Gramado, 10 de agosto de 2023.
No atual cenário desafiador das mudanças climáticas, diversas são as ações que estão sendo adotadas para um mundo mais sustentável. Uma das iniciativas praticadas é a busca pelo Carbono Zero, que contou com o painel “Carbono Zero: a contribuição das engenharias para o Brasil”, durante o terceiro dia (10/8) da 78ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea).
A primeira palestra do painel contou com a participação do eng. agr. Francisco Guedes Alcoforado, pesquisador da Embrapa/diretor de Inovação Pública do Piauí, para dissertar sobre o “Uso de tecnologias ABC. A agricultura com baixa emissão de carbono”. Reduzir a emissão de carbono no setor agropecuário é a meta definida pelo Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, chamado de ABC+, para o período de 2020–2030.
Sobre sua temática, Francisco Guedes explicou aos presentes sobre as tecnologias da agricultura com baixa emissão de carbono, a fim de contribuir com a redução dos efeitos da mudança climática, especialmente, no bioma da caatinga. “Demonstrei um pouco a contribuição da Agronomia, revivendo, desde o ano de 1910, a criação do DNOCs com suas importantes obras para o Nordeste, passando pelas tecnologias de convivências com o semiárido, a Agroecologia, e passando pelo início desse século com as tecnologias desenvolvidas, no Brasil e no mundo”, afirmou. O engenheiro ainda explicou sobre um estudo de caso que teve a satisfação de contribuir no Piauí.
Fixação de carbono nos sistemas agrícolas sustentáveis
Na sequência, apresentou-se no palco o diretor/consultor em Biotecnologia Agrícola, o eng. agr. D.Sc. Celso Katsuhiro, com o tema “Fixação de carbono nos sistemas agrícolas sustentáveis pelo manejo da microbiodiversidade e uso de bioinsumos”. Katsuhiro expôs sobre TMT/SysBioAgroPec, um sistema de sustentabilidade que combina o manejo da microbiodiversidade com o uso estratégico de bioinsumos.
“Já praticamos esse modelo de manejo com a Emater do Distrito Federal, pois esse órgão já é direcionado para a extensão rural, aos pequenos produtores familiares. No entanto, para a pesquisa, muitas pessoas ainda não aceitam esse processo de produção de manejo integrado. Apesar de produzir vinho, pão, cerveja, eles não conseguiram trazer essa vida para o sistema agrícola. Então, a gente incorporou esse processo e conseguimos, assim, dar qualidade à produção. Então, já realizamos esse modelo há 40 anos, contudo a academia ainda não está tão aberta a esse processo. Como resolver isso? A gente tem que entrar nas instituições de pesquisa para orientar e fazer com que as pessoas enxerguem esse novo processo e, posteriormente, difundi-la na agricultura”, concluiu.
Biogás: a tecnologia das energias renováveis
Concluindo a sequência de palestras, foi a vez do eng. mec. Marco Aurélio Cândia Braga, com sua apresentação sobre o “Biogás: a tecnologia das energias renováveis”. O palestrante explicou como esse recurso é derivado de processos biológicos naturais e como a tecnologia do biogás pode revolucionar o cenário energético.
Embora o biogás seja uma alternativa rumo a um futuro mais limpo e consciente, Marco Aurélio reflete que essa energia sustentável ainda não é muito explorada. “As pessoas não têm consciência de que o resíduo tem valor, pois se você coloca uma placa solar na sua empresa, todo mundo vê. Agora, se você separa o seu resíduo e faz biogás com ele, você gera energia, mas ninguém vê. Temos que difundir melhor para fazer com que as pessoas abracem o biogás”, concluiu.
Ao final do painel, os palestrantes foram agraciados com seus respectivos certificados pela participação no evento, entregues pelas mãos do conselheiro federal eng. agr. Cândido Carnaúba Mota.
Reportagem: Anna Jescika (Crea-PI)
Edição: Henrique Nunes (Confea)
Equipe de Comunicação da 78ª Soea
Fotos: Studio Feijão & Lentilha