Desafios da educação para o Brasil

Maceió (AL), 23 de agosto de 2006

Educação à distância e a importância da formação de engenheiros foram os destaques do primeiro painel de ontem, 23, “Os desafios da Educação para o Pensar o Brasil”. O reitor Arquimedes Diógenes Alonso, 2º presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), mostrou a realidade da educação superior, em que predomina o setor privado – as instituições particulares representam 88,1% das 2.310 cadastradas no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) – e há queda de qualidade. “Há uma sintonia precária com as demandas sociais e um financiamento público igualmente precário”, sublinhou.

A meta do Ministério da Educação (MEC) é matricular 30% dos jovens entre 18 e 24 anos até 2010 – hoje são cerca de 10%, ou 20 milhões. Os cursos de educação à distância devem ajudar nessa missão. Eles cresceram de 10 cursos em 2000 para 107 em 2004. “Além de contribuir com a formação de professores, ela tem o papel de democratizar o acesso ao ensino superior”, destacou o físico Webster Spiguel Cassiano, coordenador-geral de articulação institucional em educação à distância do MEC, que mostrou em seu painel a Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Se há necessidade de formar competências e democratizar o acesso ao ensino em todas as áreas, o professor da PUC-Rio, eng. Luiz Carlos Scarvada, diria que isso é ainda mais essencial na engenharia. Para ele, isso é um fator condicionante do desenvolvimento. “Há uma relação direta entre o crescimento do PIB da chamada Ásia desenvolvida – de 15% para 25% entre os anos 80 e 2000 – e os graduados em engenharia, que aumentaram de 7 mil para 90 mil no mesmo período”, exemplificou, mostrando a necessidade de o Brasil investir pesado na formação de engenheiros.

O eng. Paulo Roberto da Silva, representante da Abeas, afirmou que há uma abertura no MEC para que o Sistema Confea/Crea discuta a formação mínima, que garanta a qualidade desses profissionais. “Antes da LDB esse currículo era editado pelo Ministério, mas hoje há espaço para integração com o Sistema”, alertou. O último painelista, do conselheiro Federal Fernando Costa mostrou que há uma disposição do Sistema nesse sentido.