Perfil
Conselheiro do plenário original do Crea-AL, em 1968, Fernando Cardoso Gama (Crea-AL) é um dos mais prestigiados engenheiros alagoanos. Ex-reitor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em mandatos não consecutivos, ele denomina a biblioteca do Regional, tendo uma atuação de destaque para a formação e o engajamento profissional em seu estado.
“Tivemos muita evolução com a entrada da Escola de Engenharia, em 1955. Formamos ótimos profissionais, hoje o nosso curso de engenharia, modéstia à parte, é um dos melhores do Brasil”, diz, reconhecendo também a atuação do Sistema Confea/Crea em prol da categoria.
Nome da turma de 1966, 1968 e 1977, Fernando Cardoso Gama se orgulha de ter gerido a universidade em períodos distintos, a ditadura e a redemocratização, experiências que exigiram dedicação quase exclusiva.
“Praticamente deixei de dar aula. Na ditadura, o dinheiro era curto, mas certo. Construí quase 70 por cento do campus, com o programa MEC-BID III. Já na democracia, não tinha orçamento, a gente resistia com o empenho de gaveta, como se tivesse um cheque especial”.
Experiência marcante, serviu ao Exército enquanto estudante. “Lá, temos que fazer até o que não queremos, a disciplina é muito importante. Recebi uma bolsa de estudo, e fiz o terceiro e o quarto ano no Rio de Janeiro, indo a Recife só fazer as provas”.
Em relação ao lazer, nada de futebol, apesar de ser conselheiro do Clube de Regatas Brasil (CRB). “Minha mulher assiste mais que eu, fico mais na novela”. Humanismo que acompanhou a aptidão para as Exatas, que o levaria também ao universo digital.
“Sempre gostei da informática, e fui o primeiro diretor do centro de processamento de dados da universidade, o que me valeu muito. Meu pai era professor secundário de Química, chegou a ser secretário de Educação do Estado, e me deu essa conduta científica, mas também me obrigava a fazer redação sempre”.
Formação e histórias vivenciadas entre suas três Marias, a filha Maria do Carmo, a neta Maria Isabel e a bisneta Maria Julia, e com sua esposa, Catharina Maslowa Milito Gama. Com elas, compartilhará agora a maior reverência do Sistema. “Para mim é muito gratificante receber essa homenagem”.
Trajetória profissional
Estágio no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, no Rio de Janeiro (1952-1953); Curso de Preparação para Oficiais da Reserva no Recife (1952) e Rio de Janeiro (1953); No Governo de Alagoas, Secretário de Estado da Leitura (1957-1961), Secretário de Estado dos Negócios da Viação e Obras Públicas (1958-1961); Presidente do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (1989-1990); Secretário de Planejamento (1990-1991); Diretor do Centro de Gerenciamento da Informática da Procuradoria Geral de Justiça (2003-2004); Diretor do Departamento de Pessoal da Procuradoria Geral de Justiça (2004); Presidente da Comissão da Companhia de Eletricidade de Alagoas - Ceal (1959); Na prefeitura de Maceió, Organizador e Primeiro Superintendente da Superintendência Municipal de Obras e Viação – Sumov (1966); Na Universidade Federal de Alagoas – Ufal, Professor Assistente do Departamento de Física do Centro de Ciências Exatas e Naturais (1972); Diretor da Escola de Engenharia (1974-1978); Pró-Reitor para Assuntos Estudantis (1980-1981); Pró-Reitor para Assuntos Acadêmicos (1982-1983) e Reitor (1983-1987 e 1991-1995); Autor do livro “Educação para Cidadania” (Maceió, 1984); Professor honoris causa da Universidade Federal do Maranhão – UFMA (1987); Vice-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas - Fapeal (1991-1992); Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/AL (1995-1998); Consultor em Processamento de Dados dos Processos Seletivos do Centro de Estudo Superiores de Maceió - Cesmac (1995-2002); Vice-Diretor da Faculdade de Maceió – Fama (2004-2006); Sócio e Diretor Administrativo da Memória – Organização Documental (2002 aos dias atuais); Medalha de Mérito Universitário - 45 anos Ufal (2006); Comenda Manoel Ferri, outorgada pelo Crea-AL (2015); Medalha de Honra ao Mérito, do Clube de Engenharia de Alagoas (2015); Medalha de Honra ao Mérito, outorgada pelo Crea-AL (2016); Acadêmico fundador da Academia Alagoana de Educação – Acale (2017).