São Paulo, 17 de julho de 2017.
O conselheiro federal Osmar Barros, ex-conselheiro do Crea-SP por dois mandatos, destacou que os temas debatidos são importantes “em um momento de crise social, política, que nada mais é que uma crise ética. Os assuntos discutidos aqui são sobre ética. No Confea, procuraremos dar a melhor recepção a essas propostas. Esse encontro foi um sucesso porque podemos discutir com muita propriedade com quem está na base e pode falar sobre esses problemas”.
Confira a seguir tópicos de entrevista concedida pelo presidente José Tadeu da Silva sobre o Encontro Nacional de Engenharia Civil
Encontro
O encontro é um momento em que todo o Brasil se reúne para discutir as grandes questões nacionais que envolvem a Engenharia Civil e os nossos normativos. Pautamos a questão do Livro de Ordem, a ART, enfim um documento importante da real e efetiva participação profissional. Há muita discussão, o que é importante, mas o mais importante é que essas lideranças que representam as câmaras, os conselheiros de civil dos Creas, deem as suas contribuições, é um momento de dar contribuição. Da mesma forma, em relação às legislações novas que acabam de ocorrer. Dentro do âmbito do sistema, a resolução 1090, que regulamentou o artigo 75 da Lei 5.194/1966, que coloca o cancelamento de registro definitivo do profissional por má conduta pública ou escândalo praticado por ele. Ela dá segurança jurídica para aplicar, quando preciso, essa norma. Essa resolução é um avanço, mas ela pode ser aprimorada, bem como os mecanismos para fiscalizar e aplicar essas regras. E estão pautadas duas leis novas: a Lei 13.425, que aprimora a questão dos projetos de segurança e combate ao incêndios e desastres, como aquele que ocorreu na boate Kiss, e coloca que os conselhos de Engenharia e Arquitetura informem às universidades e escolas de nível técnico correlata, que coloquem cadeiras para dar informação e conhecimento sobre esses temas para que isso não volte a ocorrer. E a Lei 13.465, de 11 de julho, que regulamenta a regularização rural, de latifúndios, como a zona urbana. Isso traz um ganho para a sociedade que poderá regularizar suas propriedades, ter seus títulos. Obviamente, esses projetos de regularização passam pelos profissionais, especialmente da Engenharia Civil. Tudo isso está sendo discutido de forma democrática e extraído sugestões que nós levaremos para as nossas comissões e para o plenário para que eles possam ver o que pode ser feito para o aprimoramento dos nossos normativos e da nossa legislação profissional, visando obviamente garantir proteção e segurança para a sociedade, a boa qualidade dos serviços e um bom exercício profissional.
Engenharia Civil em São Paulo
Ética
Ética é um instrumento forte, o instrumento mais poderoso de valorização profissional. Todos os que atuam de forma honorífica dentro do Sistema com esse altruísmo só estão voltados para duas palavras: valorização profissional. E a ética é um dos maiores instrumentos, junto com a fiscalização, um instrumento poderoso de valorização profissional. Por isso, nós temos de dar uma atenção muito grande à ética em um país que passa por essa situação, quando a cada momento que você escuta uma notícia sobre as principais pessoas que respondem pela governança e pela gestão do país, você se pergunta se vai preso ou não vai. E tudo isso gira em torno da corrupção, que precisa ser extirpada não só dentro de um Sistema grande como o nosso, que pode ter profissionais envolvidos com essas pessoas que governam o Brasil. Devemos enfatizar muito esse Código de Ética Profissional e mostrar para os jovens as regras que uma pessoa que exerce uma profissão tem que demonstrar a fim de servir de exemplo sobre a forma como atuamos, com respeito aos cidadãos, aos colegas e à nação.
Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea