Último dia de evento sobre águas aborda soluções e sensibilização da sociedade para o tema

Brasília, 6 de maio de 2016

Na manhã da sexta-feira (6/5), o tecnólogo Paulo Roberto de Carvalho, coordenador técnico na empresa ATME - Eco Solutions - falando sobre “Soluções em eficiência energética e hídrica”, abriu os trabalhos e atraiu a atenção dos participantes da reunião preparatória para a conferência internacional “Água e energia – novas abordagens sustentáveis”, que o Sistema Confea/Crea realizará em julho próximo.

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"Paulo Carvalho: 50% a 75% da perda de água se deve a fissuras no encanamento."

Em Brasília, onde a reunião acontece, Carvalho apresentou produtos e uma tecnologia conhecida como TALR que, segundo ele, “quebra de paradigmas” quando o assunto é vazamento de água tratada em sistemas de fornecimento urbano. “A nova tecnologia já patenteada em Israel e com pedido de patente na Inglaterra e Alemanha, detecta, sela e cura 35% dos vazamentos de água por 30 anos”, afirmou. Ele disse, ainda, que no mundo, de 50% a 75% da perda de água se deve a fissuras no encanamento. Segundo levantamento que foi feito pelo IBNET (International Benchmarking Network for Water and Sanitation Utilities), entre 43 países pesquisados, o Brasil fica na 20ª posição em ranking internacional de perda de água.

"Palestrante brinca: clima é 85% dos assuntos de elevadores."
 

O bacharel, mestre e PhD em Meteorologia, Augusto Jose Pereira Filho, lançando mão de sua experiência como professor, didaticamente, falou sobre Meteorologia e Climatologia na Gestão Hídrica, tema da segunda palestra apresentada pela manhã. Bem humorado, começou dizendo que “85% das conversas entre desconhecidos, em elevador, por exemplo, tratam do clima”. Extremamente técnico, Augusto que pesquisa, leciona e desenvolve projetos de cultura e extensão em Hidrometeorologia, falou de mudanças climáticas, geleiras, e historiou sobre a idade do gelo, entre outros aspectos da climatologia. Variações orbitais, fator importante para variações climáticas da terra, a excentricidade do planeta e o eixo de inclinação terrestre de hoje, de 23,5 graus, foram informações que alimentaram a palestra.

Delson José Amador foi o terceiro palestrante do último dia da reunião preparatória para a Conferência internacional Água e Energia – novas abordagens sustentáveis. Assessor de Assuntos Estratégicos da Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Delson traçou um cenário histórico sobre o sistema elétrico brasileiro. Segundo ele, o setor é “um dos mais complexos setores da economia e da vida de todas as pessoas”.

"Secretário afirma: há resistência para fontes alternativas no Brasil."

O modelo de cobrança – a receita de todas as companhias elétricas vem unicamente do pagamento das contas de luz feito pelo consumidor – baseado na tarifa pelo custo, a crise das décadas de 1980 e 1990, além da de 2001, a falta de investimento em expansão para atender a demanda da economia nacional foram abordados por Delson, para quem, o momento atual continua sendo marcado pela busca de soluções que resolvam a cobrança de preços compatíveis com prestação de um serviço. Para Delson, é evidente o desequilíbrio no setor, que é de tal ordem que inviabiliza as empresas fornecedoras. Para ele, é preciso planejamento para fazer com que as diversas fontes e geração de energia que o país dispõe estejam programadas para atender as necessidades de um país com as dimensões do Brasil. Delson também admitiu a resistência para a utilização de fontes alternativas como a biomassa, o vento e o sol.

"Dias ressalta papel das redes sociais para divulgação científica"

Última palestra da programação, o tema “Água, energia e clima: problemas e desafios da divulgação científica” foi abordado pelo prof. dr. Hélio Dias, presidente do Instituto para Valorização da Educação e da Pesquisa. Na ocasião, Dias apresentou aos participantes plataformas de relacionamento entre professores e alunos, e matérias jornalísticas que abordam temas da área tecnológica. Dias, que também tem formação em jornalismo, ressaltou o papel das redes sociais como ferramenta gratuita de levar informações àqueles que não lidam com a ciência todos os dias. “As redes sociais podem ter um papel muito importante, colocando a sociedade para se posicionar”. Dias tem um canal no Youtube, com cerca de 390 vídeos publicados. Segundo ele, o canal recebe 10 mil visualizações por semana. “São medidas simples que ajudam a levar ao público conhecimento de assuntos do dia a dia da ciência”, afirmou. 

Beatriz Leal e Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea