Seis conselheiros encerram mandatos no Confea

Brasília, 14 de dezembro de 2018.

Última sessão do ano, a plenária 1481 também é a última para seis dos 18 conselheiros titulares que compõem o plenário do Confea. São eles: Alessandro José Macedo Machado (técnico em química, engenheiro agrimensor e civil, e bacharel em contabilidade); Carlos Batista das Neves, engenheiro eletricista; Daniel Salati Marcondes e Francisco Soares da Silva, engenheiros agrônomos; Luciano Valério Soares e Wiliam Barbosa, engenheiros mecânicos.

Por diferentes caminhos cada um chegou ao plenário federal e por caminhos diferentes cada um seguirá seu rumo. Em comum,  levam consigo a marca indelével de serem da área tecnológica brasileira, terem se destacado como lideranças classistas e contribuído para o que todos consideram da “máxima importância”, a modernização do Sistema Confea/Crea e Mútua.

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Aos 47 anos, Machado retorna a sua base, Salvador (BA), depois de vivenciar seu primeiro mandato federal, depois de ter sido conselheiro regional e presidido a Associação dos Engenheiros Agrimensores do estado. “Três anos depois, percebemos o quanto evoluímos", diz Machado, que destaca os investimentos realizados pelo Confea na atualização de sistema e infraestrutura ao utilizar mecanismos de integração entre os Creas: “Isso permite que possam ser realizados convênios e diversos acordos de cooperação nas três esferas de governo”.

"Alessandro Machado"

A chamada ART nacional (Anotação de Responsabilidade Técnica) – que é uma central, ou repositório que aglutina, em tempo real, o movimento realizado por cada ART emitida pelos profissionais, também foi lembrada por Machado.  A certificação para as instalações prediais  urbanas que atendem aos padrões de acessibilidade também foi considerada um avanço pelo conselheiro.

Com participação em três Comissões Permanentes - a de Assuntos Institucionais, a Eleitoral e a de Normas e Procedimentos -, Machado também chamou a atenção para organização da tabela de obras e serviços e para a atualização do cadastro de empresas por meio da atualização da Resolução 1036.

Sobre o futuro e sobre a contribuição que a ART nacional poderá dar ao Sinter (Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais) e ao BIM (Building Information Model), Machado acredita que será “um divisor de águas. Nossa expectativa é que esse trabalho se traduza em segurança na aquisição de imóveis e na regularização imobiliária nacional”.

Varejo e atacado: visão ampliada
Também do Nordeste, Francisco Soares da Silva, 66 anos, natural  de Valença (PI), conta que aos 19 anos foi estudar Agronomia no Maranhão, estado onde se fixou profissionalmente e constituiu família.   Atuou como extensionista no interior e na capital foi professor da UEMA (Universidade Estadual do Maranhão). Hoje é professor aposentado.

"Conselheiro Francisco Soares"

Soares, que  presidiu a Associação dos Engenheiros Agrônomos do Maranhão e o Crea, de 1990 a 1993, foi ainda conselheiro regional por seis mandatos, encerra seu primeiro mandato federal.
Sobre a experiência como conselheiro federal, Soares disse que o fato “ampliou sua visão sobre questões relativas às  atividades profissionais: “No regional, nossa visão é do varejo, no Confea, é de atacado”, resume de bom humor.

Para ele, “o Sistema pode melhorar no processamento de todas as atividades administrativas e proporcionar aos profissionais  melhores condições de trabalho. No Confea, a implantação do Sistema Eletrônico de Informações  (SEI) é um avanço muito grande. Representa economia de energia e respeito ao meio ambiente”.

Consultor da ONG  Inagro (Instituto de Agronegócios do Maranhão) desde 2004, Soares volta a São Luís para fazer uma das coisas que mais gosta: o trabalho em comunidades onde detecta as carências e faz projetos que entram em chamadas públicas e obtém recursos para serem implantados. Entre as carências, casas de farinha, hortas, aviários e capacitação em fruticultura e criação de pequenos animais.

Enquanto conselheiro, Soares ocupou o cargo de chanceler da Comissão do Mérito – que homenageia profissionais que contribuíram para o desenvolvimento tecnológico nacional.  “Um cargo marcante que me permitiu encontrar amigos de reconhecida competência profissional”. Ele ainda coordenou  a CCSS (Comissão de Controle e Sustentabilidade do Sistema) e integrante da CAIS (Comissão de Articulação Institucional do Sistema). 

Descansar como plano futuro
Wiliam Barbosa, 62 anos, natural de Nova Esperança (PR). Bem-humorado, se define VIP (Vim do Interior do Paraná) ou “pé vermeio”, cor da terra do Paraná, e se fixou em Curitiba, a capital do estado. Diz que a opção profissional foi “pura vocação. Quando criança, construía meus carinhos”, relembra.

