Oficina sobre Educação Corporativa reúne representantes de empresas e governo

Brasília (DF), 03.05.2005

Destacando o Confea como “anfitrião e parceiro ativo do Governo Federal”, o secretário de Tecnologia do MDIC, Roberto Jaguaribe, abriu os trabalhos da terceira edição da oficina  que reúne hoje e amanhã na sede do conselho, em Brasília, dezenas de representantes do governo e iniciativa privada, envolvidos com os objetivos representados pela ABEC (Associação Brasileira de Educação Corporativa (Abec).

Presidida por Ana Rosa Chopard Bonilauri, gerente da Universidade Corporativa da Embratel, a Abec, segundo Ana, “nasceu do compromisso de associar empresas voltadas para a educação corporativa investindo na educação de seus profissionais, e desenvolve a interlocução com o governo na valorização das estratégias competitivas do setor produtivo brasileiro”.

Propondo a criação de um selo de qualidade de educação corporativa, qualificando novos paradigmas de educação, Ana afirma que o mercado de trabalho busca profissionais bem formados, atualizados e com personalidade”.

Para Antonio Inabñez Ruiz, secretário de Educação Tecnológica do MEC, “é fundamental buscar a integração dos diversos ministérios envolvidos com a questão buscando um novo modelo de desenvolvimento para o Brasil, articulado com a educação continuada”.

O secretário de Políticas Públicas e de Emprego do Ministério do Trabalho e Emprego, Remigio Todeschini, concorda com Ibañez e explica “que a missão da educação corporativa é melhorar as gestões empresarial e tecnológica visando a produção de novos produtos e mercados”. Ele ressalta que enquanto Ministério do Trabalho, “nossa missão é buscar a equidade, além da eficiência” e que “é necessária a certificação profissional como reconhecimento do conhecimento adquirido pelo trabalhador”. Todeschini defende também que a educação corporativa “deve alcançar também as pequenas e médias empresas, não deve ficar restrita as grandes corporações”. Ao encerrar sua participação na oficina, anunciou a realização, em agosto, do Congresso de Sistemas Públicos de Emprego: diálogos sociais, que reunirá governo, empresários e trabalhadores na discussão da qualificação da educação corporativa.

Já o presidente do Confea, Wilson Lang, destacando que “sem progresso e desenvolvimento não há justiça social”,  falou do esforço feito pelo Sistema Confea/Crea para modernizar a Resolução 218, adequando-a  para a concessão de atribuições profissionais de acordo com a atualização dos profissionais que buscam mais conhecimentos, exigência feita pelas características atuais do mercado de trabalho”. Para Lang, “a educação continuada tem o propósito estratégico para o desenvolvimento”.

Para Jaguaribe, “a educação corporativa deve se somar à formal para completar os conhecimentos adquiridos nas escolas sejam elas de nível superior, médio ou técnico”. Ele também registrou a presença de representantes de empresas que ainda não implantaram, mas estão interessadas na educação corporativa como ferramenta para melhorar seu desempenho e competitividade .

A primeira palestra da III Oficina de Educação Corporativa, foi desenvolvida no período da manhã pelo professor Afrânio Carvalho Aguiar, da UFMG. Em sua exposição, ele historiou os passos dados desde a realização da primeira oficina e sugeriu o estudo de ações de caráter estrutural e sistêmico, como uma interlocução entre a Abec e as universidades. “precisamos encontrar um consenso”, disse ele completando “o conhecimento é fator de competitividade e isso precisa ser reconhecido por todos como um fator de inclusão social, valorização do trabalho, melhoria da qualidade de vida  e cidadania”. Para ele é imprescindível “sensibilizar a comunidade acadêmica e a Abec pode fazer isso através das pró-reitorias de extensão”.

Afrânio defende que esse caminhoprecisa ser trilhado rapidamente e que incentivos e estímulos têm que ser criados para isso. Ele informa que cerca de 74% do pessoal que coordenada trabalhos relativos à educação corporativa são funcionários das próprias empresas que  muitas vezes até alfabetizam seus trabalhadores.

Oura questão colocada por Afrânio se refere a necessidade de avaliação entre investimento e retorno obtido com a educação corporativa e a definição de metas e mecanismos de acompanhamento do desenvolvimento dos trabalhadores. “temos que fazer uma reflexão, disse, sobre a ação articulada entre empresas, governo e universidades. Sobre a conveniência de compartilhar custos e conhecimento, buscando em conjunto soluções que viabilizem mecanismos de inclusão de pequenas e médias empresas”.


Saiba mais sobre a Abec no endereço www.abecbrasil.com.br


Por Maria Helena de Carvalho
Da equipe da ACOM