Bioeconomia, sustentabilidade e arborização urbana fecham Agenda 2030

Palmas (TO), 19 de setembro de 2019.

As Estratégias da Engenharia, da Agronomia e das Geociências para o Desenvolvimento Nacional, tema da Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (Soea) deste ano, passam por dar sustentabilidade, inclusive econômica, para o olhar ambiental ao crescimento das cidades. Esse foi um dos enfoques da parte final do Painel Agenda 2030, realizado no fim da tarde desta quarta-feira (18), em Palmas (TO).

O eng. agr. Kleber Santos, conselheiro do Crea-DF e coordenador nacional das Câmaras Especializadas de Agronomia, abriu com a palestra “Os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e a nova Economia para a Sustentabilidade”, que apresentou “a forte tendência, que já é realidade, de uma nova economia pela sustentabilidade, pela humanidade, pelo planeta”.

Coordenador da CCEAGRO, Kleber Santos: sustentabilidade para o planeta

“Precisamos discutir o papel dos engenheiros agrônomos e dos engenheiros, geógrafos, geólogos e meteorologistas neste processo, que são as transformações tecnológicas e de gestão. As tecnologias sustentáveis que devem ser disseminadas amplamente para termos um planeta sustentável”, afirmou Kleber.

Metas para o futuro
O zootecnista Bruno Nunes, coordenador-geral da Bioeconomia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, apresentou o tema: “Bioeconomia – Uma visão de Futuro”. Nele, discorreu sobre o que é a bioeconomia no mundo e como ela ajuda na sustentabilidade para o cumprimento de metas que o Brasil tem feito e o que precisa para o futuro.

Zootecnista Bruno Nunes: bioeconomia como instrumento da sustentabilidade

“Bioeconomia, como o Brasil tem focado, é a substituição de matérias primas fósseis e minerais, que são finitas, por matérias-primas renováveis e biológicas, que a gente chama de biomassa em essência. São vários os processos, principalmente os biológicos e biotecnológicos, para a produção de alimentos, rações animais, energia, fibra, medicamentos, de forma que se tenha sistemas produtivos mais sustentáveis, focando o bem-estar da população e no desenvolvimento econômico”, explicou Bruno.

Arborização
Já o eng. ftal. Mauricio Balensiefer, ex-conselheiro do Crea-PR e atual presidente da Sobrade (Sociedade Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas), ministrou sobre “A Arborização na Sustentabilidade de Ambientes Urbanos”. É um tema muito afeto à atuação da agronomia e da engenharia florestal. Nela, abordou aspectos da sustentabilidade do ambiente urbano pela presença da arborização urbana.

Engenheiro florestal Mauricio Balensiefer: arborização, tema afeto à agronomia e à engenharia florestal

“Existem melhorias das condições climáticas, controle de cheias. Tem comprovação aqui em Palmas, de diferença de temperatura debaixo da árvore ser 8 graus mais amena. O grande desafio é (os municípios) fazerem a revisão dos seus projetos de arborização urbana. Muitas árvores são plantadas de uma forma desordenada, sem orientação técnica, com espaçamentos inadequados, escolha de espécies não apropriadas, preparo de cova, entre outros fatores técnicos”, ponderou Balensiefer.

Florestas urbanas
Ainda no Painel Agenda 2030, o eng. agr. Anderson Fontes, diretor de controle ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente em João Pessoa (PB), foi o quarto a palestrar. O tema foi “A Importância de uma Política Nacional sobre as Florestas Urbanas”, pelo qual apresentou modelos de gestão do verde urbano, através do trabalho desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, da qual é o diretor do regional Nordeste.

Modelos de gestão do verde urbano foram apresentados pelo engenheiro agrônomo Anderson Fontes

“Cada município vai cuidando do seu espaço e mostrando o valor daquela gestão. Se houvesse um Plano Nacional, uma lei ou instrução normativa, que disciplinasse o modelo adequado para que os municípios buscassem o plantar bem, como manejar bem o verde, seria o melhor”, ponderou.

Arborização urbana
Finalizando o Painel, o eng. amb. Helder Rafael Nocko, presidente da Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais e ex-conselheiro do Crea-PR, falou sobre “Planos Municipais de Arborização Urbana – Instrumentos de Planejamento para o Combate às Mudanças Climáticas”.

Aspectos multiprofissionais da arborização urbana foram tratados pelo engenheiro ambiental Helder Nocko

“A arborização urbana é uma área multidisciplinar. Temos aspectos bem florestais e agronômicos. Tem os aspectos econômicos, os ambientais que são muito importantes. Planejar as cidades como um todo, não só as áreas urbanas, para a gente ter áreas ambientais preservadas ou reflorestadas. Assim, teremos cidades mais resilientes, mais preparadas para as mudanças climáticas e usando as árvores para as funções ambientais que elas propiciam”, concluiu.

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Reportagem: Rafael Valentim (Crea-AM)
Edição: Henrique Nunes (Confea)
Revisão: Lidiane Barbosa (Confea)
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: Damasceno Fotografias/Confea