Brasília, quinta-feira, 11 de setembro de 2003. Agronomia pública, licenciamento ambiental, grade curricular, atribuições profissionais, fiscalização na agroindústria, registro de firma individual, cédula rural, valorização profissional, agrotóxico, avaliações, vistorias e perícias em imóveis rurais, projeto e execução de obras e paisagismo, rastreabilidade e diretrizes curriculares. Todos estes assuntos foram tratados na reunião nacional das Coordenadorias de Câmaras Especializadas de Agronomia, realizada de 31 de agosto a 2 de setembro, em Belo Horizonte, evento que antecedeu o XXIII Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA).De acordo com coordenador nacional da CCEAGRO, eng. Agrônomo Hamilton Rondon Flandoli, a agronomia pública é o grande foco da categoria no momento. "Temos grande preocupação com a falta de assistência técnica a cem mil agricultores familiares que existem no Brasil. Discutimos muito sobre isso e saíram algumas propostas. O presidente do Confea, eng. Wilson Lang, esteve conosco e definimos que uma das primeiras ações será promover uma teleconferência sobre o tema, provavelmente no início de outubro, que se somará às comemorações do Dia do Engenheiro", informou.Flandoli destacou que devido ao tamanho do Brasil, o agricultor familiar vive situações diferentes nas diversas regiões. "Os problemas enfrentados pelo agricultor familiar do Rio Grande do Sul são completamente diferentes dos enfrentados pelo agricultor da Bahia, que são diferentes do agricultor do Ceará, que por sua vez enfrenta desafios na produção estranhos ao agricultor familiar do Acre. Então, nós queremos que o Sistema das empresas públicas de assistência técnica seja reativado para um modelo mais ágil, mais moderno. Nós precisamos recriar a agronomia pública que era feita pela Emater. Essas empresas foram todas fragmentadas ou até extintas em alguns estados, como no Mato Grosso do Sul".Segundo Falndoli, a extinção do Sistema Emater somou para que hoje o agricultor familiar abandonasse esse modelo de produção. "Ele está saindo de uma posição de sem terra para uma realidade que não sabe qual é, porque agricultor ele não vai ser, até porque não existe uma assistência técnica acessível, que lhe possa permitir um ganho mínimo na sua pequena propriedade na área rural. Essa é uma preocupação preeminente nossa. Acreditamos que podemos fazer alguma coisa por esses agricultores familiares que consideramos uma base importante da economia do Brasil", ressaltou. Bety Rita Ramos - Da equipe da ACS
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