Privatização de distribuidoras da Eletrobras Norte e Nordeste pode não ocorrer em julho

Brasília, 26 de abril de 2018.

Marcada para julho, a venda das distribuidoras de energia Eletrobras Norte, formada pelos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, e Eletrobras Nordeste  – Alagoas e Piauí - , pode não ocorrer. Isso porque o TCU está questionando o modelo Deságio adotado para a efetivação do negócio. Por esse modelo, ganha a empresa que oferecer o menor preço de tarifa a ser cobrado dos consumidores. O TCU quer conhecer os cálculos que determinaram o valor da tarifa básica, já que em parecer, levanta a hipótese da venda não ser vantajosa para o governo e atraente demais para investidores.

"Adjar Vieira Barbosa, presidente da Eletrobras Distribuição Alagoas"

A privatização das distribuidoras da Eletrobras Norte e Eletrobras Nordeste foi o teor “da conversa e não palestra” entre Adjar Vieira Barbosa, engenheiro eletricista, mestre em Operação do Sistema Elétrico, e presidente da Eletrobras Distribuição Alagoas e os conselheiros reunidos na sessão plenária 1457, do Confea.

Preocupado com o cenário atual e futuro, Adjar afirma que a privatização das distribuidoras Norte e Nordeste “é um caminho sem volta e, se não acontecer em julho agora, será no ano que vem”. Ele acredita que deve haver solução ou respostas para os questionamentos feito pelo TCU. “Quanto vale e por quanto devem ser vendidas é a equação que precisa ser resolvida”, disse Adjar.

Ele admite que as distribuidoras não têm como gerir a energia para seus estados por preços razoáveis. O presidente da Ceal afirma que o setor de energia precisa de grandes investimentos  e reconhece que o governo federal, por meio do Ministério de Minas Energia “não tem o montante de recursos necessários atender as demandas atuais e futuras do setor”.

Contrário à privatização e representado pelo conselheiro Francisco Chacon, na semana passada, o Confea marcou presença na Câmara dos Deputados durante reunião da Comissão Especial que analisa a desestatização das Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobras. “A posição do Conselho é de preocupação com a tecnologia nacional, com o projeto de país que queremos, um país soberano e que possa construir o seu próprio futuro", afirma Chacon, que na Comissão, representou Joel Krüger, presidente do Confea.

O histórico da Eletrobras Alagoas pode ser consultado aqui.

Com 201 processos em pauta, a sessão plenária 1457 deve avançar até depois das 19h.

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Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea


Fotos: Marck Castro