Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital em parceria com o Confea

Brasília, 7 de junho de 2006

"Jonas Valente e Josué Franco"
Promover um debate democrático com a sociedade brasileira sobre a TV digital e as mudanças que estão ocorrendo no setor de radiodifusão. Esse foi o acordo firmado entre o presidente do Confea, eng. civil Marcos Túlio de Melo, e representantes da Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital. 

O coordenador da Ong Intervozes, Jonas Valente, já vinha mantendo um diálogo com o Confea desde o ano passado. Ontem, 6 de junho, conseguiu uma audiência com o presidente Marcos Túlio. Estiveram presentes na reunião o secretário executivo da Associação Brasileira de Radiodifusão comunitária, Josué Franco Lopes, e o representante do fórum nacional pela democratização da Comunicação, José Guilherme de Castro.

Para Jonas Valente, é preciso discutir as regras que serão aplicadas à TV Digital. “A legislação do setor audiovisual é de 1962. Se não forem estabelecidas mudanças agora, depois será tarde demais”, disse. Ele defende ainda que a TV Digital seja um instrumento de inclusão digital e que as televisões tenham um conversor para que possam receber sinal digital acoplado em uma linha telefônica. Desse modo, o aparelho teria as mesmas funções de um computador.

Essas idéias vão ao encontro do que defende o Sistema Confea/Crea. Marcos Túlio ressalta que o Conselho está desenvolvendo um trabalho junto aos parlamentares no sentido de que haja um debate maior em relação à TV Digital e o padrão a ser adotado no Brasil. “Foram distribuídos oitocentos documentos aos parlamentares, às entidades nacionais e aos presidentes dos Creas. Também foram feitas visitas aos líderes partidários para discutir a TV Digital.

"Estamos tendo uma boa repercussão com esse trabalho”, relatou o presidente. Ele se dispôs a unir forças com a Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital no intuito de debater com todas as camadas da sociedade sobre o sistema de TV Digital. Na reunião, ficou acertada a distribuição de uma cartilha elaborada pela Intervozez, com a logomarca do Confea, além de um trabalho conjunto para mostrar a importância de abrir o debate a toda a sociedade.

Outro assunto tratado foi a questão do rádio. O secretário executivo da Associação Brasileira de radiodifusão comunitária, Josué Franco Lopes, relatou ao presidente os problemas que as rádios comunitárias e as pequenas rádios estão passando. Estão sendo realizados desde o final do ano passado, em 10 capitais, testes de transmissões experimentais em dois padrões de rádio digital: americano e europeu. O custo para equipar os estúdios e comprar o transmissor sai por mais de 75 mil dólares.

Além de onerar as rádios comunitárias e as pequenas rádios, o sistema não permite a entrada de novas emissoras na cidade onde há congestionamento do espectro de radiofreqüência. “Se não houver uma solução para esse impasse, essas rádios simplesmente desaparecerão, pois elas não têm a mínima condição de aderir aos modelos de padrão digital”, queixou-se o secretário.
Ao término da reunião, os representantes expuseram seus planos, que vão desde a elaboração de um decreto para a radiodifusão, semelhante ao da TV Digital e a ação na justiça para sinalizar o governo sobre a questão até à realização de manifestações do setor em Brasília.

O presidente por sua vez, acertou de enviar a cartilha às 27 entidades de classes nacionais, aos 27 Creas  conseqüentemente as 750 inspetorias espalhadas pelo interior dos Estados  e às entidades regionais. O objetivo é fomentar, de uma maneira articulada, os regionais e as entidades para a realização de audiências públicas para discutir o tema.

Isabel Almeida
Equipe de Comunicação do Confea