"Conselheiro Wiliam"

Encerrando seu primeiro mandato, Barbosa atuou na CAIS e na CONP e diz que seu mandato “foi normal, sem grandes emoções” e como alerta diz que “os conselheiros têm que ser independentes e não aceitar nem se aliar a ninguém”. Para ele, “deve-se manter fiel ao mandato em defesa da sociedade e dos profissionais”.

Planos para o futuro? “Descansar. Acabei de me aposentar da Universidade Federal do Paraná, depois 39 anos. Vou curtir a sensação nova de ser um recém-aposentado”.

Seguindo o caminho das pedras
Contando com suplências, Daniel Salati encerra sua terceira passagem pelo plenário do Conselho Federal. 78 anos, natural de Presidente Venceslau (SP), diz que a profissão estava definida na memória genética da família “cheia de agrônomos”.

"Daniel Antônio Salati"

Direto, Salati foi logo dizendo o que pensa: “O que penso é o seguinte: hoje, é delicada a situação vivida pelo Sistema Confea/Crea”. Salati chega a essa conclusão diante dos inúmeros cursos atualmente existes no país: “As universidades têm autonomia e criam os cursos querem.  Tanta  variedade traz problemas de sombreamento entre as atividades das profissões dentro e fora do Sistema”.

“Por outro lado, afirma Salati, o Sistema criado em 1933 e normatizado em 1966, pela Lei 5194, não atende a evolução tecnológica e isso traz sérios problemas como, por exemplo, o acirramento da disputa no mercado de trabalho”.

O conselheiro afirma que “devemos ter coragem para mudar a Lei 5194, atualizando o Sistema de acordo com a evolução tecnológica e adaptando as novas atividades que vão surgindo.”

“Vou pra Porto Alegre, tchau!”
Luciano Soares, por sua vez – 49 anos, natural de Cachoeira do Sul (RS), volta para Porto Alegre, a capital do estado onde atua como perito-engenheiro da Receita Federal do Brasil.

Ao encerrar seu primeiro mandato no plenário federal, onde chegou por indicação do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul, diz que aprendeu a atuar como titular, quando como suplente, acompanhava a movimentação do ex-conselheiro pelo estado, Pablo Palma.

"Luciano Lopes Sores"

Para Luciano, o marcante de exercer o mandato, “é a oportunidade de conhecermos outros conselheiros e a troca de experiências que permitem conhecer e entender a complexidade da tomada de decisões”.

Como crítica, Luciano diz que as decisões tomadas pelo Confea demoram a ser implantadas pelos regionais e quando chegam nem sempre são cumpridas.

Integrante das comissões de Ética e exercício Profissional, Eleitoral e de Atribuição Profissional, o conselheiro disse que “Hoje tem uma visão mais ampla das profissões reunidas pelo Sistema e como Salati defendeu a atualização da Lei 5194". Para ele, esse passo“é crucial”. Luciano também defendeu que o plenário tenha representantes de todos os estados da federação.

Voltando a Porto, Luciano deve se tornar eleito conselheiro regional, cargo para o qual é candidato. “A gente chega cheio de sonhos e ideias para resolver o Sistema e quando sai, a gente vê  que não conseguiu fazer nem a metade do que se propôs por conta das dificuldades sistêmicas, mesmo". Mas para ele, “esse é um desafio tem gosto de quero mais”. 

Responsabilidade e abrangência
Natural de Nova Granada (RS), há 20 anos Carlos das Neves se fixou em Palmas (TO), onde atuou como profissional e como conselheiro do Crea. 69 anos, primeiro  e único mandato federal, ele acredita que “a grande diferença entre ser conselheiro regional e federal está na parte técnica, na legislação, em função das  inúmeras atividades profissionais reunidas no Sistema".

"Carlos Batista das Neves"


“Aqui ampliamos nossos conhecimentos”, diz o conselheiro, que fala ainda da grande responsabilidade da atuação no Confea. “O que decidimos tem repercussão nacional e precisamos entender as diversidades regionais  que atingem as profissões."

Funcionário aposentado da Eletronorte, diz que o descanso “é com certeza a principal atividade” que vai exercer nos primeiros dias depois de encerrar o mandato. Quero cuidar da saúde e tocar a vida com a família. Ao rever os três últimos anos como conselheiro acredita que “nessa jornada o plenário conseguiu melhorar a imagem do Sistema e trazer novidades como ART  e  uma Comunicação  direta com a sociedade”. Na bagagem, Das Neves leva muitas amizades feitas no plenário e em todo o Brasil. “Isso foi e é muito gratificante”.

Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea

Fotos: André Benício/Confea