Crise na responsabilidade técnica exige ação

Brasília, 13 de março de 2007

A responsabilidade técnica e a atribuição profissional – os pilares sobre os quais se baseia o Sistema Confea/Crea – deverão ser cuidadosamente analisados no processo de revisão das relações institucionais e sociais. “Para haver mudanças é essencial que se busque saber quais as ameaças e quais as oportunidades que se apresentam”, analisou o ex-presidente do Confea, eng. eletricista Frederico Bussinger, hoje secretário de Transportes de São Paulo. Ele participou hoje, 13 de março, do II Encontro de Lideranças do Sistema, que vai até sexta-feira no Hotel Nacional, em Brasília.

Em sua palestra, ele citou filósofos, políticos e pensadores para falar da dificuldade de se promover mudanças de forma negociada, a exemplo do que o Confea propõe com o Pacto Profissional e Social. “Vivemos hoje o dilema entre a modernização das relações trabalhistas e a flexibilização de currículos e proliferação de cursos. No meio, insere-se o Sistema, buscando qualificar as atribuições profissionais”, afirmou.

Ele lembrou as circunstâncias que geraram a primeira constituinte, entre 1991 e 1992, da qual foi um dos responsáveis. O Brasil vivia a redemocratização após um longo período de regime militar. “Era um momento bem diferente do atual”, pontuou, lembrando que, naquela época, o próprio Sistema viveu um momento de grande mobilização e havia o entusiasmo de se romper com a chamada “década perdida”.

Paralelos
“Era um tempo de esperança que contaminava a todos”, afirma saudoso, para em seguida comentar que hoje há desinteresse por parte dos profissionais mais jovens, o que dificulta essa reorganização. Na primeira grande reorganização do Sistema a preocupação era do ponto de vista institucional. “O processo atual é mais ambicioso, pois visa um pacto social, o que exige o entendimento com quem compactuar”, disse Bussinger.

O fato de se iniciar esse processo durante o início da gestão é considerado por Bussinger muito positivo, pois haverá tempo para trabalhar sistematicamente com a sociedade. Além disso, há uma preocupação em legitimar o processo para garantir a ampla participação. O secretário alertou para se buscar claramente com quem legitimar esse pacto.

Ana Maria Mejia
Jornalista convidada