Manaus, terça-feira, 23 de julho de 2002. As dificuldades de acesso aos espaços públicos que fazem parte do dia-a- dia de 15% da população brasileira - portadores de deficiência física - têm agora um inimigo número um: o Sistema Confea/Crea. Nos próximos sessenta dias deve estar saindo do papel a Campanha "Acesso para Todos", versão nacional da "Inacessível Inaceitável" que nasceu no Crea-MG em 1999 e já tem filha no Crea-PE.A campanha foi um dos pontos da pauta da 4ª Reunião Ordinária do Colégio de Presidentes, realizada de 21 a 23 de julho em Manaus. Os presidentes do Crea-SE, eng. civil Etelvino Freitas e do Cre-PE, eng. civil Telga Gomes de Araújo Filho fizeram exposição de uma proposta de campanha de mídia para o projeto.Além do trabalho publicitário de mídia, que visa sensibilizar sociedade e governos para pôr fim a inacessibilidade que tiram dos portadores de deficiência o direito de ir e vir, a campanha contará também com uma cartilha com a legislação sobre o tema comentada, os maiores problemas porque passam os portadores e orientação de como resolvê-los, entre outras informações. Faz parte da campanha ainda, a realização de seminários e cursos sobre o assunto e a implementação de diversas parcerias."Os governos são os maiores contratantes de profissionais para construção de espaço públicos, eles podem passar a exigir a observação das condições de acessibilidade nos projetos contratados", exemplifica, como ação que deve resultar da campanha, o presidente do Confea. Eng. Wilson Lang.O presidente do Crea-MG, lembrou a importância da criação da Comissão de Acessibilidade nos plenários dos Creas e informou que o Crea-MG tem uma verba de R$ 100 mil para implementar a campanha este ano. Ele sugeriu um grande esforço de alavancagem de recursos para este fim por parte dos Creas.O Sistema reconhece que entre as dificuldades para a implantação das normas de acessibilidade encontra-se a questão da formação profissional. Nesse sentido, uma das parcerias mais incentivadas, dentro do projeto, são com as universidades.Pioneiro, o Crea-MG por exemplo, firmou convênio com a Universidade Federal de Minas Gerais, por meio da Escola de Arquitetura, que resultou na implantação do laboratório "Adapte-se", que estuda e analisa todas as condições de acessibilidade. O Conselho mineiro trabalha também em parceria também com o Ministério Público num levantamento das condições de acessibilidade nos prédios públicos, com a ONG Centro de Vida Independente, formada por portadores de deficiência e com as prefeituras, desenvolvendo orientação técnica e cursos de formação profissional nas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e formação dos Çódigos de Postura dos Municípios (Leis de uso e ocupação do solo). "Estamos conseguindo intervir para que sejam observadas as condições de acessibilidade nos Planos Diretor das Cidades", comemora Marco Túlio, um exemplo que já vem sendo seguido pelo Crea-PE. Bety Rita Ramos - Da equipe da ACS
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