Moradia popular é tema de painel na Soea

Palmas (TO), 19 de setembro de 2019.

A questão da moradia popular foi debatida nesta quinta-feira (19), no último dia da 76ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), realizada em Palmas. O tema foi abordado no painel “Os Impactos Sociais da Moradia Popular”. Assuntos como déficit habitacional, Programa Minha Casa Minha Vida e a crise na construção civil foram alguns dos assuntos debatidos no painel.

Profissionais acompanham discussão sobre restruturação do Minha Casa Minha Vida

A primeira a abordar a temática foi a conselheira do Crea-BA e membro do Conselho Estadual das Cidades, eng. civ. Rute Carvalhal Borges. A profissional questionou os presentes quanto à questão das construções padronizadas das moradias populares. “Essas construções em larga escala não podem reforçar a segregação das cidades?”, indagou. Rute também chamou atenção para a discussão sobre déficit habitacional. “Será que existe mesmo esse déficit ou essas unidades habitacionais não foram entregues a quem realmente precisava?”, questionou.

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Na opinião da palestrante, entre as necessidades habitacionais no Brasil estão: promover moradia digna até 2030 e fazer 1,2 milhão de unidades habitacionais; políticas públicas de habitação devem ser trabalhadas pelos engenheiros, pois existem áreas longe dos centros das cidades em que foram construídas unidades habitacionais sem o mínimo de infraestrutura como escola e unidade básica de saúde.

Déficit habitacional foi um dos assuntos abordados pelas palestrantes

O painel contou ainda com a palestra da coordenadora de Avaliação da Defesa Civil Nacional, em Brasília, Angélia Faddoul, que apresentou o tema “Evolução da participação do custo de mão de obra no CUB: impactos e consequências para a construção civil”. Angélia comentou que, apesar da queda na construção das moradias populares através do Programa Minha Casa Minha Vida, desde 2016, houve uma evolução na participação do custo de mão de obra. “O comportamento da mão de obra variou 105% de 2008 a 2018, apesar da queda na ocupação de postos de trabalho”, disse. Outra informação repassada por Angélia é que de 2012 a 2018 houve uma redução de 20% na produção dos materiais.

O painel foi mediado pela presidente do Crea-RN, eng. civ. Ana Adalgisa Dias, que iniciou a mediação ao falar do relatório elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em que constam milhares de obras inacabadas espalhadas pelo país. “É um absurdo a quantidade de dinheiro jogada fora e muitas obras eram do Minha Casa Minha Vida. O programa precisa passar por uma ampla discussão e uma restruturação”, disse.

Reportagem: Erta Souza (Crea-ES)
Edição: Beatriz Craveiro (Confea)
Revisão: Lidiane Barbosa (Confea)
Equipe de Comunicação da 76ª Soea
Fotos: Damasceno Fotografia/Confea e Marck Castro