engenharia de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho dos Países de Língua Portuguesa- AESHSTPL será o presidente da Academia Brasileira de Engenharia de Segurança do Trabalho, eng. ind. mec. e eng. seg. trab. Evaldo Valladão. Organizadora do Congresso, ao lado do Clube de Engenharia do Brasil, da Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança e da Escola Superior de Tecnologia da Saúde, do Instituto Politécnico Coimbra, a Academia foi uma das maiores incentivadoras da criação da nova entidade.

"Integrantes da nova Associação que reunirá engenheiros de segurança do trabalho dos países de língua portuguesa"
“Há 18 anos, venho trabalhando em função dessa abertura para a Segurança do Trabalho e o reconhecimento mútuo para Engenheiros. Há 10 anos, essa proposta ganhou corpo e há três anos cresceu ainda mais. Juntamente ao Jorge Conde, presidente do Instituto Politécnico de Coimbra, fundei esse congresso para fazer um congraçamento entre os países, uma aproximação, para criar uma associação que congregasse todos e ainda criarmos uma certificadora para o mundo da língua portuguesa, que hoje são inglesas e alemãs a sua maioria”, descreve.

Valladão considera que foi possível fortalecer o congresso. “Mais que isso, com o apoio do presidente José Tadeu e do mundo de língua portuguesa como um todo estamos conseguindo um reconhecimento mútuo, o que vai abrir um mercado, só falta a certificadora. Meu sonho está se realizando. É possível realizarmos. Nós engenheiros brasileiros, se nós nos unirmos, somos uma força muito grande”, diz, informando que a a nova associação contará ainda com o vice-presidente da Ordem dos Engenheiros Técnicos de Portugal, Antônio Lousada, como vice-presidente e, em sua diretoria, o ex-presidente do Confea e da Sobes, Jaques Sherique, ex-vice-presidente do Confea e ex-presidente Sobes; Luiz Alexandre Mosca Cunha, coordenador nacional das câmaras de Engenharia de Segurança e conselheiro do Crea-RJ; e a engenheira portuguesa Isabel Santos. 

Equipe de Comunicação do Confea