Empoderamento e consciência coletiva

Empoderamento feminino é a consciência coletiva, expressada por ações para fortalecer as mulheres e desenvolver a equidade de gênero: esse foi o mote que norteou os painéis constantes do seminário “Equidade de Gênero/Mulheres na Engenharia”, atividade da programação da Soea, na tarde desta quinta-feira (23).

"Takimoto: mulheres já inseridas na engenharia e agronomia têm de incentivar outras"
Primeira palestrante do painel “Engenharia em Ação – Participação Feminina na Era das Indústrias 4.0”, a engenheira eletricista Tatiana Takimoto defendeu que mulheres já inseridas na engenharia e agronomia têm de incentivar outras a entrarem para as carreiras tecnológicas. “Pesquisas mostram que levará 117 anos para que aconteça a equidade de gêneros. Eu quero estar viva para presenciar isso, então preciso trabalhar dobrado, e conto com a ajuda de vocês”, brincou.

No mesmo painel, ao abordar sobre sua atuação na agricultura, a engenheira agrônoma Vanessa Sabione contou que sofreu muito preconceito no início de sua carreira e, por isso, resolveu abrir um canal de comunicação – o Agromulher – para conversar com mulheres que passaram pela mesma dificuldade. “Podemos estar onde quisermos, mas temos que entender que não podemos só falar. Temos que fazer, ter pulso para enfrentar e não desistir por causa do preconceito. Não existe profissão só para homens”, destacou.

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O segundo painel do dia teve como tema o item 5 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas: equidade de gênero. Primeira palestrante da rodada, a coordenadora do painel e assessora do Confea Fabyola Resende apresentou um mapa estatístico. “O total de mulheres engenheiras e agrônomas registradas no Sistema Confea/Crea é de 15% apenas. Não só queremos que o número de mulheres registradas cresça. Queremos trazer essas mulheres para dentro do Sistema, para os Creas, para as entidades. Temos que fomentar essa participação”, defendeu.

A conselheira do Crea-PR eng. civ. Célia Rosa defende o termo “equidade”, em detrimento da palavra “igualdade”. “O caminho não é defender as mulheres ou defender os homens, temos é que trabalhar juntos. Leis defendendo a mulher não faltam. O que falta é a conscientização de todos”, disse, ao palestrar sobre assédio profissional.

"Lúcia Vilarinho, Ana Adalgisa, Carminda Pinheiro e Fátima Có"
A mesa de abertura foi composta pelas quatro mulheres presidentes de Crea: eng. civ. Ana Adalgisa Dias (RN), eng. civ. Fátima Có (DF), eng. civ. Lúcia Helena Vilarinho (ES) e eng. agr. Carminda Pinheiro (AC). Todas, em seus discursos, mostraram que é possível realizar o sonho de entrar para as áreas da engenharia e agronomia e ocupar grandes cargos.

“Ter um espaço dentro do Sistema para discutir o avanço do papel da mulher, e na presença de muitos homens, é gratificante. Não podemos discutir o papel da mulher para mulheres. Nós, mulheres, precisamos nos fazer mais presentes, temos que participar do nosso Sistema, como conselheiras, nas entidades de classe e também como presidente de Creas”, disse Fatima Có.

Ao visitar o fórum, o presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger, fez um breve relato das ações que o Sistema tem feito em prol da mulher. “O Sistema tem um novo olhar para o devido tratamento com as mulheres, e vamos avançar mais”, disse Krüger.

Reportagem: Letícia Almeida (Crea-DF)
Edição: Beatriz Craveiro (Confea)
Revisão: Lidiane Barbosa
Equipe de Comunicação da 75ª Soea
Fotos: ART Imagem Fotografia