Rede de tecnologia do biodiesel tem 208 pesquisadores de 55 instituições

Brasília (DF), 31.03.2005

 
O portal do PNPB - Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, lançado nesta terça-feira (29, atenderá à comissão executiva que trabalhou para a implantação e ao comitê gestor, no sentido de trocar e divulgar informações sobre o andamento das ações. No total, são 16 ações que envolvem geração de emprego e renda, inclusão social, tecnologias agrícolas, financiamento para produção de oleaginosas, desenvolvimento de pesquisa, estratégias mercadológicas, marco regulatório, incentivos fiscais para distribuição e comercialização, dentre outras.

No endereço www.biodiesel.gov.br, estará disponível ainda o Escritório Virtual, que servirá exclusivamente aos pesquisadores envolvidos nos 27 projetos de pesquisa em andamento, cadastrados no PNPB. São 208 pesquisadores, de 56 instituições científicas, que integram a Rede Brasileira de Tecnologia do Biodiesel, lançada oficialmente nesta terça-feira, em sua primeira reunião nacional. A rede tem por objetivo criar programas de gestão e comunicação, pensar em melhores formas de aplicação de recursos e evitar a duplicação de esforços.

Os projetos são realizados em parceria com os estados, que entraram com recursos em forma de contrapartida. Há programas estaduais em 22 estados, com exceção de Rondônia, Roraima, Tocantins, Santa Catarina e Distrito Federal. De acordo com Breno França, engenheiro eletricista especializado em energias renováveis do Ministério da Ciência e Tecnologia, os próximos passos da Rede são identificar os gargalos tecnológicos e propor novas linhas de pesquisa.

Até agora, o PNPB contou com financiamento dos fundos setoriais, no total de R$ 12 milhões, liberados em 2003 e em 2004. Outra fonte de recursos foram os estados. Segundo França, as oleaginosas mais promissoras para produção de biodiesel são o dendê e a mamona, porque ambas têm forte componente de inclusão social: podem ser produzidas por unidades familiares. Além disso, o PNPB usará também a infra-estrutura existente para a produção de soja. Outro óleo comprovadamente promissor é o de girassol.

Esses óleos vegetais são adicionados ao diesel, derivado do petróleo, numa proporção de 2%. França conta que há vários grupos de pesquisa, principalmente da região Norte e Centro-Oeste, que estudam a viabilidade de usar óleos amazônicos e óleos provenientes de plantas do Cerrado para produção de biodiesel. O combustível pode ser aproveitado tanto em motores automotivos e fluviais, como em motores estacionários que servirão para gerar energia elétrica.

O PNPB foi lançado em dezembro do ano passado, já como resultado de estudos de um grupo interministerial formado por integrantes de 14 pastas. Em aproximadamente 12 meses, o grupo levantou a viabilidade de produzir e usar biodiesel na matriz energética brasileira, e também oferecer um combustível com qualidade cuja produção gerasse emprego e renda. "Isso sem excluir tecnologias de qualquer parte do país", acrescentou Breno França. Ainda neste ano, o estado do Tocantins deverá ser incluído no programa nacional.

( Agência Brasil)