Porto Alegre (RS), terça-feira, 28 de janeiro de 2003. De acordo com o último senso do IBGE, realizado em 2000, 24,5 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de incapacidade, limitação para atividades ou deficiência. Os dados foram expostos pela coordenadora geral da Corde (Coordenadoria Nacional para Integração de Pessoas Portadoras de Deficiência), a paraplégica Isabel Loureiro Maior, na oficina "Sensibilidade e Acessibilidade: Um outro Mundo com Inclusão é Possível", realizada pelo Sistema Confea/Crea/Mútua/Entidades Nacionais, dentro do III Fórum Social Mundial.A oficina foi coordenada pelo conselheiro federal, arquiteto Itamar Kalil e reuniu dezenas de portadores de deficiência, profissionais da arquitetura e da engenharia, estudantes e vários outros atores sociais interessados na discussão sobre formas de pensar um mundo que respeite as diversidades existentes e construa condições de igualdade e de oportunidades para todos.Isabel Maior parabenizou a iniciativa do Sistema Profissional. "É a percepção do problema por um grupo de profissionais que há muito tempo nós buscávamos que estivessem envolvidos na luta pelo direito das pessoas que por algum motivo não têm a mesma facilidade de acesso que a outra", disse. Ela lembrou que os portadores de deficiência têm dificuldades para algumas coisas, não para todas e conclamou: "É importante que não caiamos na cilada de nos considerarmos sem qualificação, impossibilitados de exercermos um trabalho e lutemos para termos direito a acessibilidade, que é bem mais que o direito de ir e vir, é pode conviver".Na opinião da coordenadora um mundo de inclusão necessita da participação de todos os atores sociais, que devem reconhecer as diversidades existentes e buscar a equiparação de oportunidades. Ela ressaltou que à Corde -Coordenação ligada à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da República - compete a articulação intersetorial das ações governamentais nessa área.Além do Programa Nacional de Acessibilidade, a Coordenadoria possui serviços de capacitação técnica em acessibilidade, eliminação de barreiras arquitetônicas, políticas setoriais de transporte, habitação, informação, comunicação, ajudas técnicas na área de turismo e patrimônio histórico e cultural.Para Isabel, os conselhos profissionais têm papel importante no sentido de estar implementando, fiscalizando e fazendo entender as normas técnicas que visam melhorar o acesso das pessoas portadoras de deficiência, que representam 14,5% da população. O marco legal do acervo voltado para a questão dos direitos dos portadores de deficiência é a Constituição da República, mas, existem ainda: Lei 7853/89, Decreto, nº 3298/99, Leis nº 10048/00 e 10098/00, Normas Técnicas da ABNT e as legislações estaduais e municipais. A coordenadora lembra também, a necessidade da melhoria da formação profissional no que se refere ao estabelecimento de linhas de pesquisa para este setor. Bety Rita Ramos - Da equipe da ACS
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