João José Vasconcellos: um ano sem notícias

Brasília, 19 de janeiro de 2006

Hoje (19/1) faz um ano que o engenheiro brasileiro João José Vasconcellos Júnior foi seqüestrado no Iraque, quando o comboio que o transportava a Bagdá foi emboscado em estrada próxima à cidade de Baiji, a 180 quilômetros da capital, no chamado Triângulo Sunita. Ele trabalhava no país na construção de uma usina elétrica pela construtora Norberto Odebrecht.

O presidente do Confea, Marcos Túlio de Melo, considera imprescindível que haja uma sistemática de proteção por parte do governo para os profissionais que trabalham no exterior, principalmente em condições de risco. “A potencialidade dos profissionais brasileiros na área tecnológica é enorme e está na pauta de discussões a ampliação da participação desses profissionais no cenário mundial”, disse o presidente.

Ele lamenta que fatos como esse ainda ocorram no mundo. “A nossa expectativa, no Confea, é que o Itamaraty e a presidência da república consigam um resultado efetivo na busca de esclarecer sobre o que aconteceu com o engenheiro desaparecido”, enfatizou.

Conforme nota publicada no site do Itamaraty, as iniciativas do Governo brasileiro continuam a ser tomadas com a cautela e a discrição necessárias, tendo em conta a natureza sensível e dramática do problema. “O seqüestro ocorreu em região conflagrada, foco de intensos bombardeios aéreos e combates. A difícil situação prevalecente no Triângulo Sunita, durante grande parte dos últimos 12 meses, dificultou sobremaneira a realização de investigações”, diz a nota.

Três dias depois de seu desaparecimento, a rede de TV árabe Al Jazira exibiu um vídeo sem áudio em que rebeldes mostravam sua carteira de mergulhador e algumas cédulas de reais, mas em nenhum momento foram divulgadas imagens do engenheiro e ainda não se tem informações sobre o paradeiro dele.

Mariana Zanatta
Da equipe da ACOM