A quem interessa resíduos agrotóxicos nos alimentos?

Maceió, 22 de agosto de 2006


“O papel da engenharia ambiental na sociedade e suas inovações”, “Análise de Agrotóxicos” e “O custo da oferta de água no sertão nordestino” , questões  de interesse da área tecnológica quando o assunto é meio ambiente, tiveram  discussões calorosas na tarde de 3a feira 22, durante a 63a Soeaa. 

Um dos temas mais empolgantes foi a “Análise dos Agrotóxicos”, que teve como conferencista o eng. agr. e ftal, Sebastião Pinheiro, pesquisador da UFRS, um dos principais estudiosos da agricultura orgânica no país. Sebastião foi ferrenho em sua crítica ao uso indiscriminado de agrotóxicos na agricultura mundial.

“Quando se fala sobre o resíduo de agrotóxicos nos alimentos ou no meio ambiente, devemos perguntar a quem interessa esses resíduos. Para quem defende o ambiente, não interessa o resíduo, quem come o alimento tão pouco quer comer veneno. Mas interessa sim, à  quem fabrica o veneno, um negócio que representa 30 bilhões de dólares e envolve uma meia dúzia de empresas”, dispara Sebastião. 

Para ele, a tolerância dos resíduos nos alimentos é uma forma encontrada pelas indústrias para “que seus representantes não sejam mandados para a cadeia.  Para isso, contam com o apoio de organismos internacionais, como as Nações Unidas e a FAO”. Pinheiro atesta que os níveis de produção não têm nada a ver com o uso dos agrotóxicos, e sim com a fertilidade da terra e as tecnologias empregadas pelos agricultores.

“Hoje nós temos no Rio Grande do Sul uma queda gigantesca de uso de veneno na agricultura e não caiu a produção. Ao contrário, a produção cresceu”, garante.

A programação teve ainda a palestra do eng. amb. João Gomes sobre o papel da engenharia ambiental na sociedade e a do professor Walmir de Albuquerque, da UFAL, sobre “O custo da oferta de água no sertão nordestino”.