Joel Krüger lamenta a morte do professor Shido Ogura

Brasília, 15 de março de 2021.

Shido Ogura

Ocorrido no domingo (14/03), em Curitiba (PR), o falecimento do engenheiro civil e professor Shido Ogura, 83 anos, vítima de câncer de fígado, foi lamentado não só pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde lecionou por 33 anos, mas também por colegas de trabalho, autoridades como o prefeito da capital do estado, Rafael Greca, professores e alunos, entre eles, Joel Krüger, engenheiro civil que preside o Confea.

Ainda na ativa, dando aulas na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), o professor Joel conhece e reconhece o valor de um professor com capacidade de, generosamente, compartilhar conhecimentos de maneira clara e objetiva:  “Foi o caso de Shido Ogura, que me ensinou os meandros da engenharia durante minha formação na UFPR. Lamento profundamente o falecimento de um dos maiores especialistas em estruturas do mundo e responsável por grandes obras de arte na engenharia. Descanse em paz, mestre”.

Autor de publicações  como “Teoria das Estruturas –  Estruturas Isostáticas – Exercícios”, entre outras, Ogura que foi reconhecido em vida como “Engenheiro do Ano”, em 2016, e fez parte de entidades como a Academia Paranaense de Engenharia e o Instituto de Engenharia do Paraná.  

Além dos ensinamentos compartilhados –  foi professor do Departamento de Construção Civil até o ano de 1995 –  Shido também deixa muitas obras como o trecho 7 do metrô de São Paulo e, em Curitiba, a cobertura do Clube Curitibano; o edifício da Telepar, blocos da Copel, a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, o Estádio do Clube Atlético Paranaense, além de vários shoppings e edifícios espalhados pela cidade.

Como integrante da equipe que criou a solução estrutural do Palácio Castelo Branco, antigo Instituto de Educação do Paraná, teve seu trabalho reconhecido pelo autor da obra, o arquiteto Oscar Niemeyer: “Adorei esta obra. É moderna, moderníssima...", escreveu durante a inauguração do Museu Oscar Niemeyer (MON), em 2002, mais conhecido como Museu do Olho, devido ao design do edifício.

“Foi o maior vão livre daquele tempo no país, solucionado com uma viga protendida feita com cabos de aço enormes que foram importados da Suíça e que, posicionados e esticados, empurram toda a cobertura do prédio para cima, lutando contra uma carga natural que força toda a estrutura para baixo. Embaixo de cada pilar das extremidades desse vão foram instalados seis rolos de aço que se movem de acordo com o trabalho da estrutura, mantendo tudo em pé”, explicava Ogura. 

Segundo o blog http://petcivil.blogspot.com/2018/10/museu-oscar-niemeyer-e-engenharia-por.html?m=1 tudo começou em 1967, quando Oscar Niemeyer projetou o que seria a sede do Instituto de Educação do Paraná. O edifício Presidente Humberto Castelo Branco (como foi batizado), no entanto, foi entregue somente 11 anos mais tarde, servindo como sede das secretarias do estado do Paraná. Contudo, em 2002, o edifício recebeu uma nova destinação, tornando-se o Museu Oscar Niemeyer (MON). Para tanto, o espaço foi readequado e, além disso, recebeu a criação de um novo anexo: o ilustre Olho, também idealizado por Niemeyer.

O MON é considerado o maior museu de arte da América Latina, com perto de 35 mil metros de área construída e 17 mil metros para exposições.

O curitibano Shido Ogura deixa viúva, Aldira, e os filhos do primeiro casamento: José Fernando, fotógrafo; Paulo Augusto, músico, e Vanessa Ogura, que seguiu a profissão do pai.  

O corpo do professor foi cremado em cerimônia restrita à família e amigos no Cemitério Pedro Fuss, em São José dos Pinhais, nesta segunda-feira (15/03).

Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea