Obras públicas, perícia e curso sobre asfalto na pauta do Congresso de Novas Tecnologias

Maceió, 23 de agosto de 2006

Os painéis de engenharia do IV Congresso de Novas Tecnologias discutiram, na tarde hoje (23/08): experiência do curso de especialização em construção de Obras Públicas, desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná, dentro da perspectiva de residência técnica; o uso da física e da matemática para resolver perícias aparentemente insolúveis, questões sobre o ensino da engenharia; e o Projeto Proasfalto, desenvolvido pela Petrobrás.

O curso de especialização da UFPR foi apresentado pelo professor Willian Alves Barbosa. Segundo ele o objetivo é dar ao profissional uma formação específica em construção de obras públicas por meio de um programa de educação continuada. O curso visa reciclar e complementar a formação de profissionais recém formados de engenharia, arquitetura e urbanismo, relacionados com a indústria da construção civil voltada para o setor de obras públicas.

“Com essa iniciativa queremos potencializar o acesso ao ensino público universitário mediante a otimização de recursos humanos e de infra-estrutura física. Bem como contribuir para o aprimoramento do processo ensino/aprendizagem na área de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo, através da utilização de recursos tecnológicos, humanos e materiais, tornando-os disponíveis por meios interativos”, explicou o professor.

Willian Alves explica que o enfoque do curso foi calcado na identificação, compreensão e solução de problemas e dúvidas que normalmente surgem em obras de engenharia de construção civil em especial no setor de obras públicas. “

Perícia - No que se refere a perícias insolúveis, o painel foi apresentado pelo perito Carlos Eduardo Kerr. Ele contou dois casos de acidentes em estradas brasileiras sem soluções aparentes. Em ambos, usou a matemática e a física para conseguir solucionar. Obteve bons resultados. Uma das maiores dificuldades foi a falta de informações sobre as condições dos acidentes. Todos os dados foram levantados a partir da coleta de depoimentos de todos os atores envolvidos.

Ensino - João Sérgio Cordeiro, presidente da Associação Brasileira de Ensino de Engenharia (Abenge) informou vários dados sobre o ensino da engenharia no Brasil. Ressaltou que a área profissional é um vetor de desenvolvimento, sendo responsável por 70% do PIB brasileiro.

Baseado em um trabalho do professor Vanderli da Abenge de Minas Gerais, ele informou que de 1999 a 2005 o número de cursos de engenharia quase dobrou. Porém, 60% destes cursos são em Universidades Privadas. Numa análise por região do país, este aumento foi concentrado n a região Sudeste. Na região Nordeste o grande número de cursos ainda é das Universidades Públicas.

Em termos de modalidade o maior crescimento foi nos números de cursos de engenharia de produção e ambiental. Os estudos revelam também que há 10,anos existiam 32 modalidades, hoje são 50. Tinham 56 habilitações que se transformaram em 103. E 88 títulos, ampliados para 153. Cordeiro ressalta que a análise destes dados são fundamentais para saber qual será o rumo do Brasil daqui pra frente em termos de desenvolvimento.

Proasfalto – A enga.Carolina Fernandes Rodrigues apresentou o programa “Asfalto na Universidade” ou “Proasfalto”, desenvolvido pela estatal em parceria com a ABR Distribuidora e a Associação Brasileira de Distribuidora de Asfalto. Se trata de um curso voltado para professores das disciplinas de estradas e asfalto.

A criação do curso partiu da premissa que o país perde R$ 40 bilhões devido as más condições das estradas brasileiras. “Hoje formamos engenheiros civis que não pensam em fazer estradas. O curso objetiva formar multiplicadores de conhecimento de ponta neste setor”.

O curso é gratuito. Para participar os professores podem acessar www.proasfalto.com.br. O participante recebe o livro “Pavimentação Asfaltica – Formação Básica para Engenheiros”. Eles receberão ainda certificado de participação.

Bety Rita Ramos
Equipe de Comunicação do Confea