Brasília, quinta-feira, 5 de junho de 2003. "Vamos cuidar do Brasil". O convite foi feito hoje pelo presidente da República Luís Inácio Lula da Silva e pela Ministra do Meio Ambiente Marina da Silva a todos os brasileiros, durante o lançamento da Conferência Nacional do Meio Ambiente e da Conferência Infanto-Juvenil, uma mobilização de crianças da 5ª a 8ª série voltada para discussão e elaboração de políticas públicas de preservação da natureza. O evento marcou o Dia Nacional do Meio Ambiente e aconteceu no Palácio do Planalto com a presença de governadores, parlamentares, ministros, estudantes e representantes de vários órgãos e entidades envolvidas com a questão ambiental. O Confea foi representado pelo vice-presidente, eng. agrônomo Antônio Roque Dechen, pela conselheira federal coordenadora da Comissão de Assuntos Nacionais (CAN), engª. civil Hyara Nagle e pela gerente de relações institucionais, engª Carmen Eleonora.O Frei Leonardo Boff, integrante da Comissão de Honra da Conferência Nacional do Meio Ambiente, lembrou que toda riqueza natural do Brasil representa uma grande responsabilidade e que o país precisa estar a altura de cumpri-la. "Temos que tratar bem nossa biodiversidade, nossos rios, nossa fauna, por nós mesmos e por toda a humanidade", destacou.Boff ressaltou que a Conferência surge num momento dramático para o planeta, devido ao aquecimento do clima e a escassez de água doce que somados revelam um quadro de catástrofe alimentar, que vão abalar a já frágil ordem mundial. "Nós brasileiros podemos e devemos contribuir para que isso não aconteça, com toda a riqueza natural que temos podemos ser a mesa posta para milhões de brasileiros e de pessoas do mundo inteiro. Esse governo poderá ser lembrado por uma reverência à majestade natureza", disse.A Ministra Marina da Silva enfatizou que o lançamento da Conferência significa, acima de tudo, dar seqüência ao termo lançar. "Estamos aqui adquirindo energia para desenvolver um grande processo de mobilização em todo o país, levando em conta as iniciativas já existentes, principalmente a Agenda 21. Não podemos pensar em política ambiental sem levar em conta 20 anos de militância ambiental".A ministra explicou que a Conferência Infanto-Juvenil está inspirada na atuação das suas duas filhas, que sempre lhe cobram um posicionamento frente a qualquer notícia, observadas na mídia, que tenham relação com agressões ao meio ambiente. "É uma conferência para plantar as melhores sementes. Os adultos se convencem de uma causa, as crianças se convertem e quando se está convertido em uma causa não é você que tem a causa, é a causa que tem você", destacou.Marina Silva deixou claro que a Conferência Nacional do Meio Ambiente está vinculada aos compromissos de cuidados com o Brasil, já estabelecidos pelo governo Lula. "Governo que suscita vontade de participação na população e que inclui a variável ambiental no Plano Plurianual (PPA)", frisou.Presidente - O presidente Lula disse que o estabelecimento da Conferência Infanto-Juvenil é um passo fundamental. "Se quisermos fazer uma revolução sem tiros e mortes, fez-se na família e no banco de uma escola", enfatizou. Para ele, a partir da Conferência nas suas versões adulto e infanto, cria-se um novo padrão de consciência ecológica no Brasil.Lula definiu a atual política ambiental como a reconciliação da natureza com o homem e do homem com a solidariedade. "Cuidar do Brasil exige um mutirão verde, um mutirão de nova consciência ambiental que supere o individualismo histérico", discursou.O presidente anunciou a disponibilização de R$ 7 milhões para o projeto Amazônia Sustentável, que inclui desde a construção de pequenos galpões até obras como o entreposto pesqueiro de Belém. Anunciou ainda, que todo o estoque de mogno apreendido será destinado às organizações sociais e sociológicas das áreas prejudicadas com a extração ilegal da madeira.O primeiro lote vai beneficiar a região de Altamira, no Estado do Pará, onde serão desenvolvidos projetos de manejo sustentável da espécie, bem como medidas de fiscalização para que a destruição não persista.Lula assinou decretos de criação de reservas ambientais no Ceará, Minas Gerais e Rio grande do Sul. Ele encerrou seu discurso ressaltando que o Brasil será um espaço de equilíbrio entre o homem e a natureza. Bety Rita Ramos - Da equipe da ACS
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