MEC e Confea buscam a valorização dos cursos tecnológicos

Brasília, 6 de junho de 2006

Há 12 anos, eram 180 os cursos que formavam tecnólogos no país. Hoje, eles passam de 3 mil, com 1.246 denominações diferentes. Para a diretora de políticas e articulação institucional do Ministério da Educação (MEC), Jaqueline Moll, esses cursos devem passar por um processo de avaliação. Ela esteve no Confea hoje, 6 de junho, juntamente com representantes da Secretaria de Educação Tecnológica do ministério para propor uma parceria com o conselho nesse sentido.

“Muitos desses cursos têm sido anunciados como pura e simplesmente cursos rápidos, como se os estudantes estivessem em uma feira livre a procura de uma pechincha. É papel do ministério promover a moralização desse nível de formação”, afirmou a diretora, enfatizando que o objetivo é contribuir para que os cursos tenham densidade tecnológica e epistemológica e que atendam à demanda do mercado de trabalho.

A proposta da secretaria consiste na produção de um catálogo para orientar as instituições de ensino, na abertura e manutenção do curso. “Queremos a parceria para elaborar esse catálogo. É o Conselho quem dispõe sobre atribuição profissional e, trabalhando juntos, evitamos possíveis divergências no futuro”, explicou o professor Wilson Conciani, da secretaria. Ele ressaltou que o catálogo proposto contém, a princípio, 82 títulos. “Mas podemos, em conjunto, reduzir mais”, explicou.

Essa idéia vai ao encontro do que pensa o professor Ruy Vieira, consultor do Confea. “Existe um boom de iniciativas de formação de tecnólogos, mas muitas denominações são inadequadas, como as de ‘tecnólogo em química’ ou em ‘mecânica’, que são idênticas às denominações de engenheiros dessas áreas”, explicou o professor, sugerindo que essas denominações devam ser mais bem pensadas. “A denominação ‘tecnólogo em construção civil’, por sua vez, é adequada, pois trata-se de uma das atribuições do engenheiro civil”, exemplificou.

Diante dessa primeira troca de idéias, o presidente do Confea, eng. Marcos Túlio de Melo, expressou a sua satisfação com a abertura do diálogo. “Queremos manter um canal permanente com o ministério”, disse ele. Também estiveram presentes nessa reunião os professores Aléssio Trindade, Paulo Wollinger e Patrícia Silva, todos da Setec, além dos conselheiros federais Liberalino de Souza e Fernando Costa, que foi quem agendou o encontro.

Por Mariana Zanatta
Equipe de Comunicação do Confea