Belo Horizonte (MG), terça-feira, 2 de setembro de 2003. Mais de oitocentos engenheiros agrônomos e várias autoridades municipais, estaduais e federais participaram da abertura XXIII Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA), realizada esta manhã (02/05) no Ouro Minas Palace Hotel, em Belo Horizonte. O evento se estende até o dia 5, próxima sexta-feira.O XXIII CBA tem o objetivo de reunir profissionais da agronomia e da cadeia de agronegócios, empresas públicas e privadas, pesquisadores e demais interessados para traçar estratégias de atuação em busca do desenvolvimento sustentável e da dinamização do agronegócio brasileiro, explicou o presidente da entidade promotora do Congresso, a Confederação das Federações de Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), eng. Antônio de Pádua Angelim. Ele integrou a mesa junto com presidentes de entidades estaduais, nacionais e internacionais, parlamentares, secretários de governo e o Ministro interino da Agricultura, eng. José Amauri Dimarzio. Todos tiveram oportunidade de dar sua mensagem e desejar boas-vindas aos congressistas.O Ministro ressaltou a importância da valorização da iniciativa no campo, no sentido de fazer com que o pequeno produtor se torne um empreendedor. "Temos que ensinar o pequeno produtor a agregar valor ao que produz", disse, citando a fruticultura, que emprega quatro milhões de pessoas no campo, como um exemplo da importância da atividade do produtor rural e comentando a safra recorde brasileira de grãos que foi de 122.8 milhões de toneladas.O Secretário de Agricultura do Estado de Minas Gerais, Odelmo Leão, disse que embora o Brasil esteja comemorando uma boa safra de grãos, o mesmo não pode ser feito em Minas Gerais. "Nos últimos dez anos o Brasil cresceu 73% no agronegócio e Minas somente 41%. No último ano crescemos 13% e o Brasil 24%. O engenheiro agrônomo é fundamental nesse momento para que possamos fazer a grande recuperação de Minas a partir do campo", declarou, ressaltando que deposita confiança no novo Ministério da Agricultura para alavancar o agronegócio sustentável no Estado, que entende como única saída para o desenvolvimento.O eng. Agrônomo Rodrigo de Almeida Pontes, presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros Agrônomos (SMEA), enfatizou que o desenvolvimento do país e temas relevantes que dizem respeito a toda população passam pela formação e atuação profissional de engenheiros agrônomos.O presidente da Associação Panamericana de Engenheiros Agrônomos (APEA), eng. Carlos Pieta Filho, destacou a agricultura como a maior invenção da humanidade. "É uma invenção tão grande que ainda não acabou. Gera empregos e lucros, o PIB (Produto Interno Bruto) agrícola é sempre crescente". Sua declaração foi endossada pelo presidente da Mútua - Caixa de Assistência dos Profissionais do Sistema Confea/Crea -, eng. Civil Henrique Luduvice, que fez questão de enfatizar que o Brasil deve muito aos engenheiros e engenheiras dessa área.Contrastes - O presidente do Crea-MG, eng. Civil Marcos Túlio de Melo, disse que a sociedade clama por um novo modelo que proporcione qualidade de vida e trabalho para a construção de um país socialmente mais justo e democrático. Apontando os contrastes brasileiros lembrou: "Temos sucesso na safra de grãos, mas convivemos com a fome e importamos 70% do trigo consumido, entre outros produtos da cadeia alimentar".O presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), eng. Civil Wilson Lang, chamou atenção para o pacto social proposto pelo governo Lula com o Programa Fome Zero. "Sem esse pacto não será possível o resgate dos mais de 50 milhões de brasileiros que estão à margem do desenvolvimento". E falando em desenvolvimento, destacou que mais de 50% de tudo que é produzido no Brasil não chega à mesa porque se perde nas estradas, portos, hidrovias e aeroportos em condições precárias".Lang disse ainda que o Sistema profissional hoje busca inserção no debate das questões estratégicas do país e que tem a expectativa que o XXIII CBA traga resultados nas questões técnicas e científicas pautadas.O patrono do XXIII CBA e homenageado do evento, eng. Carlos Eugênio Thibau, considerado pelo presidente da Confaeab como a maior autoridade em preservação de terras do país, também na linha de trazer à tona os contrastes, falou sobre a importância da sustentabilidade das florestas brasileiras. "Elas não podem ser intocáveis. A preservação passa pela sustentabilidade e não pela intocabilidade". Fazendo eco com o homenageado e outros componentes da mesa, o Senador Aelton José de Freitas (PL/MG), disse que é necessário incrementar a atividade agroindustrial sem perder de vista o desenvolvimento sustentável. Ele informou que está propondo a criação de uma comissão permanente da Agricultura e Pecuária no Senado, a estilo da que já existe na Câmara dos Deputados Federais.Mesa - A mesa de abertura do Congresso teve a seguinte composição: Ministro Interino da Agricultura, eng. Agrônomo José Amauri Dimarzio, Secretário da Agricultura do Estado de Minas Gerais, eng. Agrônomo Odelmo Leão, presidente da Confederação das Federações de Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), eng. Agrônomo Antônio de Pádua Angelim, presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros Agrônomos (SMEA), eng. agrônomo Rodrigo de Almeida Pontes, ex-Ministro da Agricultura, eng. agrônomo Alison Paullineli, representante da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG), eng.agrônomo Roberto Simões, presidente da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), eng. Agrônomo Cristiano Simon, Delegado Federal da Agricultura em Minas Gerais, João Vicente Diniz, homenageado do XXII CBA, eng.agrônomo Carlos Eugênio Thibau, primeiro vice-presidente mundial das Associações de Engenheiros Agrônomos e presidente da Associação Panamericana de Engenheiros Agrônomos, Carlos Pieta Filho, Diretor presidente da Mútua, eng. civil Henrique Luduvice, presidente do Crea-MG e de honra do evento, eng. Civil Macos Túlio de Melo, presidente do Confea, eng. Civil Wilson Lang e Senador eng. Agrônomo aelton José de Freitas. Bety Rita Ramos - Da equipe da ACS
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