Gramado, 10 de agosto de 2023.
A Engenharia Aeroespacial e o uso da Tecnologia Cabos Para-Raios Energizados também foram destaques na tarde de quinta-feira (10/8) na Querência Contecc. O primeiro tema foi explanado pelo engenheiro mecânico Airton Nabarrete, professor associado do Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA, que destacou que o ensino no Brasil é recente, porém de grande relevância. “Começamos a ter os primeiros egressos em 2012. Essa é uma engenharia que lida com projetos, construção e manutenção de aeronaves, veículos espaciais, foguetes e satélites, juntando as duas ciências – o espaço e a engenharia aeronáutica, pegando ainda um pouco da engenharia mecânica e principalmente da eletrônica, para se ter uma formação dedicada ao estudo espacial”, explicou.
Nabarrete reforçou a importância da engenharia aeroespacial citando sobre o SPORT, um nanossatélite lançado no espaço em novembro de 2022. Produzido no ITA e com a missão de monitorar a ionosfera (camada superior da atmosfera), o satélite coleta dados para o estudo dos efeitos das tempestades solares, que ocasionam perturbações em atividades da sociedade, tais como a interrupção do sinal GPS, black-out de comunicações, interrupção na transmissão de energia, entre outros. O professor destacou que o projeto é integrado pelos alunos do ITA, técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), pesquisadores da Nasa e universidades norte-americanas. “Por isso é que precisamos de mais engenheiros nessa área, a formação é importante e se justifica principalmente para a resolução de problemas aqui na nossa atmosfera”, finalizou.
Tecnologia Cabos Para-Raios Energizados
Dando prosseguimento, o engenheiro eletricista José Ezequiel Ramos, professor da Universidade Federal de Rondônia – UNIR apresentou sobre a tecnologia Cabos Para Raios energizados (PRE) – uma alternativa tecnológica de inclusão social. Essa tecnologia consiste na isolação e energização dos cabos para-raios de linhas de transmissão (LT), para transmitir energia elétrica em Média Tensão (13,8 kV; 34,5 kV). Assim, é possível atender pequenas cidades e vilarejos ao longo dos corredores das grandes LTs, de forma confiável e barata, quando comparado com outras alternativas convencionais, como por exemplo, a construção de uma linha em 34,5 kV.
O engenheiro e professor Ezequiel enfatizou que o sistema PRE também proporciona menor custo operacional ao longo do tempo, ou seja, as saídas frequentes não demandam o deslocamento de equipes de manutenção, permitindo um custo muito mais econômico que o convencional.
“Existem várias tecnologias que buscam promover a inclusão social pelo viés da energia elétrica e o PRE se insere no conjunto dessas alternativas, com a vantagem de permitir atender cargas elevadas. No caso de Rondônia, nós atendemos cidades como Jaru e Itapuã do Oeste. Com efeito, esse é o diferencial do sistema que atende, não somente pequenas cargas, mas também cargas expressivas como foi nossa experiência em Rondônia”, detalhou o professor.
Reportagem: Suelen Viana (Crea-RO)
Edição: Beatriz Leal (Confea)
Equipe de Comunicação da 78ª Soea
Fotos: Suelen Viana (Crea-RO)